Esportes paralímpicos (quais são e como funcionam as suas regras)
Esportes paralímpicos são os que se destinam a atletas com algum tipo de deficiência física, visual ou mental. São esportes coletivos e individuais, cada um com suas próprias regulamentações e classificações funcionais.
A classificação funcional nos esportes paralímpicos é um sistema que agrupa os atletas de acordo com o impacto de sua deficiência nas habilidades esportivas. O objetivo é garantir competições justas, onde os atletas tenham condições similares de desempenho dentro de cada modalidade.
Cada esporte tem critérios próprios para essa classificação, levando em conta a funcionalidade do atleta em relação às exigências da modalidade.
Neste conteúdo você vai encontrar informações sobre os seguintes esportes paralímpicos:
- Atletismo
- Badminton
- Basquete em cadeira de rodas
- Bocha
- Canoagem
- Ciclismo
- Esgrima em cadeira de rodas
- Esportes de inverno
- Futebol de cegos
- Futebol PC
- Goalball
- Halterofilismo
- Hipismo
- Judô
- Natação
- Remo
- Rúgbi em cadeira de rodas
- Taekwondo
- Tênis de mesa
- Tênis em cadeira de rodas
- Tiro com arco
- Tiro esportivo
- Triatlo
- Vôlei sentado
1. Atletismo
O atletismo paralímpico compreende provas de corrida, salto, lançamento e arremesso. Os atletas são divididos em grupos de acordo com as provas e o seu grau de deficiência física, visual ou intelectual. No atletismo, essa divisão é chamada de classe funcional.
As provas de atletismo são classificadas em:
- pista, que são as provas de velocidade, revezamento, meio-fundo, salto em distância e salto em altura
- campo, que são as provas de lançamento de disco e club, lançamento de dardo e arremesso de peso
- rua, que são as provas de maratona e meia-maratona
As classes no atletismo podem ser, por exemplo:
- provas de pista e de rua para deficientes visuais são da classe T11 a T3
- provas de campo para atletas que competem em cadeiras de rodas são da classe F51 a F57
- provas de campo para atletas amputados de membros inferiores com prótese são da classe F61 a F64
Os atletas com deficiência visual são auxiliados por atletas-guia e de apoio de acordo com suas respectivas classes.
2. Badminton
O badminton paralímpico pode ser disputado por atletas com deficiência física ou intelectual, mas não visual. Nele, os atletas usam uma raquete para golpear uma peteca.
As provas podem ser disputadas nas categorias individuais, duplas e duplas mistas.
As classes no badminton são:
- WH1 e WH2 para os atletas em cadeiras de rodas
- SL3 e SL4 para atletas com deficiência nos membros inferiores que andam
- SU5 para atletas com deficiência nos membros superiores
- SH6 para atletas de baixa estatura devido à deficiência ou causas genéticas. Nessa classe, a altura máxima permitida é de 1,45m para homens e 1,37m para mulheres.
- SI para atletas com deficiência intelectual (entretanto, essa categoria não faz parte dos Jogos Paralímpicos)
3. Basquete em cadeira de rodas
O basquete paralímpico pode ser disputado apenas por atletas com deficiência física. Os atletas jogam em cadeiras de rodas, devendo quicar, arremessar e passar a bola a cada dois toques.
As partidas são disputadas em quatro quartos de 10 minutos cada. As equipes são formadas por 5 atletas.
As classificação funcional no basquete é avaliada conforme o comprometimento físico-motor dos atletas, em uma escala de 1 (para aqueles com maior grau de deficiência) a 4,5 (para aqueles com menor limitação). Cada atleta da equipe é avaliado e a sua classificação é somada, sendo que o resultado não pode ultrapassar o número 14 por cada equipe.
4. Bocha
A bocha consiste no lançamento de bolas coloridas de forma que elas se aproximem o máximo que puderem de uma bola branca, chamada de jack ou bolim.
A bocha paralímpica é praticada por atletas que têm um grau de paralisia cerebral severa ou deficiências motoras graves, que competem em cadeiras de rodas. Dependendo do grau de limitação, os atletas podem utilizar instrumentos de auxílio, como calhas e contar com a ajuda dos chamados calheiros.
As disputas podem ser individuais ou em equipes.
Há quatro classes na bocha, que variam de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio:
- BC1 para os atletas que optam pelo auxílio de um calheiro
- BC2 para os atletas que competem sem auxílio
- BC3 para os atletas que têm deficiências severas e que usam calhas e dependem do auxílio de um calheiro
- BC4 para os atletas que têm deficiências severas, mas que competem sem auxílio
5. Canoagem
A canoagem paralímpica é disputada por atletas com deficiência físico-motora, que competem em caiaques (KL) ou canoas (VL) em provas de velocidade de 200m, realizadas em linha reta e em águas calmas.
As classes na canoagem são classificadas conforme o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco, bem como do tipo de embarcação utilizada:
- KL1 / VL1 para atletas que apenas usam os braços para remar
- KL2 / VL2 para atletas que usam os braços e o tronco para remar
- KL3/ VL3 para atletas que apenas usam os braços, o tronco e as pernas para remar
6. Ciclismo
O ciclismo paralímpico é um esporte praticado por atletas com deficiências visuais, físico-motoras e paralisia cerebral. As provas são disputadas em pistas (velódromos) e em estradas.
As classificações funcional no ciclismo são avaliadas conforme o grau de severidade da deficiência dos atletas. Além disso, de acordo com a limitação, podem ser usados quatro tipos de bicicletas: bicicleta funcional, triciclo, tandem e handbike.
Bicicleta convencional: pode ser adaptada e usada por atletas amputados ou com outras deficiência físico-motoras. Esses atletas são classificados na categoria C (C1 a C5), sendo C1 para aqueles com maior severidade.
Triciclo: possui duas rodas atrás para maior estabilidade, é usada pelos atletas com paralisia cerebral. Esses atletas são classificados na categoria T, com nível de 1 a 2.
Tandem: bicicleta com dois bancos e quatro pedais, utilizada pelos atletas com deficiência visual e seus guias. Os atletas são classificados nas classes B1, B2 e B3, mas nas competições paralímpicas, competem em uma única categoria.
Handbike: é impulsionada pelo braço e é usada por atletas paraplégicos e tetraplégicos. Os atletas são classificados pela letra H, de 1 a 5. Sendo os atletas classificados com H1, os que têm maior comprometimento motor, por exemplo:
H1 – inclui atletas com maior limitação, sem funcionalidade no tronco e membros inferiores, e com funcionalidade reduzida nos membros superiores.
H5 – inclui atletas com menor limitação, que utilizam os joelhos como base de apoio e também movimentam o tronco para impulsionar a handbike.
7. Esgrima em cadeira de rodas
A esgrima em cadeira de rodas é destinada a atletas com deficiências motoras. Os competidores utilizam cadeiras de rodas fixas a uma base no chão e participam de disputas com florete, espada ou sabre, com o objetivo de tocar o adversário.
as regras de pontuação variam conforme a arma utilizada:
- florete, em que a pontuação é dada quando a sua ponta toca no tronco do adversário
- espada, em que a pontuação é dada quando a sua ponta toca em qualquer parte acima da cintura do adversário
- sabre, em que a pontuação é dada quando a sua ponta ou lâmina toca em qualquer parte acima da cintura do adversário
As categorias são definidas de acordo com o grau de mobilidade do tronco dos atletas:
- categoria A para os atletas com boa mobilidade no tronco e maior equilíbrio (sentado), amputação ou limitação nos membros, mas pelo menos um braço totalmente funcional
- categoria B para os atletas com menor mobilidade no tronco e menor equilíbrio, com comprometimento da capacidade de movimento ou apreensão em ambos os braços
- categoria C para atletas tetraplégicos, sem equilíbrio sentado, com restrições nos movimentos dos membros superiores e inferiores
8. Esportes de inverno
Os esportes paralímpicos de inverno são:
- biatlo
- curling em cadeira de rodas
- esqui alpino
- esqui cross-country
- hóquei no gelo
- snowboard
O biatlo paralímpico combina provas de esqui cross-country (prova de percurso no menor tempo possível) e tiro esportivo (prova para que tem como objetivo o acerto de alvo mais próximo do centro) de forma intercalada. Os atletas são divididos em três categorias: sentado, em pé e com deficiência visual.
O curling em cadeira de rodas é uma adaptação do curling tradicional para atletas com deficiências que afetam a mobilidade. As partidas são disputas por equipes mistas, compostas por homens e mulheres, cujo objetivo é posicionar as pedras o mais próximo possível do centro de um alvo desenhado no gelo, utilizando estratégias de ataque e defesa.
O esqui alpino paralímpico é praticado por atletas com deficiências físicas ou visuais, classificados em três categorias: deficiência visual (B1-B3)l, de pé (LW-1LW9) e sentado (LW-10-LW12).
As provas incluem:
- Super-G e Downhill, que são as de velocidade e com menos mudanças de direções
- Super Combinado, que combina uma prova técnica (com mais curvas e mudanças de direções) com uma prova de velocidade. Essa modalidade é realizada com uma descida de Slalom e uma de Downhill ou Super-G
O esqui cross-country paralímpico é praticado por atletas com deficiências físicas e visuais. Dependendo da sua limitação física, o atleta pode usar uma cadeira equipada com esquis que se chama sit-ski. Os atletas com deficiência visual realizam as provas com ajuda de um atleta-guia. As provas variam em distâncias curtas, médias e longas, além de revezamentos por equipe.
O hóquei no gelo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física nos membros inferiores. Dentre as diferenças do esporte convencional, a principal é o uso de trenós com duas lâminas no lugar de patins. Além disso, os jogadores utilizam duas varas, uma para empurrar e outra para controlar ou para atirar o puck (disco). O objetivo é marcar gols na baliza adversária.
O snowboard paralímpico pode ser praticado por atletas com comprometimentos nos membros superiores e inferiores. Há duas provas:
- snowboard cross, com três descidas em um percurso com obstáculos
- banked slalom, com três descidas que precisam ser feitas dentro de gates
9. Futebol de cegos
O futebol de cegos é praticado apenas por atletas com deficiência visual, com exceção do goleiro, que tem visão total. Cada equipe é formada por cinco jogadores, sendo um deles o goleiro. Os jogadores jogam com os olhos vendados e contam com a ajuda de um chamador, que fica atrás do gol adversário orientando-os sobre as suas posições em campo.
A partida é disputada em dois tempos de 15 minutos, com um intervalo de 10 minutos. O ambiente do jogo deve ser silencioso e a torcida só pode se manifestar quando um gol é marcado. Isso ocorre porque a bola contém guizos internos, permitindo que os jogadores a localizem pelo som.
A quadra mede 20m x 40m e tem barreiras nas linhas laterais para impedir que a bola saia do campo.
As classes no futebol de cegos são:
- B1 para atletas que são totalmente cegos
- B2 para atletas cegos que conseguem perceber vultos
- B3 para atletas cegos que conseguem definir imagens
10. Futebol PC
O futebol PC é um esporte praticado por atletas com paralisia cerebral, sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.
O campo tem dimensões máximas de 75m x 55m, e as balizas medem 5m x 2m. A marca do pênalti está posicionada a 9,20m da linha do gol.
Cada equipe é formada por sete jogadores, incluindo o goleiro. A partida é disputada em dois tempos de 30 minutos, com um intervalo de 10 minutos.
No futebol PC, há duas diferenças das regras em relação ao futebol convencional:
- os arremessos laterais podem ser cobrados com uma mão
- não há impedimentos
Os atletas são classificados em três categorias, de acordo com o seu grau de paralisia:
- FT1 (comprometimento severo)
- FT2 (comprometimento mediano)
- FT3 (comprometimento leve)
11. Goalball
O goalball é um esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual. A quadra mede 9m x 18m e a baliza, 9m X 1,3m. As partidas têm duração de dois tempos de 12 minutos, com intervalo de 3 minutos. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. Todos utilizam vendas nos olhos para garantir igualdade na competição.
O objetivo do jogo é arremessar a bola, que possui guizos internos, em direção ao gol adversário, enquanto a equipe contrária tenta impedir que a bola entre no gol. Durante a partida, é essencial que haja silêncio na arena para que os jogadores possam identificar a direção da bola pelo som.
Os atletas são classificados em três categorias, que são as mesmas do futebol de cegos:
- B1 para atletas que são totalmente cegos
- B2 para atletas cegos que conseguem perceber vultos
- B3 para atletas cegos que conseguem definir imagens
12. Halterofilismo
O halterofilismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência nos membros inferiores, paralisia cerebral ou baixa estatura. A competição consiste em os atletas realizarem o movimento de supino, deitados em um banco. Cada competidor tem três tentativas, sendo que o resultado final é o maior peso levantado.
A execução do movimento é avaliada por três árbitros. Primeiro, os atletas devem aguentar a barra (o peso) com os braços estendidos, depois descer a barra até encostá-la no corpo e terminar com a elevação da barra até a posição inicial.
No halterofilismo paralímpico, as classes são categorizadas de acordo com o peso do corpo.
13. Hipismo
O hipismo paralímpico é disputado por atletas com deficiência físico-motora ou visual. O paradestramento é a única disciplina e conta com as seguintes provas: individual, por equipes e estilo livre.
As classes no hipismo são avaliadas conforme a deficiência e funcionalidade do atleta ou o seu nível de visão. Para atletas com deficiência visual, a classificação é dividida em B1 e B2. Além disso, a habilidade equestre é avaliada em uma escala de I (para atletas com maior comprometimento) a V (para aqueles com menor comprometimento).
14. Judô
O judô paralímpico é praticado por atletas com deficiência visual. As lutas duram quatro minutos e podem ser decididas por ippon, imobilização ou pontuação. Em caso de empate, ocorre o Golden Score, no qual o primeiro a pontuar vence.
Há pequenas alterações com relação às regras do judô convencional. Uma delas é que os atletas começam a luta em contato com o quimono do adversário e quando perde-se esse contato, a luta é interrompida.
Os atletas são divididos em duas classes: J1 (atletas totalmente cegos) e J2 (atletas que conseguem definir imagens), além das categorias por peso, como no judô convencional.
15. Natação
A natação paralímpica é praticada por atletas com deficiência físico-motora, visual e intelectual. O esporte conta com provas nos estilos crawl (livre), costas, peito, borboleta e medley (os quatro estilos).
As largadas dos atletas com grau de deficiência maior podem ser feitas dentro da água e com auxílio de um staff.
Os atletas com deficiência visual podem ter ajuda do tapper, um assistente que utiliza um bastão com espuma na ponta para alertá-los sobre a proximidade das bordas da piscina.
As classes esportivas da natação são divididas da seguinte forma:
- classes de 1 a 10 para atletas com limitações físico-motoras
- classes de 11 a 13 para atletas com deficiência visual
- classe 14 para atletas com deficiência intelectual
16. Remo
O remo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física e visual e disputado em um percurso de 2.000 metros em linha reta com o objetivo de realizar a prova no menor tempo possível.
Os tipos de barcos utilizados variam do seguinte modo:
- single skiff para provas individuais
- double skiff para provas em duplas
- quatro com timoneiro para provas com equipe de quatro ou mais atletas
A classificação no remo varia conforme o tipo de deficiência dos atletas:
- PR1 para remadores com pouca ou nenhuma função de tronco, o que exige que sejam amarrados no barco
- PR2 para remadores com uso funcional dos braços e do tronco, mas com fraqueza nas pernas
- PR3 para remadores com pouca função nas pernas e deficiência visual
17. Rúgbi em cadeira de rodas
O rúgbi em cadeira de rodas é jogado em quadras de 28m x 15m (tamanho da quadra de basquetebol), com equipes compostas por quatro jogadores, tanto homens como mulheres juntos. Uma partida de rúgbi é disputada em quatro períodos de oito minutos, com três intervalos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos.
Os atletas são classificados de acordo com sua mobilidade em sete categorias, que variam de 0.5 (menor mobilidade) a 3.5 (maior mobilidade). A soma das classes dos jogadores em quadra não pode ultrapassar oito pontos. Além disso, para cada mulher em quadra, pode ser acrescentado 0.5 ao limite de pontos da equipe. Por exemplo, uma equipe que entra em quadra com duas mulheres, pode somar até nove pontos.
18. Taekwondo
O taekwondo paralímpico é disputado em lutas de cinco minutos. Os atletas marcam pontos ao acertar chutes no colete eletrônico do adversário, vencendo quem tiver mais pontos no fim da luta ou quem alcançar uma vantagem de 30 pontos sobre o adversário. Em caso de empate, mais um round extra é disputado, vencendo quem fizer os dois primeiros pontos.
A área de luta na modalidade é a mesma do Taekwondo convencional, 8x8 metros. Entretanto, há diferenças em relação às regras do taekwondo convencional: uma é que não são permitidos chutes na altura da cabeça, sendo que esse tipo de chute dá um ponto ao adversário ou a desclassificação do atleta.
Os atletas são divididos em classes, por exemplo
- P10 para atletas com deficiência visual
- P20 para atletas com deficiência intelectual
- P30 para atletas com deficiência física
- P70 para atletas com baixa estatura
- K40 para deficientes físicos
- K44 para atletas amputados do cotovelo até a mão e com membros inferiores de tamanhos diferentes (esta é a única classificação que faz parte dos Jogos Paralímpicos)
- K60 para atletas surdos
19. Tênis de mesa
O tênis de mesa paralímpico pode ser disputado por atletas com deficiência físico-motora ou intelectual, mas não visual.
