Egito: mapa, história, dados gerais e mais informações

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

O Egito é um país localizado no nordeste da África, conhecido por sua história milenar e rica cultura. Com uma população majoritariamente muçulmana, o Egito tem o árabe como língua oficial e Cairo como sua capital.

Sua história abrange mais de 5.000 anos, desde as antigas civilizações faraônicas, passando pelas conquistas de Alexandre, o Grande, e o domínio romano, até a independência do século XX e as recentes transformações políticas.

Culturalmente, o Egito é um importante centro no mundo árabe, especialmente nas áreas de música, cinema e literatura. Monumentos como as pirâmides de Gizé e o Templo de Karnak continuam a atrair turistas e estudiosos.

A culinária egípcia e tradições como a dança do ventre também fazem parte significativa do patrimônio cultural do país. A economia é diversificada, com destaque para o turismo, agricultura e a extração de petróleo e gás natural.

Mapa do Egito

Características Gerais

Capital Cairo
Extensão territorial 1.002.000 km²
População 111 milhões de habitantes
Idioma Árabe
Moeda Libra egípcia
PIB US$ 398,39 bilhões

Bandeira e seu significado

A bandeira do Egito é composta por três faixas horizontais de cores vermelha, branca e preta. No centro da faixa branca, há uma águia dourada de Saladino, que é o emblema nacional do país.

A cor vermelha representa o período pré-revolução e a luta contra a opressão. A cor branca simboliza a revolução pacífica de 1952, que derrubou a monarquia, enquanto o preto representa o fim da opressão do povo egípcio.

Bandeira do Egito

História

O Egito possui uma das histórias mais influentes do mundo, com uma civilização que remonta a mais de 5.000 anos.

A história do Egito Antigo é marcada por uma sequência de dinastias de faraós, que construíram monumentos grandiosos como as pirâmides de Gizé, o Templo de Karnak e o Vale dos Reis. Estes faraós eram considerados deuses vivos e governavam com poder absoluto, deixando um legado de conquistas arquitetônicas e artísticas impressionantes.

Durante o Novo Império (c. 1550-1070 a.C.), o Egito se expandiu territorialmente e floresceu economicamente. A civilização egípcia influenciou profundamente outras culturas mediterrâneas, através do comércio e da conquista.

Pirâmides de Gizé
Pirâmides de Gizé

A partir de 332 a.C., o Egito foi conquistado por Alexandre, o Grande, e posteriormente tornou-se parte do Império Romano em 30 a.C. Após a queda de Roma, o Egito foi islamizado e arabizado com a conquista pelos árabes no século VII, tornando-se um centro do mundo islâmico.

No século XIX, o Egito tornou-se um protetorado britânico, e somente em 1952 conquistou a independência total com a Revolução Egípcia, que levou à abdicação do rei Farouk e à instalação de uma república liderada por Gamal Abdel Nasser.

Mais recentemente, a revolução de 2011, parte da Primavera Árabe, resultou na derrubada do presidente Hosni Mubarak, sinalizando um período de tumulto político e social que continua a moldar o país.

Aprofunde os seus estudos sobre o Egito Antigo.

Cultura

A herança do Antigo Egito ainda é visível em monumentos, múmias, e artefatos que atraem turistas de todo o mundo. Os egípcios antigos fizeram avanços significativos em áreas como a escrita (hieróglifos), arquitetura (pirâmides e templos), e arte (esculturas e pinturas), que continuam a ser estudados e admirados.

No Egito moderno, a maioria da população é muçulmana, e o Islã desempenha um papel central na vida cultural e religiosa. Festivais religiosos como o Ramadã e o Eid são amplamente celebrados. O calendário islâmico regula os rituais e festividades anuais, que são ocasiões de grande importância social e cultural.

Além disso, o Egito é um importante centro cultural no mundo árabe, particularmente no que se refere à música, cinema e literatura.

Cidade do Cairo, capital do Egito
Cidade do Cairo, capital do Egito

Cairo, a capital, é frequentemente referida como "Hollywood do Oriente Médio" devido à sua produtiva indústria cinematográfica. Escritores egípcios como Naguib Mahfouz, ganhador do Prêmio Nobel, contribuíram significativamente para a literatura árabe moderna.

A culinária egípcia é outra faceta importante da cultura, com pratos tradicionais como koshari, ful medames e molokhia sendo amplamente apreciados. A dança do ventre, também conhecida como dança oriental, é um ícone cultural do Egito, famosa por sua elegância e complexidade.

Economia

A economia do Egito é diversificada, com setores importantes como agricultura, turismo, indústria e serviços. O Canal de Suez é uma das principais fontes de receita, ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho.

A agricultura é centrada no Vale do Nilo, onde se cultivam algodão, arroz, trigo e frutas. A indústria inclui a produção de têxteis, produtos químicos e construção.

Agricultura nas margens do Nilo
Agricultura nas margens do Nilo

O turismo, apesar de ter enfrentado desafios, continua a ser um setor vital, atraindo milhões de visitantes aos seus sítios históricos e resorts no Mar Vermelho. Cabe também ressaltar a importância do turismo histórico-cultural devido à enorme influência do país na história da humanidade como um todo.

Um ponto de destaque recente é a entrada no grupo dos BRICS+. No final de 2023, o país foi convidado para entrar no grupo, consolidando sua importância como maior economia do continente africano e também sua crescente relevância no cenário geopolítico mundial.

População

Com cerca de 102 milhões de habitantes, o Egito é o país mais populoso do mundo árabe. A maioria da população vive ao longo do Vale e Delta do Nilo, onde as condições são mais favoráveis para a agricultura. Cairo e Alexandria são as principais cidades.

A sociedade egípcia é jovem, com uma média de idade de cerca de 24 anos. O árabe é a língua oficial e o Islã é a religião predominante, com uma minoria cristã copta significativa.

Relevo

O relevo do Egito é caracterizado predominantemente por extensas áreas de deserto. O Deserto do Saara, ao oeste do Nilo, e o Deserto da Arábia, a leste do Nilo, compõem a maior parte da paisagem egípcia. Estes desertos são vastos e áridos, cobertos por dunas, planícies rochosas e poucos oásis.

As áreas férteis se concentram no Vale do Nilo e no Delta do Nilo. O Vale do Nilo é uma estreita faixa de terra fértil que se estende ao longo do rio, enquanto o Delta do Nilo é uma região triangular onde o Nilo se divide em vários ramos antes de desaguar no Mar Mediterrâneo.

Ao sul do Egito, próximo à fronteira com o Sudão, encontra-se o Lago Nasser, um grande reservatório artificial criado pela construção da Barragem de Aswan. As terras altas e montanhas são mais comuns na península do Sinai, com o Monte Sinai sendo o ponto mais alto, famoso por seu significado religioso.

Clima

O Egito possui um clima predominantemente desértico, com temperaturas elevadas durante o dia e baixas durante a noite. Nas áreas desérticas, as temperaturas no verão podem ultrapassar os 40°C, enquanto as noites são frescas, com temperaturas caindo drasticamente.

Nas regiões costeiras, como Alexandria e a costa do Mar Vermelho, o clima é mediterrâneo, com invernos amenos e verões quentes e secos. A precipitação é escassa em todo o país, com a maior parte das chuvas ocorrendo no norte, especialmente durante os meses de inverno.

No Delta do Nilo e ao longo da costa mediterrânea, as chuvas são mais frequentes, mas ainda assim esparsas. A aridez do clima tem um impacto significativo na vegetação e na vida animal do país, restringindo a maior parte da atividade agrícola às áreas irrigadas pelo Nilo.

Vegetação

A vegetação natural do Egito é limitada e adaptada às condições áridas do deserto. As plantas são geralmente resistentes à seca, como cactos e plantas suculentas. Nas áreas desérticas, a vegetação é esparsa e composta principalmente por arbustos e gramíneas que podem sobreviver com pouca água.

No entanto, o Vale do Nilo e o Delta do Nilo apresentam uma vegetação mais densa e variada devido à disponibilidade de água do rio.

Palmeiras, papiros e diversas plantas cultivadas, como trigo, cevada e frutas cítricas, são comuns nessas áreas férteis. O papiro, uma planta aquática, foi historicamente importante para os antigos egípcios, que a utilizavam para fazer papel.

Hidrografia

A hidrografia do Egito é dominada pelo Rio Nilo, que é o mais longo do mundo, estendendo-se por cerca de 6.650 quilômetros. O Nilo atravessa o Egito de sul a norte, sendo a principal fonte de água doce e sustento para a agricultura, pesca e consumo humano.

Ao longo do rio, várias barragens e canais foram construídos para controlar as inundações e irrigar as terras agrícolas. A Barragem de Aswan, uma das mais notáveis, criou o Lago Nasser, um grande reservatório que ajuda na regulação do fluxo do Nilo e fornece energia hidrelétrica.

Além do Nilo, o Canal de Suez, que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, é uma via navegável crucial para o comércio internacional, permitindo a passagem de navios entre a Europa e a Ásia sem a necessidade de contornar a África.

Para saber mais sobre o assunto, leia:

Referências Bibliográficas

IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Disponível em: https://paises.ibge.gov.br/#/mapa/egito. Acesso em: 29/07/2024
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Conecte: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2014.

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.