Astrolábio
O astrolábio é um instrumento de medição inventado pelos árabes e aperfeiçoado pelos gregos.
Inicialmente era utilizado em terra, mas foi adotado pelos marinheiros a fim de calcular as distâncias das rotas marítimas.
Estima-se que possam existir cerca de duzentas funções para este instrumento. Dentre as quais se destacam saber as horas, precisar as estações do ano, calcular a altura de montanhas ou a profundidade de um poço, etc.
Origem do Astrolábio
O astrolábio tem origem incerta, mas se desenvolveu a partir dos estudos matemáticos de pesquisadores como Euclides, Teão de Alexandria, Cláudio Ptolomeu, Hipátia de Alexandria e muitos outros.
Se a criação do astrolábio é imprecisa, seu aperfeiçoamento e a utilização do metal foram dados por Abraão Zacuto (1450-1522).
Nascido provavelmente em Salamanca (Espanha), Zacuto se refugiou na corte portuguesa após a expulsão dos judeus da Espanha, na mesma época das Grandes Navegações.
Em Lisboa, foi conselheiro da corte do rei Dom João II (1455-1495) e aperfeiçoou as tábuas astronômicas, bem como o astrolábio, empregado por Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral em suas viagens pelo Atlântico.
Funcionamento do Astrolábio
O astrolábio representa a abóboda celeste em movimento. Desta forma, é formado de várias partes que retratam as latitudes, as estrelas e as constelações.
O instrumento consistiu na primeira tentativa de transpor a superfície do céu, curva, para um plano. Pode ser construído com materiais simples como papel e latão.
Vejamos como poderíamos ver a hora a partir do uso de um astrolábio, no Solstício de Verão.
O primeiro que se deve fazer é encontrar no horizonte uma estrela, que será o ponto de referência. Vamos supor que escolhamos a estrela Spica (Espiga), da constelação de Virgem. Ao medi-la, obteremos o grau do ângulo do triângulo, que para nosso exemplo, deu 30º.
Feito isso, damos a volta ao astrolábio para achar, na aranha, o ponto correspondente àquela estrela.
Giramos até fazê-la coincidir com a latitude de 30º de um dos tímpanos.
Damos volta à régua para que coincida com o Solstício de Verão e obteremos as horas que marcam naquele momento.
Importância do Astrolábio para a Navegação
O astrolábio náutico foi essencial para os navegadores, pois permitia calcular as distâncias de maneira prática com apenas um instrumento e conhecimentos de geometria.
Já não era necessário levar as tábuas com cálculos astronômicos que dariam a informação sobre a latitude e longitude. Bastava apenas o astrolábio e os mapas que poderiam ser carregados comodamente pelo próprio usuário.
Havia um marinheiro que deveria medir a latitude todos os dias ao meio-dia solar a fim de saber onde estavam em alto-mar.
Juntamente com o sextante e a bússola, o astrolábio foi importantíssimo para tornar a navegação mais segura.
Partes de um Astrolábio
Vejamos quais são as partes de um astrolábio:
No centro está gravado o ponto máximo do sol, o zênite, cuja altura máxima é alcançada no Solstício de Verão.
Conforme a elíptica vai girando, o astrolábio marca 15 graus para cada hora discorrida. Assim, poderemos saber com precisão a hora do dia e da noite.
- Mater - o disco que conterá todas as placas que formam o astrolábio.
- Tímpanos - um para cada latitude. Nele estão gravados os círculos de altitude da esfera celeste.
- Aranha – um disco vazado onde cada uma das suas pontas representa a posição das estrelas e do sol na abóboda celeste. Sua posição varia do Solstício de Verão ao Solstício de Inverno.
- Alidade - localizada na parte traseira. Esta contém dois visores que servirão para medir a altura dos objetos celestes.
- Pinos - que prendem a agulha à Mater e a permitem girar.
- Agulha (ou régua) - que nos indicará o resultado das medidas que tomarmos.
- Alça - permite ao usuário pendurá-lo e levá-lo com mais facilidade.
Curiosidades
- O astrolábio mais antigo que se tem notícia é um exemplar projetado pelo astrônomo Nastulus, no ano de 927, em Bagdá.
- O instrumento chegou à Europa por via da Espanha muçulmana, Al-Andalus, no século 12.
- Existe uma infinidade de tipos de astrolábios como o plano, o esférico, o islâmico, o marítimo, o universal, etc.
Leia mais:
BEZERRA, Juliana. Astrolábio. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/astrolabio/. Acesso em: