Entenda a história da Segunda Revolução Industrial

Thiago Souza
Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

A Segunda Revolução Industrial foi uma nova fase de desenvolvimento tecnológico aplicado dentro das indústrias. Novas tecnologias passaram a integrar o dia a dia das grandes fábricas.

Ela nasceu com o progresso científico e tecnológico ocorrido na Inglaterra, França e Estados Unidos, por volta da segunda metade do século XIX.

A principal fonte energética utilizada era o petróleo, que movia os motores de combustão. Eles aos poucos foram substituindo os motores a vapor, muito utilizados durante a Primeira Revolução Industrial.

Principais Características

Inovações na fabricação dos produtos

Na busca por maiores lucros, levou-se ao extremo a especialização do trabalho e a produção foi ampliada, passando-se a produzir artigos em série, o que barateava o custo por unidade.

Surgiram as linhas de montagem, esteiras rolantes por onde circulavam as partes do produto a ser montado, de modo a dinamizar o processo.

A indústria automobilística Ford, do empresário Henry Ford, implantada nos Estados Unidos, foi a primeira a recorrer às esteiras que levavam o chassi do carro a percorrer toda a fábrica.

Os operários montavam os carros com as peças que chegavam em suas mãos em outra esteira. Esse método de racionalização de produção foi chamado de fordismo.

Segunda Revolução IndustrialFordismo

Essa forma de produção integrada as teorias do engenheiro norte-americano Frederick Taylor, o taylorismo, que visava o aumento da produtividade, controlando os movimentos das máquinas e dos homens no processo de produção.

Novas fontes energéticas utilizadas

A descoberta e o aproveitamento de novas fontes de energia revolucionaram ainda mais a produção industrial. Podemos destacar:

  • o petróleo (no motor a combustão);
  • a água (nas usinas hidrelétricas);
  • o urânio (para a energia nuclear).

O contexto histórico da época

Entre 1850 e 1950, o mundo todo passou a comprar, consumir e utilizar os produtos industrializados fabricados na Inglaterra, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão.

A busca por descobertas e invenções foi longa, o que representou maior conforto para o ser humano.

Contudo, ocorreu também a dependência dos países que não realizaram a revolução científica e tecnológica ou industrial.

Consequências da Segunda Revolução Industrial

As mudanças ocorridas com a Segunda Revolução Industrial apresentam consequências econômicas, sociais e culturais até os dias atuais.

No campo das relações de trabalho, os modelos adotados no trato trabalhador-empregador e a desvalorização da mão de obra não especializada são os pontos marcantes.

Sobre as tecnologias, o uso do aço em substituição do ferro para a construção do maquinário e produtos também merece destaque. Mais leve e maleável, o aço foi uma das principais matérias-primas do período.

O uso do petróleo para mover motores de combustão interna, substituindo as antigas máquinas a vapor, também é um ponto importante.

Além disso, a energia elétrica, tanto para as máquinas como para o dia a dia das cidades industriais foi uma grande inovação disseminada pela Segunda Revolução Industrial;

No campo econômico, toda essa revolução propiciou o surgimento de grandes indústrias e a geração de grandes concentrações econômicas, que formaram as holdings, trustes e cartéis.

E, por fim, a produção em massa moldou a forma de se consumir os produtos. O modelo de produção em série, a partir de modelos repetidos e não mais pensados e produzidos de maneira quase personalizada, está muito presente em tudo o que consumimos.

Invenções da Segunda Revolução Industrial

Entre as várias descobertas e invenções realizadas durante a Segunda Revolução Industrial, estão:

  • novos processos de fabricação do aço, permitindo sua utilização na construção de pontes, máquinas, edifícios, trilhos, ferramentas etc;
  • desenvolvimento técnico de produção da energia elétrica;
  • invenção da lâmpada incandescente;
  • surgimento e avanço dos meios de transporte (ampliação das ferrovias seguida das invenções do automóvel e do avião);
  • invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão e cinema);
  • avanço da química, com a descoberta de novas substâncias; a descoberta do múltiplo aproveitamento do petróleo e seus derivados como fonte de energia e lubrificantes; o surgimento dos plásticos; desenvolvimento de armamentos como o canhão e a metralhadora; a descoberta do poder explosivo da nitroglicerina etc;
  • na medicina surgiram os antibióticos, as vacinas, novos conhecimentos sobre as doenças e novas técnicas de cirurgia.

Para saber tudo sobre a Revolução Industrial veja os artigos:

Thiago Souza
Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.