Principais causas da Segunda Guerra Mundial
As causas que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial foram muitas. Podemos destacar o descontentamento alemão com o Tratado de Versalhes, a Grande Depressão, as ideologias fascista e nazista, e o expansionismo dos países do Eixo, por exemplo.
Insatisfação dos alemães com o Tratado de Versalhes
O Tratado de Versalhes (1919), que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), responsabilizou a Alemanha como principal culpada pelo conflito e impôs duras penas ao país.
Por exemplo, o Tratado de Versalhes determinou a perda de territórios, como a Alsácia-Lorena, cedida à França. Também exigiu o pagamento de enormes indenizações de guerra e a proibição de desenvolver armamentos estratégicos em seu exército.
Os alemães viam o tratado como humilhante, e as pesadas indenizações geraram uma crise econômica no país durante a década de 1920.
Essa insatisfação criou um forte sentimento de revanche, explorado por Adolf Hitler para ascender ao poder, prometendo reverter os termos do tratado e restaurar a grandeza da Alemanha.
Além da Alemanha, a Itália e o Japão também se sentiram descontentes com os acordos pós-guerra. A Itália acreditava que suas recompensas territoriais foram insuficientes, enquanto o Japão estava frustrado com a falta de reconhecimento de suas ambições expansionistas. Ambos sentiam-se traídos pelas potências vencedoras, França e Inglaterra.
Grande Depressão econômica
A Grande Depressão, cujo estopim foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, marcou a falência de quatro mil bancos somente nos Estados Unidos.
O país registrou 12 milhões de desempregados em 1933, enquanto a produção industrial caía 38%. Os salários dos norte-americanos sofreram queda de 40%.
Os problemas financeiros dos Estados Unidos, núcleo duro da economia mundial, refletiram no restante do mundo.
Na Grã-Bretanha, que sofreu 70% de redução nas exportações, três milhões de trabalhadores ficaram desempregados. Na Itália, foram 1,3 milhão e, na França, 3 milhões.
Duramente atingida, a Alemanha sofreu quebra de 39% na produção industrial e 6 milhões de alemães ficaram desempregados, o que representava um terço de sua força de trabalho.
Essa crise econômica causou um descontentamento das pessoas com a política liberal, o que permitiu o fortalecimento de ideologias radicais, como o Nazismo e o Fascismo.
Invasões japonesas e italianas
Na década de 1930, os planos expansionistas de Japão e Itália se tornaram mais agressivos.
O Japão, com uma população de 70 milhões, buscava expandir sua influência e garantir o acesso a recursos como petróleo e minérios. Para tal, invadiu a Manchúria em 1931 e, posteriormente, outros territórios da China em 1937.
Por sua vez, sob o comando de Benito Mussolini, a Itália invadiu a Abissínia (atual Etiópia) em 1935 e a Albânia em 1939. Neste último caso, o país buscava ampliar sua influência nos Bálcãs, região de interesse estratégico no sul da Europa.
Apesar das invasões, as potências da época - como EUA, Inglaterra e França - ofereceram pouca resistência, o que incentivou o avanço das ambições expansionistas de ambos os países.
Política de Apaziguamento
Nos anos 1930, após o trauma da Primeira Guerra Mundial, líderes como o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain adotaram a Política de Apaziguamento.
O objetivo era evitar outra guerra devastadora ao fazer concessões a Hitler e aos países do Eixo, permitindo que eles anexassem novos territórios sem enfrentamento militar direto. Exemplos importantes dessa política incluem:
- Acordo de Munique (1938): o Reino Unido e a França concordaram em permitir que a Alemanha anexasse os Sudetos, uma região da Tchecoslováquia com uma população majoritariamente alemã. Em troca, Hitler prometeu não expandir mais, o que logo seria descumprido.
- Anexação da Áustria (Anschluss, 1938): a Alemanha anexou a Áustria sem qualquer resistência internacional significativa, alegando ser uma reunificação de povos de língua alemã.
Embora o apaziguamento tenha sido visto como uma forma de evitar a guerra, na realidade, apenas encorajou Hitler a continuar sua expansão. Ele interpretou a inação dos Aliados como fraqueza, o que o motivou a planejar novas anexações e invasões.
Fortalecimento de Adolf Hitler e a ascensão do Nazismo
Após a ascensão de Hitler em 1933, a Alemanha começou a reforçar seu exército, violando o Tratado de Versalhes. Em 1935, reintroduziu o serviço militar obrigatório e expandiu suas forças para 800 mil homens, excedendo em 700 mil soldados o limite estipulado pelo Tratado.
Assim como a Itália e o Japão, a Alemanha também tinha ambições territoriais. A primeira grande anexação ocorreu em 1938, quando a Áustria foi incorporada ao Reich sob a justificativa de unir os povos germânicos. Em seguida, ocorreu a anexação da região dos Sudetos, pertencente à Tchecoslováquia.
Essas anexações eram parte central da ideologia nazista, que promovia a ideia de "Espaço Vital" (Lebensraum) para os arianos. Essa doutrina defendia a necessidade de expansão territorial para garantir recursos suficientes para o desenvolvimento da raça ariana.
A guerra começou oficialmente em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pela Alemanha, levando o Reino Unido e a França a declararem guerra dois dias depois. Na Europa, o conflito só terminaria em 8 de maio de 1945, e na Ásia, com a rendição do Japão em setembro de 1945.
A Segunda Grande Mundial terminaria com a morte de 45 milhões de pessoas.
Fracasso da Liga das Nações
A Liga das Nações foi criada em 1920, após a Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de promover a paz e a cooperação internacional. No entanto, falhou em cumprir seu propósito por várias razões:
- Falta de autoridade: a Liga não tinha força militar própria e dependia dos membros para impor suas resoluções. Quando países como Japão, Itália e Alemanha desafiaram suas determinações, a Liga não conseguiu agir com firmeza.
- Desrespeito às resoluções: a invasão da Manchúria pelo Japão (1931), a invasão da Etiópia pela Itália (1935) e a reocupação da Renânia pela Alemanha (1936) foram claros exemplos da incapacidade da Liga em deter a agressão.
- Ausência dos EUA: os Estados Unidos, uma das maiores potências da época, não se juntaram à Liga, o que enfraqueceu ainda mais sua autoridade e capacidade de ação.
A ineficácia da Liga das Nações em manter a paz permitiu que potências agressoras, como Alemanha, Itália e Japão, continuassem a expandir seus territórios sem enfrentar consequências imediatas.
Leia também:
- Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945): o que foi, as causas e fases
- Início da Segunda Guerra Mundial
- Consequências da Segunda Guerra Mundial
Referências Bibliográficas
ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática, 2007.
FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.
GEARY, Dick. Hitler e o Nazismo. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
BEZERRA, Juliana. Principais causas da Segunda Guerra Mundial. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/causas-da-segunda-guerra-mundial/. Acesso em: