Política do Big Stick

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

Política do Big Stick é o nome dado à política externa norte-americana no início do século XX.

Basicamente, a Política do Big Stick ampliava o direito dos Estados Unidos intervir nos países estrangeiros para garantir seus interesses, primeiro através da diplomacia, mas também através da utilização da força militar, se necessário.

Seu nome é uma referência ao discurso realizado por Theodore Roosevelt (1858-1919), em 1901, durante uma feira em Minnesota. O presidente teria citado um provérbio africano que dizia: "com fala macia e um grande porrete, você vai longe".

Foi essa a maneira encontrada pelo político para expressar sua doutrina de evitar conflito e mostrar o poderio militar.

O estilo de negociação diplomática foi exposto ao referir-se especialmente aos países latino-americanos, muito assolados pelas dívidas com a Europa.

Política do Big Stick

Um de seus principais episódios ocorreu na cobrança da dívida pela Alemanha contra a Venezuela. Diante da ameaça de moratória após 24 meses de negociação, a Alemanha cercou cinco portos e bombardeou a base costeira venezuelana em 1902.

Doutrina Monroe

A ação alemã violava os preceitos da Doutrina Monroe, promulgada em 1823, que previa o impedimento da invasão dos países americanos por europeus.

No caso da Venezuela, os Estados Unidos interviram diretamente e encaminharam navios para a região, evitando a guerra. Alemães e venezuelanos terminaram por negociar a dívida.

Com apoio do Congresso, o presidente conseguiu reforçar a frota de navios de guerra sob o argumento que a demonstração de força refletia de maneira positiva nos assuntos internacionais.

Diante do desfecho, Roosevelt publicou uma emenda à Doutrina Monroe, em 1904. A emenda previa que os EUA poderiam, em caso de impotência das nações ameaçadas, intervir diretamente nos assuntos de política internacional.

Canal do Panamá

Com o argumento de ter a frota disponível integralmente tanto no Oceano Atlântico quanto no Pacífico, em caso de ameaça, Roosevelt negociou com o governo da Colômbia o direito de assumir o Canal do Panamá como passagem militar.

Além da disponibilidade militar, o ponto também seria utilizado para o transporte de mercadorias, possibilitando a expansão do comércio norte-americano em um contrato de arrendamento de 99 anos.

As negociações encontraram obstáculos no Congresso Nacional Colombiano, que estava insatisfeito com os termos propostos. Diante desse impasse, os Estados Unidos enviaram navios de guerra para a região e apoiaram um golpe político na Colômbia.

Como resultado, o Panamá declarou sua separação da Colômbia e os Estados Unidos reconheceram o Panamá como uma nação independente.

Após o reconhecimento da República do Panamá, os EUA assinaram o contrato de arrendamento e iniciaram a construção do Canal do Panamá.

Diplomacia do Dólar

O estilo de Roosevelt precedeu outra forma de tratamento das relações internacionais por parte dos EUA e a consolidação do imperialismo norte-americano: a diplomacia do dólar.

Essa foi uma política instituída pelo presidente Willian Taft (1857-1930). Ela previa a promoção dos interesses dos EUA no exterior por meio do incentivo ao investimento em países estrangeiros.

As ações de Taft não dispensavam o uso do poderio militar para promover as empresas norte-americanas e garantir o comércio na América Latina e na Ásia.

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Referências Bibliográficas

KARNAL, Leandro. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007.

VAINFAS, Ronaldo [et al.]. História – Volume Único. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.