Anáfora
A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.
A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma expressão.
Exemplos de anáfora
EXEMPLO 1 - Trecho da música “Águas de Março”, de Tom Jobim:
"É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira"
EXEMPLO 2 - “Poema da Necessidade”, de Carlos Drummond de Andrade:
"É preciso casar João,
é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO."
EXEMPLO 3 - Publicidade da loja C&A: "Tá na moda. Tá na mão, tá na C&A."
Diferença entre anáfora e catáfora
Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.
Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação já mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.
Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.
Para saber mais sobre figuras de linguagem: Figuras de Linguagem
Para saber mais sobre outras figuras de sintaxe:
Referências Bibliográficas
CHERUBIM, Sebastião. Dicionário de Figuras de Linguagem. São Paulo: Pioneira, 1989.
DIANA, Daniela. Anáfora. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/anafora/. Acesso em: