Construtivismo nas Artes
O Construtivismo representou um movimento de vanguarda artística que se manifestou nas artes plásticas, escultura, arquitetura, cenografia, dança, fotografia e design.
Ele surgiu no início do século XX na capital russa, Moscovo, e durou até meados da década de 1920 influenciando o movimento artístico da Bauhaus.
Essa vertente de influência futurista, esteve preocupada em mostrar uma nova configuração da arte, influenciada pela Revolução Industrial.
Assim, ele propôs uma arte que rompia com o passado tradicional, trazendo à tona outras formas de apresentação, associados aos avanços técnicos e tecnológicos modernos como, por exemplo, as máquinas, engenharia, eletrônica, evolução fabril, dentre outros.
Para isso, os artistas construtivistas, sobretudo os precursores e fundadores do movimento Vladimir Tatlin, Aleksandr Rodchenko, El Lissitzky e Naum Gabo, utilizaram a tridimensionalidade, o relevo, o objeto industrial, a fotografia, a tipografia e a moda para expressarem os ideais do movimento.
Embora tenha influenciado grande parte da arte moderna ocidental, no Brasil, o movimento concretista e neoconcretista foram os que mais se aproximaram do Construtivismo russo.
Para saber mais: Concretismo e Neoconcretismo
Contexto Histórico
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Rússia teve um papel preponderante na “Tríplice Entente”, (grupo formado pela França, Inglaterra e Rússia) e na Revolução Russa (1917), que pôs fim ao regime czarista, com a abdicação do Czar Nicolau II.
Esses acontecimentos ambientaram o momento em que o Construtivismo despontava para aliar-se à nova configuração da sociedade socialista e pós Revolução Industrial.
Nesse contexto da industrialização, ocorre a substituição dos homens (ou das ferramentas) pelas máquinas, e sobretudo do modo de produção artesanal (doméstico) para a produção industrial (fabril), ou seja, a produção em massa.
De tal modo, a arte construtivista, inspirada nas novas conquistas da revolução operária bolchevique, liderados por Lenin (1870-1924) e Trotsky (1879-1940), tornou-se um instrumento de transformação social, buscando assim, satisfazer as necessidades humanas.
Promoveu uma faceta cultural durante a Revolução, no entanto, o próprio regime soviético, que sustentou e fomentou essa tendência durante anos, terminou quando Stálin chega ao poder.
Por fim, ao lado do Suprematismo, o Construtivismo representou um dos mais importantes movimentos revolucionários de vanguarda russa.
Principais características
As principais características do movimento construtivista foram:
- Rompimento com a arte clássica, tradicional e acadêmica
- Utilização de outros suportes, colagens e objetos (pré-fabricados e de uso comum: madeira, plástico, ferro, vidro, arame, etc.)
- Arte Geométrica, abstrata e tridimensional
- Anti-arte e experimentações artísticas
- Influência do futurismo, marxismo e racionalismo científico
- Contrário ao naturalismo e expressionismo
- Temas de cunho político e sociais
Principais representantes
Os principais artistas do Construtivismo russo foram:
- Vladimir Evgrafovič Tatlin (1885-1953): artista plástico, escultor, arquiteto e cenógrafo ucraniano.
- Aleksandr Mikhailovich Rodchenko (1891-1956): artista plástico, escultor, designer e fotógrafo russo.
- Lazar Markovich Lissitzky, “El Lissitzky” (1890-1941): arquiteto, designer e fotógrafo russo
- Naum Neemia Pevsner, “Naum Gabo” (1890-1977): pintor, escultor e cenógrafo russo
Construtivismo nas Artes. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/construtivismo-nas-artes/. Acesso em: