Patrística

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A Patrística, Escola Patrística ou Filosofia Patrística, foi uma corrente filosófica cristã da época medieval que surgiu no século IV.

Recebe esse nome, pois ela foi desenvolvida por diversos padres e teólogos da Igreja, os quais eram chamados de “Pais da Igreja”.

Sua figura mais importante foi Santo Agostinho de Hipona.

Características da Patrística

A Patrística é considerada a primeira fase da filosofia medieval. Sua principal característica era a expansão do Cristianismo na Europa e o combate aos hereges.

Por isso, essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que gradualmente auxiliaram na construção da teologia cristã.

Baseada na filosofia grega, os filósofos desse período tinham como objetivo central compreender a relação entre a fé divina e o racionalismo científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã.

Portanto, os principais temas explorados estavam ancorados nas vertentes do maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo. São eles: criação do mundo; ressurreição e encarnação; corpo e alma; pecados; livre arbítrio; predestinação divina.

A Patrística e Santo Agostinho

Santo Agostinho (354-430) foi teólogo, bispo, filósofo e o principal expoente da Patrística. Seus estudos estiveram voltados para a luta do bem e do mal (maniqueísmo), bem como do neoplatonismo.

Além disso, ele focou no desenvolvimento do conceito de “pecado original” e do “livre arbítrio” como forma de livrar do mal. A “predestinação divina”, associada à salvação dos homens pela graça divina, também foi um dos temas explorados por Agostinho.

Acreditava na fusão da fé (representada pela Igreja) e da razão (representada pela Filosofia) para encontrar a verdade. Ou seja, as duas poderiam trabalhar juntas, cuja razão auxiliaria a busca da fé, que por sua vez, não poderia ser atingida sem o pensamento racional.

Patrística e Escolástica

A Patrística foi o primeiro período da filosofia medieval que permaneceu até o século VIII. Durante sete séculos, a filosofia esteve voltada para os ensinamentos dos “homens da Igreja” (teólogos, padres, bispos, etc.).

Logo depois, surgiu a Escolástica no século IX e permaneceu até o início do Renascimento, no século XVI.

São Tomás de Aquino (1225-1274), chamado de “Príncipe da Escolástica”, é o maior representante dessa escola e seus estudos ficaram conhecidos como Tomismo. Ele foi nomeado Doutor da Igreja Católica, em 1567.

Como a Patrística, a filosofia Escolástica também esteve inspirada na filosofia grega e na religião cristã. Seu método dialético de unir a fé e a razão tinha como intuito o crescimento humano.

Importante destacar que seus estudos estiveram inspirados no realismo aristotélico, enquanto os de Santo Agostinho estavam voltados para o idealismo de Platão.

Sendo assim, a Patrística focou na disseminação dos dogmas associados ao Cristianismo, por exemplo, defendendo a religião cristã e refutando o paganismo.

Já a Escolástica, através do racionalismo, tentou explicar a existência de Deus, do céu e do inferno, bem como as relações entre o homem, a razão e a fé.

Leia também: Filosofia Escolástica e Filosofia Medieval.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.