Crise hídrica no Brasil
A crise hídrica é resultado dos baixos níveis de água nos reservatórios, no momento em que deveriam estar em níveis normais para atender as necessidades da população.
No Brasil, a falta de água tornou-se mais grave a partir do ano de 2014. Na ocasião, a região Sudeste foi a principal afetada. A atual crise hídrica do Brasil é considerada a pior da história.
Apesar do Brasil apresentar quase um quinto das reservas hídricas do mundo, a falta de água é uma realidade em várias regiões do país. Alguns estudos indicam que os episódios de falta de recursos hídricos devem se repetir nos próximos anos.
Além disso, a água não é igualmente distribuída no território brasileiro. Por exemplo, a região Norte concentra a maior parte das reservas hídricas do país, ao mesmo tempo em que é a região com a menor densidade demográfica.
No Sudeste e Nordeste, onde está concentrada a maior parte da população e atividades industriais, existem poucas reservas hídricas.
Causas da crise hídrica no Brasil
Existem várias causas para a falta de água no Brasil, as principais são: aumento do consumo de água, desperdício de água, diminuição do nível de chuvas.
Aumento do consumo de água
Apesar da água possuir capacidade de renovação, o seu consumo ainda é maior do que essa capacidade.
No Brasil, o aumento do consumo de água deve-se ao crescimento populacional, industrial e da agricultura.
Para se ter um exemplo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), de cada cem litros de água consumidos, 72 são usados na irrigação agrícola.
Desperdício de água
Como vimos, grande parte do consumo de água no Brasil deve-se à irrigação na agricultura. Porém, o setor também é um dos maiores responsáveis pelo desperdício de água.
O desperdício também ocorre no cotidiano das pessoas, por exemplo: ao deixar torneiras abertas por muito tempo, banhos prolongados e vazamentos.
Diminuição do nível de chuvas
O desmatamento na floresta amazônica é também diretamente relacionado a falta de chuva no país.
Mas qual é a relação entre a falta de chuvas e a Amazônia?
Isso ocorre devido ao fenômeno dinâmico dos "rios voadores", que leva umidade a várias regiões da América do Sul.
O processo ocorre da seguinte forma:
- O vapor de água formado nas águas tropicais do oceano Atlântico encontra-se e é alimentado pela umidade da floresta amazônica;
- Toda essa umidade atravessa a Amazônia até encontrar o paredão da Cordilheira dos Andes;
- Ali, uma parte da umidade transforma-se em chuva e alimenta nascentes de grandes rios, como o Rio Amazonas;
- A outra parte é direcionada para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, ocasionando as chuvas.
Regiões afetadas pela crise hídrica
A região Sudeste foi a mais afetada pela crise da falta de água em 2014 e 2015. O sistema Cantareira, em São Paulo, foi o que mais sofreu com a estiagem. Ele atende mais de 9 milhões de pessoas.
A capacidade do sistema é de 1,46 trilhão de litros, dos quais 973 bilhões constituem o chamado "volume útil". Esse volume corresponde a reserva de água acumulada acima do nível das comportas. Foi esse volume que se esgotou em 2014.
Passou a ser usado, então, o chamado "volume morto", que se situa abaixo do nível das comportas e que nunca havia sido utilizado. Em 2016, o volume do sistema Cantareira começou a retornar à normalidade.
Os reservatórios dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais também apresentaram níveis preocupantes.
A região Nordeste também enfrenta a crise hídrica, inclusive, há mais tempo do que os estados da região Sudeste e que dura até o momento.
Enquanto a região Sudeste recuperou os níveis de água de seus reservatórios, o Nordeste é afetado pela pior seca do século. Essa situação levou várias cidades nordestinas a declarar estado de emergência ou calamidade pública entre 2015 a 2017.
Consequências da crise hídrica
Entre as consequências da crise hídrica no Brasil estão:
- Redução da oferta de alimentos;
- 62% da energia do Brasil é gerada em usinas hidrelétricas. Assim, a falta de água também compromete o fornecimento de energia elétrica;
- Diminuição da oferta de água para a população;
- Impactos na economia.
Soluções para a crise hídrica
Para enfrentar a escassez de água algumas atitudes devem ser adotadas. As ações envolvem o nível governamental, comunitário e individual. São elas:
- Utilizar a água de maneira racional;
- Reuso da água;
- Reutilizar a água da chuva;
- Conservar as bacias hídricas, nascentes de água e rios;
- Técnicas de irrigação mais eficientes;
- Tratamento de água.
Leia também:
MAGALHÃES, Lana. Crise hídrica no Brasil. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/crise-hidrica-no-brasil/. Acesso em: