Engenharia genética: entenda o que é e suas aplicações (com exemplos)

Rubens Castilho
Rubens Castilho
Professor de Biologia e Química Geral

Engenharia genética refere-se às técnicas e recombinação dos genes de seres vivos. Essas técnicas envolvem conhecimentos científicos como genética, biologia molecular e bioquímica.

A engenharia genética tem aplicações em áreas como medicina, agricultura e pecuária, sendo desenvolvida a partir dos anos 1970.

Aplicações e exemplos da engenharia genética

Clonagem

A clonagem é o processo, feito em laboratório, de reprodução de espécies geneticamente iguais. O primeiro mamífero clonado foi a ovelha Dolly, em 1996, no Reino Unido, que viveu durante seis anos. No Brasil, o primeiro mamífero clonado foi a bezerra Vitória, que nasceu em 2001.

Ovelha Dolly Engenharia genética

A clonagem reprodutiva tem como finalidade reproduzir um novo ser, idêntico a um que já existe. Em linhas gerais, no processo de clonagem retira-se uma célula de um organismo adulto e dela se extrai o núcleo (que contém o material genético). Esse núcleo é inserido num óvulo sem núcleo, dessa forma não há combinação entre heranças genéticas diferentes.

Quando o óvulo começa a se dividir, forma-se um embrião. O embrião é em seguida implantado no útero de uma fêmea da mesma espécie do organismo que foi clonado. O resultado será o clone, uma cópia do organismo do qual foi retirado o material genético.

A clonagem terapêutica é a formação de células de determinado órgão (coração, rim, fígado, cérebro), chamadas células-tronco, para substituir células doentes desses órgãos e fazê-los voltar a funcionar normalmente.

Células-tronco

Células-tronco têm a capacidade de originar diferentes células do corpo humano e, portanto, diferentes tecidos. Elas podem ser encontradas em embriões (células-tronco embrionárias), no cordão umbilical e em vários outros órgãos e tecidos humanos, como a medula óssea e a pele (células-tronco adultas).

Produção de tecidos através de células-tronco

As células de um embrião com até catorze dias de desenvolvimento ainda não se especializaram e podem originar qualquer tipo de célula de um adulto.

No processo o núcleo de uma célula do indivíduo, cujo órgão não funciona adequadamente, é retirado e transferido para um óvulo sem núcleo. Em seguida, esse óvulo será estimulado até certo ponto.

Após isso, a massa celular resultante será acomodada em meio de cultura para receber determinados estímulos. São esses estímulos que orientarão a formação das células desejadas.

As células-tronco do sangue do cordão umbilical do recém-nascido tem hoje o uso clínico comprovado para o transplante de medula óssea.

Se quiser saber mais sobre as Células-tronco.

Transgênicos

Transgênicos são organismos geneticamente modificados, que receberam fragmentos de material genético de outro organismo, que pode ser da mesma espécie ou até de outra.

Porém, se um organismo não receber genes externos, havendo apenas manipulação do genoma, temos um OGM (Organismo Geneticamente Modificado).

Os vegetais são amplamente utilizados em pesquisas com transgênicos, sendo os mais comuns a soja e o milho. Legumes mais nutritivos, incrementados com super proteínas, verduras e grãos resistentes a agrotóxicos alimentos com menos gordura e mais saudáveis, plantas que amadurecem melhor e não sofrem com o mau tempo, são desenvolvidos por cientistas e têm gerado intensas discussões, pois ainda não se sabe se esses alimentos prejudicam ou não a saúde depois de serem ingeridos a longo prazo.

Para saber mais, leia também o artigo sobre os Alimentos Transgênicos.

Projeto Genoma Humano

É um projeto iniciado na década de 1990 e envolveu a participação de 18 países, incluindo o Brasil. Seus objetivos eram:

  1. Determinar a sequência das bases nitrogenadas do DNA humano;
  2. Identificar e mapear os genes dos 23 pares de cromossomos;
  3. Armazenar essas informações em bancos de dados;
  4. Desenvolvimento de meios para utilização dos dados para fins terapêuticos e científicos.

Em fevereiro de 2001, foi anunciado que 90% do mapeamento genético já estava concluído, com cerca de 3 milhões de pares de bases do DNA e quase 30 mil genes identificados.

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Rubens Castilho
Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.