Érico Veríssimo
Érico Veríssimo (1905-1975) foi um escritor brasileiro da segunda fase modernista, chamada de fase de consolidação.
Considerado um dos mais importantes escritores do século XX, recebeu diversos prêmios dos quais se destacam:
- "Prêmio Machado de Assis" (1954), concedido pela Academia Brasileira de Letras;
- "Prêmio Jabuti" (mais importante prêmio literário do Brasil), recebido em 1965, pelo romance “O senhor embaixador”.
Biografia de Érico Veríssimo
Érico Lopes Veríssimo nasceu no interior do Rio Grande do Sul, no município de Cruz Alta, no dia 17 de dezembro de 1905.
Seus pais, Sebastião Veríssimo da Fonseca e Abegahy Lopes, provinham de família abastada e tradicional. Contudo, perderam grande parte dos bens, motivo pelo qual Érico começou a trabalhar na juventude para ajudar sua família.
Desde cedo já era claro seu interesse pela literatura. Chegou a ler diversos clássicos brasileiros como: Aluísio de Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Coelho Neto, Oswald de Andrade e Mario de Andrade.
Foi leitor também de escritores estrangeiros como Leon Tolstoi, Balzac, Proust, Émile Zola, Dostoievski, Oscar Wilde, Friedrich Nietzsche, Aldous Huxley e Eça de Queirós.
Estudou no Colégio Elementar Venâncio Aires e, em 1920, muda-se para Porto Alegre. Na capital, esteve matriculado no Colégio Interno Protestante Cruzeiro do Sul.
A separação de seus pais, em 1922, o leva a trabalhar desde cedo como balconista numa seguradora e mais tarde, no Banco Nacional do Comércio.
De volta à sua cidade natal, torna-se sócio junto a um amigo da família, da Pharmacia Central, em 1926. Entretanto, o negócio local chega a falir em 1930, momento crucial para alavancar sua carreira literária. Isso porque ele decide voltar à Porto Alegre e viver de seus escritos.
Nessa época, chegou a se envolver com escritores renomados, sendo contratado para ocupar o cargo de secretário de redação da “Revista do Globo”.
Mais tarde, foi promovido diretor da revista e indicado para gerente do departamento editorial da “Livraria do Globo”.
Além disso, colaborou nos jornais “Diário de Notícias”, “Correio do Povo” e foi eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa.
Em 1931 casou-se com Mafalda Halfen Volpe com quem teve dois filhos: Clarissa e Luís Fernando.
Diante da censura imposta pelo Estado Novo, no início da década de 40, muda-se para os Estado Unidos. Ali, começa a lecionar Literatura e História do Brasil (1943-1945), no Mills College, em Oakland, Califórnia.
Dessa instituição, recebeu o Título Doutor Honoris Causa, em 1944. Em 1953, ocupou o cargo de Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana em Washington, onde permanece até 1956.
Érico falece dia 29 de novembro de 1975, com 69 anos, em Porto Alegre, vítima de infarto.
Principais obras de Érico Veríssimo
Érico Veríssimo possui uma vasta obra dentre contos, romances, novelas, ensaios, literatura infanto-juvenil, biografias, autobiografias e traduções.
Alguns pesquisadores afirmam que sua obra pode ser dividida em três fases: romance urbano, romance histórico e romance político.
Confira abaixo suas principais obras:
- Fantoches (1932)
- Clarissa (1933)
- A vida de Joana d’Arc (1935)
- Música ao Longe (1935)
- As aventuras do avião vermelho (1936)
- Um lugar ao sol (1936)
- Olhai os Lírios do Campo (1938)
- O urso com música na barriga (1938)
- Saga (1940)
- Gato Preto em Campo de Neve (1941)
- As Mãos de Meu Filho (1942)
- O Resto é Silencio (1943)
- A Volta do Gato Preto (1946)
- O Tempo e o Vento – 3 volumes (Vol. I “O continente” (1948), Vol. II “O retrato” (1951) e Vol. III “O arquipélago” (1961))
- Noite (1954)
- Gente e Bichos (1956)
- O Escritor Diante do Espelho (1956)
- O Senhor Embaixador (1965)
- O Prisioneiro (1967)
- Incidente em Antares (1971)
Frases de Érico Veríssimo
- “Todos nós somos um mistério para os outros... e para nós mesmos.”
- “A vida começa todos os dias.”
- “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.”
- “Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.”
- “Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo pressentidas por uma espécie de sexto sentido.”
- “Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.”
Curiosidades
- Quando tinha 4 anos, Érico quase morreu pela meningite, agravada por uma broncopneumonia.
- Em meados dos anos 30, Érico Veríssimo criou um programa infantil de auditório chamado, “Clube dos três porquinhos”, na Rádio Farroupilha. Entretanto, decide encerrar o programa por motivo de censura. Isso porque o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo), exigiu que o escritor submetesse previamente àquele órgão as histórias apresentadas no programa de rádio.
- O romance escrito em 1943, “O resto é silêncio” relata o suicídio de uma mulher que se atira do décimo andar. A escolha do tema foi baseada numa história verídica, do qual ele e seu irmão Ênio foram testemunhas, enquanto conversavam numa praça em Porto Alegre.
- Em 1969, a casa onde viveu em Cruz Alta tornou-se o “Museu Casa de Érico Veríssimo”.
- Seu filho, Luís Fernando Veríssimo, seguiu os passos do pai e tornou-se um importante escritor brasileiro, o qual se destaca pelas obras de humor como “O Analista de Bagé” (1981) e “Comédias da Vida Privada” (1994).
- Algumas de suas obras foram adaptadas para cinema e televisão, por exemplo, sua obra “Olhai os lírios do campo” que sob a direção de Herval Rossano, foi uma novela apresentada pela tevê Globo, em 1980. Ademais, sua trilogia “O tempo e o vento” tornou uma série televisiva, apresentada pela Rede Globo em 1985, sob direção de Paulo José.
Leia também:
DIANA, Daniela. Érico Veríssimo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/erico-verissimo/. Acesso em: