Governo Trump

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Governo Trump começou em janeiro de 2017 e tem previsão para terminar em janeiro de 2021.

Seu governo tem sido marcado por controvérsias como a construção de um muro na fronteira do México ou aproximação com a Coreia do Norte.

Por sua vez, a economia americana voltou a crescer e o desemprego diminuiu.

Em novembro de 2019, viu-se acusado de obstrução do Congresso e abuso do poder. O Congresso americano abriu um processo contra o presidente que seguiu para o Senado americano, mas este decidiu não processar o mandatário.

Nas eleições presidenciais de 2020, Donald Trump perdeu para o candidato do Partido Democrata, "Joe" Biden.

Impeachment do Presidente Trump

Em novembro de 2019, o Congresso americano votou a favor de investigar as relações entre o presidente americano e o governo da Ucrânia. A presidente do Congresso, a democrata Nancy Pelosi, queria saber se houve abuso de poder por parte de Donald Trump.

Trump telefonou para o presidente ucraniano e teria pedido que este investigasse Hunter Biden, por corrupção. Hunter Biden é filho de Joe Biden, seu principal rival político e um importante acionista de empresas ucranianas.

Uma vez conseguida a maioria para aprovar a abertura da investigação, vários embaixadores e políticos americanos deram seu depoimento para o Comitê de Inteligência.

O Congresso, dominado pelos democratas, entenderam que Trump não poderia ter pressionado o presidente ucraniano daquela maneira.

Por isso, no dia 18 de dezembro, o Congresso americano aprovou que o presidente fosse processado pelo Senado, sob acusação de abuso de poder e obstrução do Congresso.

Como o Partido Republicano possui a maioria no Senado, o pedido de impeachment foi rechaçado por esta instituição.

Política Interna do Governo Trump

Donald Trump assumiu a presidência americana após oito anos de governo de Barack Obama.

No plano interno, a política de Trump tem buscado recuperar a indústria americana e dificultar a imigração ilegal.

No primeiro mês na presidência, por exemplo, ameaçou aumentar impostos da indústria automobilística caso esta continuasse a montar automóveis fora do país.

Trump no Texas
A primeira-dama Melania Trump e o presidente distribuem refeições num abrigo para os atingidos pelo furacão no Texas

Paralisação dos Funcionários

A administração pública dos Estados Unidos precisa de um orçamento que é submetido ao Congresso e ao Senado para funcionar com normalidade.

Para 2019, o presidente americano pediu que o Congresso consentisse num suplemento para construir o muro na fronteira com o México.

O Congresso americano, desde 2018 de maioria democrática, recusou a proposta e não votou o orçamento. Assim, as repartições federais ficaram sem dinheiro para funcionar.

A medida atingiu 800.000 funcionários que estão sem receber seus salários, e prejudica o atendimento em museus, parques, instituições de pesquisa, etc.

Desastres Naturais

Donald Trump teve de enfrentar desastres naturais que destruíram cidades no estado do Texas, Flórida e Porto Rico.

Apesar de ter visitado os lugares atingidos, a maneira irônica com que se referia aos acontecimentos provocou muitas críticas.

Transgêneros nas Forças Armadas

Em julho de 2017, o Presidente quis vetar a entrada de pessoas transgêneras nas Forças Armadas, mas o Pentágono vetou esta norma.

Dois anos depois, em janeiro de 2019, o Supremo Tribunal deu razão ao presidente Trump e proibiu a entrada transgêneros nas Forças Armadas americanas. A decisão não atinge aqueles que já trabalham neste órgão.

Obamacare

Uma de suas promessas de campanha foi acabar com o serviço de saúde implantado pelo presidente Barack Obama, chamado popularmente de "Obamacare".

Contudo, não conseguiu apoio do Congresso para fazê-lo, mas reduziu as verbas para o programa de saúde.

Igualmente, tornou facultativo o financiamento a contraceptivos.

Imigração

Em matéria de imigração, reduziu o fundo de ajuda para jovens imigrantes, os chamados "Dreamers" que ajudava cerca de 800.000 pessoas.

Outra medida polêmica foi restringir a imigração de países de maioria muçulmana. Após intensa batalha judicial, em dezembro de 2017, a Suprema Corte americana liberou a medida. Assim, cidadãos do Irã, Iêmen, Líbia, Síria, Somália e Chade estão proibidos de entrar nos Estados Unidos.

Porém, nada causou mais polêmica que a decisão de aplicar uma lei dos anos cinquenta, em junho de 2018. Esta lei previa que filhos de imigrantes sem documentos, chegados ao país, poderiam ser separados de seus pais.

As imagens de crianças em jaulas, sem seus familiares, correram o mundo e desataram uma onda de protestos indignados. Até o governo do Brasil se pronunciou porque uma família de brasileiros estava entre aqueles que tiveram seus filhos apartados.

Pressionado, o presidente Trump assinou um novo decreto, em 20 de junho de 2018, no qual afirma que os menores detidos com seus pais não serão mais separados.

Política Externa do Governo Trump

Donald Trump e Peña Neto
O então presidente do México, Peña Nieto. e o presidente americano, Donald Trump, após um encontro bilateral

No campo da política externa, o presidente Donald Trump tem colecionado uma série de controvérsias.

Um dos seus primeiros atos foi retirar os Estados Unidos do Tratado do Pacífico alegando que o mesmo não trazia vantagens comerciais significativas para o país.

Anunciou a retirada dos Estados Unidos da Unesco que deve se concretizar em 2020.

México

Uma de suas medidas mais polêmicas diz respeito à construção de um muro na fronteira com o México.

No entanto, o Congresso americano não autorizou o financiamento para esta obra, o que provocou uma intensa disputa entre Congresso dos Deputados e o Presidente.

