Bandeira de Portugal

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A bandeira de Portugal é um retângulo, divido pelas cores verde e vermelho. Na junção das duas cores estão sobrepostos a esfera armilar e o escudo português.

Esta bandeira foi estabelecida com a proclamação da República em 1910.

Significado da bandeira de Portugal

Bandeira de Portugal
Bandeira de Portugal

Com a proclamação da República em 1910, muitos republicanos quiseram apagar alguns símbolos do antigo regime. A bandeira monárquica trazia as cores branca e azul.

Desta maneira, estas cores foram substituídas pelo verde e vermelho que significam a esperança e a coragem, respectivamente.

No entanto, em Portugal, remetiam às cores do Partido Republicano Português e à maçonaria, grupos que iniciaram o golpe que derrubou o rei.

É importante ressaltar que o verde ocupa 1/3 da bandeira e o vermelho 2/3, pois isto lembra ao projeto de integralismo ibérico. Assim, o verde seria Portugal e o vermelho, a Espanha, unidos na forma de um federalismo utópico.

Esfera Armilar

A esfera armilar foi introduzida pelo rei D. Manuel I (1495-1521) e representava o monarca como rei dos cinco continentes.

A esfera armilar era a estilização dos antigos globos usados no século XVI. Também era o símbolo pessoal do Infante D. Henrique, o Navegador, que tanto fez pelo desenvolvimento das navegações.

Escudo da bandeira de Portugal

Escudo português
Escudo português

O escudo é o símbolo mais antigo de Portugal e remete à própria origem do país quando este ainda era Condado Portucalense.

Na borda vermelha se encontram sete castelos e no centro, em fundo branco, cinco escudos azuis com cinco besantes brancos dispostos em forma de cruz.

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Castelos

A origem dos castelos é controversa, pois foram reinterpretados de várias maneiras ao longo da história.

Há estudiosos que afirmam que são os cinco reis mouros vencidos pelo primeiro rei português, D. Afonso Henriques (1139-1185).

Outros afirmam que sua utilização teria início com o rei Afonso III, sobrinho da Rainha de Castela e que incorporou o símbolo no seu escudo pessoal.

Atualmente são sete castelos amarelos, cada um com três torres, dispostos em um fundo vermelho.

Besantes

O termo besante denominava as moedas de ouro usadas no Império Bizantino. Inicialmente foram utilizadas para representar a riqueza do reino de Portugal. Foi o rei Afonso Henriques, que os incorporou ao escudo.

Mais tarde, com o “Milagre de Ourique”, antes da Batalha de Aljubarrota, foi reinterpretado como as cinco chagas de Cristo. Somente com o rei Afonso III (1248-1279) este escudo ganhou sua forma de cruz ligando Portugal à sua origem cristã.

História da bandeira de Portugal

É preciso ter em conta que as bandeiras eram usadas na época medieval para identificar os exércitos de cada senhor feudal. Assim, até o reinado de D. João II (1481-1495), as bandeiras eram armoriais, isto é, eram pedaços de tecidos quadrados que levavam apenas o escudo.

Igualmente, os pavilhões identificavam o soberano reinante. Por isso, cada rei tinha a sua própria bandeira que passavam por modificações quando o monarca falecia ou o reino incorporava novos territórios.

Este foi o caso quando o houve a mudança de estatuto do Brasil. Por decreto de D. João VI (1816-1826), a antiga colônia foi elevada à categoria de reino na monarquia portuguesa.

Deste modo, outra bandeira foi estabelecida, a do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Foi introduzida uma esfera armilar em ouro sobre fundo azul representando o reino do Brasil.

Com a Revolução Liberal do Porto, que inaugura a monarquia constitucional, e a independência do Brasil, outra bandeira portuguesa será criada.

Por decreto de 18 de outubro de 1830, durante o reinado de Dona Maria II (1834-1853), define-se que o pavilhão fosse bipartido verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste e as armas reais colocadas no centro da bandeira.

Bandeira da Monarquia portuguesa
Bandeira de Portugal usada até a proclamação da República, em 1910

Curiosidade sobre a bandeira de Portugal

Como os políticos não chegavam a um acordo sobre como seria o novo lábaro português, este foi escolhido através de uma comissão de artistas, da qual fazia parte o pintor e ceramista Bordalo Pinheiro.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.