Doutrina Truman

A “Doutrina Truman” corresponde ao conjunto de estratégias econômicas, diplomáticas e militares de alcance global.

Foram realizadas pelo governo dos Estados Unidos da América a partir de 1947. O intuito era impedir a proliferação do comunismo e garantir o pleno funcionamento do capitalismo mundial diante das manobras da política soviética.

Contexto Histórico

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Europa encontrava-se totalmente em ruínas.

Ela necessitava urgentemente de apoio para se recuperar da guerra, honrar suas dívidas e retomar o consumo.

Os Estados Unidos e a União Soviética se tornam as nações internacionais hegemônicas e as maiores potências militares.

Passaram a atrair as nações destruídas pela guerra para suas respectivas esferas de influência.

No ano seguinte, em março de 1946, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill faz críticas duras aos soviéticos e seu controle sobre o leste europeu.

Ele Prenunciou a ruptura política que viria, já que afirmava que a União Soviética era o próximo inimigo depois dos nazistas.

Em janeiro de 1947, o diplomata George Frost Kennan (1904-2005) encaminha ao secretário de Estado de Truman, George C. Marshall (1880-1959) o relatório que embasou a doutrina de contenção.

Consequentemente, o Presidente Harry S. Truman (1945-1953) apresentou ao Congresso dos Estados Unidos a “Doutrina Truman”, inicialmente para amparar a Turquia e a Grécia em guerra civil e salvaguardar os interesses estadunidenses naquelas regiões.

Paralelamente, os EUA cancelaram a desmobilização de suas tropas e deram início ao rearmamento, fator que desencadeou uma corrida armamentista entre as duas potências.

No dia 12 de março de 1947, o presidente Truman discursa ao Congresso Nacional alertando sobre a ameaça comunista e afirmando o compromisso que os EUA deveriam assumir na luta contra os soviéticos.

Por conseguinte, a ajuda financeira viria entre 1947 e 1951, por meio do Plano Marshall, em uma quantia substancial (mais de 135 Bilhões de dólares corrigidos para os dias atuais) para a reconstrução da Europa.

Na ocasião, o líder soviético Josef Stalin (1879-1953) recusou o convite para aderir ao Plano, agravando ainda mais a cisão.

Vale ressaltar que a Doutrina Truman tinha em vista proteger o capitalismo mundial, enquanto o Plano Marshall buscava o fortalecimento e ampliação do sistema capitalista.

Enquanto isso, nos EUA, o senador Joseph Macarthy (1908-1957) empreendia uma caça nacional aos comunistas, no que ficou conhecido como macarthismo (1947 a 1957).

A tensão mundial aumenta quando, em 1949, a URSS testa sua primeira bomba atômica, o que levou a criação imediata do bloco militar capitalista, liderado pelos EUA, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A ação militar dos Estados Unidos é bem intensa sob a Doutrina Truman, com intervenções militares nas guerras:

  • Guerra da Coreia (1950-1953)
  • Guerra do Vietnã (1955-1975)
  • invasão de Cuba (abril de 1961)
  • Guerra do Irã (1980 e 1988)
  • Guerra Civil da Guatemala (1960 e 1996)

Em 1952, os EUA detonam a primeira bomba de hidrogênio para intimidar a URSS. A resposta foi a criação de arma idêntica em 1955, mesmo ano em que os soviéticos celebram o Pacto de Varsóvia, a aliança militar do bloco socialista.

Por fim, vale ressaltar que o governo norte-americano incentivou golpes militares em países que corriam o risco de serem dominados pelo socialismo.

Contudo, esta política de intervenção internacional começa a perder força com a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã (1989) e com a desintegração do bloco soviético em 1991.

Principais Características

A principal medida empreendida pelos EUA, sob a luz da Doutrina, foram os auxílios financeiros aos países capitalistas que concordassem com os termos estadunidenses para concessão de empréstimos.

Por outro lado, os diplomatas norte-americanos realizavam sua própria luta para conquistar aliados na guerra ideológica contra a União Soviética.

Contudo, em situações de “perigo”, os EUA interferiram militarmente em qualquer ponto em que julgassem necessário.

Assim, durante todo o período da Guerra Fria (1947 e 1989), a política norte-americana cerceou a expansão do socialismo, principalmente nos países capitalistas mais frágeis e suscetíveis ao sistema socialista.

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