Acordo Climático de Paris

Igualmente, anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris, que previa um compromisso para tentar frear o aquecimento global.

Ainda que não possa fazê-lo antes de 2020, segundo o mesmo acordo, já declarou publicamente sua intenção de romper o tratado.

Rússia

Reunião Bilateral em Helsinki, Trump e Putin
Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se encontram em Helsinki

As relações com a Rússia também são alvo de preocupação. Não só pelas posições contrárias que os países sustentam em assuntos de política internacional, mas a possível interferência do presidente russo Putin na campanha eleitoral americana.

A CIA e o FBI, agências de inteligência americanas, descobriram que eleitores democratas indecisos tiveram seus perfis em redes sociais bombardeados de notícias falsas sobre a candidata democrata Hillary Clinton. Desta maneira, conseguiram que muitos escolhessem Trump.

Em julho de 2018, o FBI acusou 12 agentes russos de atacarem o sistemo informático americano, durante a campanha presidencial americana.

Em 16 de julho de 2018, o presidente Trump e o presidente Putin se encontraram para um reunião bilateral em Helsinki, Finlândia.

Ao contrário do esperado, Trump defendeu o presidente russo, afirmando que ele não tinha nenhuma responsabilidade sobre uma possível ingerência dos russos na campanha americana.

Essas declarações causaram espanto nos Estados Unidos porque contradizem o que as agências de inteligência americanas estão investigando. Os próprios aliados republicanos criticaram fortemente Donald Trump por não os ter apoiado.

Cuba

Após décadas de relações conflituosas entre Cuba e os Estados Unidos, o ex-presidente Obama finalmente havia se reaproximado da ilha caribenha. No entanto, Trump está revisando esta política e ordenou a retirada da maior parte dos diplomatas que serviam no país.

Do mesmo modo, voltaram as restrições as viagens para a ilha de Cuba e foram proibidas a realização de negócios com entidades militares desse país.

Oriente Médio

Em dezembro de 2017, cumprindo uma promessa de campanha, reconheceu Jerusalém como capital de Israel desencadeando protestos da comunidade internacional.

Em maio de 2018, seu principal aliado na região, o presidente de Israel, Benjamín Netanyahu, acusou o Irã de continuar o seu programa nuclear.

A resposta do presidente americano veio em 8 de maio de 2018, quando anunciou que os Estados Unidos rompia o Pacto Nuclear com o Irã e voltava a levantar sanções econômicas a este país.

União Europeia

O presidente Trump também não aprecia a União Europeia, por se tratar de um organismo multilateral, multicultural e que negocia tudo em bloco. Trump prefere fazer acordos bilaterais.

Pretende taxar o aço europeu em 25% e o alumínio em 10%. Em julho de 2018, numa entrevista, declarou textualmente que via a União Europeia como um inimigo comercial.

Imediatamente, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, respondeu que a União Europeia e os Estados Unidos eram amigos e quem afirmava o contrário estava espalhando falsas notícias.

No entanto, Trump continuou seus ataques, quando visitou a Inglaterra em julho de 2017, e felicitou os partidários de um Brexit duro. Ainda criticou abertamente a primeira-ministra britânica Theresa May por favorecer um acordo com a UE.

As atitudes misóginas de Trump cooperam para esta visão, pois é sabido que ele não gosta de mulheres fortes como a chanceler alemã Angela Merkel ou Theresa May.

Visitas Presidenciais

O presidente Donald Trump recebeu cerca de 20 mandatários nos EUA, como o presidente da China, Xi Jinping; o primeiro-ministro do Japão, Shinzō Abe; o presidente da Argentina, Mauricio Macri; e o ex-presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.

Já em 2017, ele realizou uma série de visitas aos seus tradicionais aliados como Polônia, Alemanha, Israel, Suíça, Arábia Saudita e Japão.

Esteve com o Papa Francisco, no Vaticano e assistiu ao desfile de 14 de julho de 2017, em Paris, na França.

Conflitos Bélicos durante o Governo Trump

O governo Trump enfrentou a possibilidade de guerra com alguns países como a Coreia do Norte, contudo, as relações com esse país deram um giro e se encontram mais calmas.

Na Ásia, intervém militarmente na Síria e no Afeganistão.

Coreia do Norte

A administração Trump enfrenta problemas com a Coreia do Norte. Desde que chegou o governo, o mandatário norte-coreano Kim Jong-un vem realizando testes com mísseis que poderiam atingir territórios americanos no Pacífico.

Diante da vontade de Kim Jong-un em acabar com os testes nucleares, Trump marcou uma reunião com o dirigente em 12 de junho de 2010. No entanto, atritos diplomáticos fizeram o presidente americano cancelar o encontro.

Além da troca de insultos pela imprensa, o presidente Trump ordenou a mobilização do porta-aviões Carl Vinson na Ásia.

A situação deu uma volta inesperada quando o líder norte-coreano Kim Jong-un anunciou que renunciava a fazer testes nucleares. A decisão foi saudada pela comunidade internacional e ambos presidentes se encontraram pela primeira vez na História, em 22 de junho em 2018, em Cingapura.

Síria

No contexto da Guerra na Síria, Trump bombardeou a Síria em resposta ao ataque com armas químicas contra civis, em 6 de abril.

Afeganistão

Da mesma forma, em 13 de abril, ordenou o lançamento de bombas no Afeganistão, afirmando que estas atingiram um esconderijo do Estado Islâmico.

Curiosidades

  • O Twitter é a sua ferramenta de comunicação mais importante. A conta do presidente Trump tem mais de 40 milhões de seguidores.
  • Trump passa mais tempo num resort em Palm Beach, Flórida, que na Casa Branca, em Washington.
Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.