Dom Quixote
Dom Quixote de La Mancha (em espanhol, Don Quijote de la Mancha) é uma obra escrita pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes e Saavedra (1547-1616).
Trata-se de uma sátira às antigas novelas de cavalaria, considerada uma das maiores obras da literatura espanhola e um clássico da literatura universal.
O livro, lançado em 1605, inaugurou o romance moderno e hoje conta com muitas versões traduzidas para inúmeras línguas.
O título original é “O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha” (El ingenioso Fidalgo Don Quijote de la Mancha, em Espanhol).
Quem foi Dom Quixote?
Seu personagem, um nobre espanhol de idade avançada (cerca de 50 anos), foi imortalizado e até os dias de hoje reúne diversas paródias.
São elas: vídeos, músicas, peças teatrais, quadrinhos, animações, esculturas, pinturas, dentre outras.
O romance é contrário as novelas de cavalaria, constituídas de belos heróis e seus grandes feitos em busca da justiça, da amada e dos dogmas da Igreja.
Dom Quixote é um cavaleiro andante, nomeado por Sancho como “Cavaleiro da Triste Figura”. Isso porque não é belo e impulsionado por sua “loucura” sempre acaba se dando mal.
No entanto, sua figura de cavaleiro andante é fomentada pelo lema “fazer o bem” e encontrar sua nobre donzela imaginária.
Saiba mais sobre seu criador, o escritor Miguel de Cervantes.
Estrutura da Obra
Dom Quixote é uma paródia bem-humorada dos romances de cavalaria (desenvolvidos durante a Idade Média) composta por 126 capítulos, os quais foram divididos em duas partes.
Cervantes começou a escrever em 1580, sendo que a primeira parte foi escrita em 1605 e a segunda em 1615.
Resumo da Obra
A história relata os feitos de um ingênuo e fidalgo cavaleiro medieval, Dom Quixote. Ao lado dele, estão seu cavalo Rocinante e seu fiel amigo e escudeiro: Sancho Pança.
Ávido leitor dos romances de cavalaria, Dom Quixote cria seu próprio mundo ao se lançar em diversas aventuras.
Ele vai em busca de justiça e de sua bela donzela imaginária (Dulcineia de Toboso), tal qual ocorriam nas novelas de cavalaria.
Ainda que muitas passagens sejam “invenção” de seu protagonista, o romance possui um caráter realista.
Vale notar que seu companheiro Sancho apresenta discursos mais coesos e realistas que seu protagonista.
O romance relata as histórias e peripécias vividas por Quixote e seu companheiro nas regiões espanholas: La Mancha, Aragão e Catalunha.
O grande valor humorístico de tais passagens é encontrado entre as fantasias e loucuras de seu protagonista e a dura realidade vivida.
Em meio a sua “loucura”, Quixote trava batalhas com moinhos de vento (que imaginou serem gigantes). Além disso, guerreia contra o “exército de ovelhas” (que resulta numa surra dos pastores do rebanho).
A novela acaba quando Dom Quixote volta ao “mundo real”, ou seja, quando ele retorna à casa e percebe que não há heróis no mundo.
Segue abaixo um dos trechos mais famosos da obra: o encontro com os moinhos de vento.
“O destino vai guiando as nossas coisas melhor do que pudéramos desejar; pois vê lá, amigo Sancho Pança, aqueles trinta ou pouco mais desaforados gigantes, com os quais penso travar batalha e tirar de todos a vida, com cujos despojos começaremos a enriquecer, pois esta é boa guerra, e é grande serviço de Deus varrer tão má semente da face da terra.
— Que gigantes? - disse Sancho Pança.
— Aqueles que ali vês - respondeu seu amo -, de longos braços, que alguns chegam a tê-los de quase duas léguas.
— Veja vossa mercê - respondeu Sancho - que aqueles que ali aparecem não são gigantes, e sim moinhos de vento, e o que neles parecem braços são as asas, que, empurradas pelo vento, fazem rodar a pedra do moinho”
Frases da Obra
- “Esse meu mestre, por mil sinais, foi visto como um lunático, e também eu não fiquei para trás, pois sou mais pateta que ele, já que o sigo e o sirvo, se é verdadeiro o refrão que diz: ‘diga-me com quem anda e te direi quem és’ e o outro de ‘não com quem nasce, mas com quem passa’.”
- “A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os homens receberam dos céus. Com ela não podem igualar-se os tesouros que a terra encerra nem que o mar cobre; pela liberdade, assim como pela honra, se pode e deve aventurar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pôde vir aos homens.”
- “Embora eu saiba que não exista magia no mundo que possa mover e forçar a vontade - como alguns simplesmente acreditam -, é livre a nossa vontade, e não existe erva nem encanto que a force.”
- “Entre os pecados maiores que os homens cometem, ainda que alguns digam que é a soberba, eu digo que é a falta de agradecimento.”
Confira a obra na íntegra, fazendo o download do pdf aqui:
Música
A Banda Engenheiros do Havaii lançou uma música intitulada Dom Quixote:
Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos, mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça
Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra
Vaidades que a terra um dia há de comer
Ás de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário
Muito prazer, me chamam de otário
Por amor às causas perdidas
Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer, ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
DIANA, Daniela. Dom Quixote. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/dom-quixote/. Acesso em: