Contracultura

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

Na sociologia, a contracultura refere-se a um movimento libertário de contestação que surgiu na década de 60 nos Estados Unidos.

Representou um movimento de rebeldia e insatisfação que rompeu com diversos padrões, ao contestar de forma radical comportamentos da cultura dominante. No entanto, vale lembrar que ele possui um caráter pacífico.

Possuía um teor social, artístico, filosófico e cultural, e se posicionou contra valores disseminados pela indústria e o mercado cultural.

Isso mudou significativamente os valores e os comportamentos dessa época, sobretudo nos jovens, os grandes líderes do movimento.

A cultura desse movimento está relacionada com a cultura marginal, alternativa e underground e recebe esse nome por se posicionar contra a cultura dominante, a cultura erudita.

Resumo

A contracultura representou, um grande movimento de contestação de valores que surge nos anos 50 nos Estados Unidos, com a Geração Beat. Ele teve seu apogeu na década de 60 donde os jovens representavam a maior parcela do movimento.

Com o intuito de alertar para alguns valores disseminados pela indústria e os meios de comunicação, a geração beat teve grande importância nessa fase inicial.

Precursores do movimento da contracultura, eles eram jovens intelectuais que valorizavam a simplicidade, o amor, a natureza, como forma de tornar a liberdade sua mais forte característica.

Eles alertavam que o anticonsumismo levaria a uma libertação do espírito, a luta pela paz e ainda, a valorização das minorias.

Contra os valores capitalistas impostos e o conservadorismo, eles propunham uma vida livre com liberdade dos relacionamentos, seja amoroso e sexual.

Essa inovação de valores se deu com a aproximação das religiões orientais (budismo, o hinduísmo, etc.) bem como de novos hábitos, por exemplo, o vegetarianismo e o uso de drogas psicodélicas.

Com isso, eles buscavam a libertação de uma sociedade que, segundo eles, estaria sendo engolida por padrões e valores capitalistas principalmente com o crescimento dos meios de comunicação.

Baseado nesses objetivos, o movimento hippie teve seu auge na década de 70 questionando essas normas impostas. E, da mesma maneira, propondo uma mudança de valores e comportamentos que levassem a liberdade de pensamento e de atos.

Foi assim que os hippies se engajaram politicamente e se libertaram do conservadorismo, do totalitarismo e do tradicionalismo vigentes, impulsionados por movimentos culturais, artísticos, filosóficos e sociais.

A ideia era que o lema “paz e amor” (peace and love) ou ainda, “faça amor, não faça guerra” (make love not war), refletisse uma vida comunitária de luta contra a paz. Além disso, a igualdade e o fim das injustiças eram outros objetivos do movimento.

Foi assim, que eles deixaram o conforto de seus lares para viverem em sociedades mais “abertas” (naturistas e de valorização da natureza) através de um estilo de vida nômade.

As vestimentas do hippies eram próprias e avessas aos “modismos” impostos pela indústria cultural. Utilizavam calças boca de sino, sandálias, roupas multicoloridas e rasgadas. Ademais, os cabelos compridos eram escolhidos para ambos os sexos.

Mesmo tendo origem nos Estados Unidos, a contracultura se disseminou rapidamente por países da América Latina e da Europa.

Movimento Musical

A música foi uma das mais importantes ferramentas de contestação desse movimento libertário, com figuras como Janis Joplin, Jimi Hendriz, Bob Marley, Jim Morrison, etc. A mescla e o surgimento de novos gêneros musicais foi uma característica importante da época.

Contracultura
Festival do Woodstock, 1969

O surgimento de festivais foi uma das importantes manifestações do qual merece destaque o "Festival do Woodstock", realizado em agosto de 1969 e considerado um marco do movimento musical da contracultura.

Contracultura no Brasil

No Brasil, os movimentos de contracultura que sofreram influência estadunidense tiveram início na década de 60, com uma juventude que começa a se engajar politicamente.

Com a industrialização do Brasil, cada vez mais, os jovens se reuniam em movimentos estudantis para negar diversos aspectos e comportamentos da cultura dominante.

O surgimento da bossa nova e da consolidação da MPB (Música Popular Brasileira) representaram movimentos associados a contracultura no Brasil, além do rock’n’roll.

Todos buscavam a mudança de valores da sociedade, e da mesma forma que nos Estados Unidos, pregavam a paz, a harmonia e a igualdade.

Também no cinema e outras formas artísticas o movimento de contracultura fez-se presente no Brasil, Destacam-se o Cinema Novo, a cultura engajada dos Centros Populares de Cultura e o movimento do Tropicalismo. Todos eles possuíam uma visão crítica da situação política e social do país.

Exemplos de Contracultura

Como exemplos de movimentos relacionados com a contracultura temos:

  • Movimento Beatniks
  • Movimento Hippie
  • Movimento Punk
  • Movimento Anarquista

Saiba mais:

Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.