Buraco na camada de ozônio: o que é, quais as causas e consequências

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

A camada de ozônio corresponde a uma cobertura gasosa que envolve e protege a Terra da radiação ultravioleta emitida pelos raios solares.

Os buracos na camada de ozônio são regiões da estratosfera onde a concentração do gás ozônio cai abaixo de 50%.

A principal causa do surgimento de buracos na camada de ozônio é a liberação de gases CFC (clorofluorcarbonetos) na atmosfera. Esses gases estão presentes em aerossóis, refrigeradores, materiais plásticos e solventes.

Onde os buracos na camada de ozônio estão localizados?

Em 1977, cientistas britânicos identificaram a formação de um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Essa região é visível no final do inverno e primavera no hemisfério sul.

Evolução do tamanho do buraco na camada de ozônio
O buraco na camada de ozônio entre 1979 e 2010

Em 2000, a NASA concluiu que durante os meses de setembro a novembro o buraco pode chegar a, atingir de 22 a 25 km2, o que equivale a uma área, aproximadamente, três vezes maior que os Estados Unidos (9,8 km2).

Os Estados Unidos, parte da Europa e da China e o Japão já perderam, aproximadamente, 6% da proteção da camada de ozônio. Nessas regiões existe uma maior liberação de gases CFC.

No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, o que se deve a pouca produção de gases CFC.

Os buracos na camada de ozônio são monitorados de vários pontos do mundo.

Em 2016, um grupo de cientistas afirmou que os buracos na camada de ozônio estão reduzindo, em comparação com o ano 2000. Porém, o cenário não é animador, pois ainda existe uma grande concentração de gases poluentes acumulados na atmosfera.

Um fato é que a recuperação da camada de ozônio levaria no mínimo uns 50 anos.

Saiba mais sobre a Camada de Ozônio.

Como se forma o buraco na camada de ozônio?

Quando os gases CFC são liberados, eles demoram até 8 anos para chegar a estratosfera e ao serem atingidos pela radiação ultravioleta, liberam o cloro.

O cloro, então, reage com o ozônio e o transforma em oxigênio (O2), iniciando a destruição da camada de ozônio.

Esquema da destruição da camada de ozônio
Formação dos buracos na camada de ozônio

Diz-se que esta é uma reação em cadeia porque o cloro torna-se novamente livre e volta a destruir outra molécula de ozônio.

Os gases CFC são os principais vilões da destruição da camada de ozônio. Uma molécula de CFC pode destruir até 100 mil moléculas de ozônio.

Além disso, estima-se que para cada 1% de decréscimo nas concentrações de ozônio, há um aumento de 2% na radiação ultravioleta na superfície terrestre.

Os níveis de cloro na atmosfera aumentaram bastante durante as últimas décadas, em virtude da liberação de gases CFC. Por isso, desde 2010 é proibida a produção de CFC em todo o mundo.

Consequências

As consequências do buraco na camada de ozônio afetam a saúde das pessoas e o meio ambiente.

Saúde

Com a existência de buracos na camada de ozônio, existe uma maior incidência da radiação UV-B atingindo a Terra.

Os raios UV-B podem penetrar na pele e danificar o DNA das células. Assim, os casos de câncer de pele devem aumentar.

Acredita-se que 1% de perda da camada de ozônio corresponda a 50 mil novos casos de câncer de pele no mundo.

A radiação também pode comprometer a visão e provocar o envelhecimento precoce.

Meio Ambiente

O buraco na camada de ozônio e o aquecimento global, são problemas ambientais distintos, porém interligados até certo ponto.

O efeito estufa garante que a Terra mantenha uma temperatura adequada para a sobrevivência dos seres vivos. Porém, com o aumento da liberação de gases poluentes, esse efeito têm sido intensificado.

Como resultado da intensificação do efeito estufa e da maior incidência dos raios solares, as temperaturas médias da Terra estão aumentando. Isso ocasiona o chamado e conhecido fenômeno do aquecimento global.

Protocolo de Montreal

O Protocolo de Montreal é um acordo internacional assinado por 197 países em 1987. O seu objetivo é reduzir a emissão dos gases que causam a destruição da camada de ozônio.

Através das metas de redução das emissões de gases poluentes, a projeção é que em 2065 a camada de ozônio esteja recuperada.

Curiosidade

No dia 16 de setembro é comemorado o Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio.

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.