Confúcio
K'ung Ch'iu, K'ung Chung-ni ou Confúcio para os ocidentais foi um mestre chinês nascido, provavelmente, em 552 a.C.
Sua filosofia, baseada na bondade humana e na benevolência, influenciaram a cultura chinesa e asiática.
Biografia
Nasceu em 551 a.C e ficou órfão de pai aos três anos de idade. Sua família era nobre, mas se encontrava empobrecida.
Desde muito cedo trabalhou para ajudar no sustento da casa e se emprega como pastor, guarda-livros, etc. Na adolescência decide aprofundar seus estudos e tornar-se um sábio.
Confúcio não fazia distinção entre seus discípulos e se propunha a ensinar a todos, algo inédito na sociedade chinesa da época.
Ele considerava que pessoas diferentes necessitam métodos de ensino e obras diferenciados, mas não rejeitava um discípulo por conta da sua condição social.
Como era costume, os discípulos acompanhavam o mestre em suas andanças.
Por isso, escutavam e questionavam o mestre sobre diversos temas. Nesses diálogos é que acontecia a aprendizagem. O objetivo dos seguidores era adquirir sabedoria para se empregarem como funcionários ou mestres.
Apesar de muitos considerarem o confucionismo como religião, na verdade, não podemos considerá-lo como tal. Afinal, Confúcio não pregava a adoração de um deus ou instituiu dogmaticamente uma crença. Seu pensamento estava destinado a servir como orientação para uma vida melhor.
Morre aos 72 (ou aos 73) anos na sua cidade natal, entristecido porque nenhum príncipe se interessou por seus ensinamentos.
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Contexto Histórico
A partir do século VII a.C, ocorrem guerras e profundas mudanças sociais que desmoronam a sistema feudal. Muitos funcionários percorreram o território chinês sem ocupação e ofereceram seus conhecimentos para aqueles que desejavam adquirir sabedoria.
Desta maneira, os funcionários se transformam em mestres particulares e nesta época surgem as duas correntes de pensamento chinês: o Taoísmo e o Confucionismo.
Confúcio também vai de principado em principado oferecendo seus serviços e é considerado o primeiro professor particular da China.
Para Confúcio a única desigualdade entre os homens deveria ser entre aqueles que queriam adquirir conhecimentos ou não.
Filosofia
A filosofia de Confúcio se baseia na bondade humana e pode ser resumida na célebre frase "não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a ti." A seguir, confira uma síntese das ideias de Confúcio sobre alguns temas:
Natureza Humana
Segundo Confúcio, o ser humano é bom por natureza.
O pensador chinês rompe com a concepção aristocrática de homens superiores e inferiores. Ele dá um sentido moral e independente de sua condição de nascimento uma pessoa deve procurar se aperfeiçoar moralmente.
Que virtudes o ser humano deve cultivar? Sabedoria, sentido de responsabilidade, benevolência (sentido de humanidade) e a capacidade de se colocar no lugar do outro.
Por que devemos nos preocupar com os demais? É nosso dever. O homem verdadeiramente moral, não faz esta pergunta. A segunda resposta seria o pacto social: eu me comporto bem e espero que os outros se comportem bem comigo e assim podemos viver em sociedade.
Governo
Segundo Confúcio, um bom governo se baseava na preocupação do bem-estar, na felicidade dos indivíduos, no bom exemplo do uso do poder e na confiança na bondade humana.
Confúcio também alertava que os governantes deveriam estar atentos ao que chamamos hoje de “bem comum”. Igualmente, o povo teria direito de se rebelar, caso visse que seus interesses não estavam bem defendidos.
Religião
O confucionismo rompe com a religião tradicional da época. Na China acreditava-se numa vida pós-morte onde a hierarquia social na terra se repetiria no outro mundo. Assim, um nobre continuaria sendo nobre e um servo continuaria a servir este mesmo nobre.
Confúcio chama atenção dos discípulos que não deveriam se preocupar com o mundo após a morte, porque não era possível conhecê-lo nesta vida. Assim era melhor cultivar virtudes que nos ajudassem a ser melhores pessoas e ainda auxiliar a outras a serem felizes.
Neste ponto, as ideias de Confúcio se parecem com as dos agnósticos.
Obras
Apesar de ser um filósofo renomado é pouco provável que Confúcio tenha escrito algo em vida. Seus livros, provavelmente, são coletâneas recolhidas por seus discípulos. Em seus aforismos é preciso ser um leitor muito ativo, pois aquelas frases são ditas para provocar e deixar que o leitor tire suas próprias conclusões.
Suas ideias se encontram reunidas nos Quatro Livros:
- Lun Yu - Diálogos, Analectos
- Dà Xué - Grande Ensinamento
- Zhong Young - A Doutrina do Meio.
- Mêncio - Mèng Zi
Frases
- Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.
- Se queres prever o futuro, estuda o passado.
- O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros.
- O silêncio é um amigo que nunca trai.
- Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.
- Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.
Quiz de personalidades que fizeram história
BEZERRA, Juliana. Confúcio. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/confucio/. Acesso em: