Apóstrofe

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

Apóstrofe é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de pensamento.

É caracterizada pelas expressões que envolvem invocações, chamamentos e interpelações de um interlocutor (seres reais ou não).

Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica dos discursos diretos.

De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente ou ausente no momento da fala.

A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religiosos, políticos e poéticos.

Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação (ou prosopopeia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.

Exemplos

  • Ó Deus! Ó Céus! Por que não me ligou?
  • Senhor, tende piedade de nós.
  • Padre, posso me confessar?
  • Povo de São Paulo! Vamos vencer juntos.
  • Liberdade, Liberdade! É isso que pretendemos nessa luta.
  • Nossa! Como você conseguiu?
  • Minha Filha! Que linda você está!

Exemplos na Literatura

  • Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)
  • Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)
  • Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo Bilac)
  • Tende piedade de mim, Senhor, de todas as mulheres.” (Vinícius de Moraes)
  • Deus, ó Deus! Onde estás, que não me respondes?” (Castro Alves).
  • Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e chagas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio Vieira)

Atenção!

Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.

A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na pronúncia, mas diferem no sentido.

Leia também: Figuras de Linguagem

Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.