As partidas são disputadas individualmente ou em duplas, em cinco sets, com cada set vencido ao atingir 11 pontos. Em caso de empate, vence o primeiro a abrir uma vantagem de dois pontos sobre o adversário.
Uma das principais diferenças em relação às regras do tênis de mesa convencional é o saque, que pode ser realizado de diferentes maneiras, dependendo da deficiência físico-motora do atleta.
Os atletas são divididos em 11 classes:
- Classes 1 a 5 para atletas cadeirantes
- Classes 6 a 10 para atletas que andam
- Classe 11 para atletas com deficiência intelectual
20. Tênis em cadeira de rodas
O tênis em cadeira de rodas pode ser praticado por atletas com deficiência de locomoção. O esporte segue as regras do tênis convencional, com a principal diferença o fato de permitir até dois quiques da bola.
A modalidade pode ser disputada em provas simples (individuais) e em duplas, nas classes Open (aberta) e Quad.
Classes no tênis em cadeira de rodas:
- Open (aberta) para atletas com deficiência nos membros inferiores
- Quad (tetra) para atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo
21. Tiro com arco
O tiro com arco paralímpico pode ser praticado por atletas amputados, paraplégicos, tetraplégicos, com paralisia cerebral e outras deficiências.
O objetivo da prova é acertar as flechas o mais próximo possível do centro do alvo, que fica posicionado a 70m de distância dos atletas e tem 1,22m de diâmetro, sendo dividido por dez círculos.
O centro do alvo vale dez pontos; quanto mais próximo da área central, mais pontos o atleta ganha. Por fim, vence quem tiver a maior pontuação.
Há provas individuais, em duplas e em equipes com três arqueiros.
Há três classes no tiro com arco, que variam de acordo com a capacidade do atleta ficar em pé ou de mover seus braços e tronco:
- W1 e W2 para os atletas com deficiências graves em três ou quatro membros
- Open (arco recurvo e composto) para os atletas com deficiência em um membro ou em dois membros, desde que não seja em ambos os membros superiores
- V1, V2 e V3 para os atletas com deficiência visual. No entanto, essas classes não participam nos Jogos Paralímpicos)
Segue as mesmas regras da versão olímpica, sendo disputado em categorias de arco recurvo e composto. Os atletas são classificados conforme sua mobilidade e nível de comprometimento motor.
22. Tiro esportivo
O tiro esportivo paralímpico pode ser praticado por atletas com deficiência física nos membros superiores e/ou inferiores. Os atletas realizam as provas em pé, deitados ou sentados, que podem durar entre 1h a 2h30.
As armas usadas podem ser:
- pistola e carabina nos eventos de 10 metros de distância (estas são as únicas que fazem parte dos Jogos Paralímpicos)
- pistola de perfuração (pólvora) nos eventos de 25 metros de distância
- carabina de perfuração e pistola nos eventos de 50 metros de distância
A classificação dos atletas é feita de acordo com o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a força muscular e o grau de funcionalidade do tronco. No entanto, atletas com diferentes tipos de deficiência podem competir juntos.
Há duas classes no tiro esportivo:
- SH1 para os atletas que usam pistola e carabina e não precisam usar suporte para a arma
- SH2 para os atletas que usam carabina e precisam usar suporte para a arma
23. Triatlo
O triatlo paralímpico pode ser praticado por atletas cadeirantes, amputados e cegos. A prova consiste na realização dos percursos de 750m de natação, 20km de bicicleta e 5km de corrida.
A competição pode ser realizada com bicicletas adaptadas, triciclos ou handbikes, dependendo da categoria do atleta.
Há seis classes no triatlo, as quais variam conforme a deficiência e mobilidade do atleta:
- PTWC para atletas cadeirantes, que utilizam handcycle e cadeira de rodas na prova. A classe ainda é dividida nas subclasses PTWC1 (deficiências mais severas) e PTWC2 (menos severas).
- PTS2, PTS3, PTS4 e PTS5 para atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral, sendo que o menor número indica os atletas com maior deficiência.
- PTVI para atletas cegos
24. Vôlei sentado
O vôlei sentado pode ser praticado por atletas com deficiência física e de locomoção.
As equipes são formadas por seis atletas, que têm como objetivo lançar a bola por cima da rede e fazê-la tocar no chão do adversário.
As partidas são disputadas em sets, com 25 pontos corridos, vencendo quem ganhar três sets.
As medidas da quadra e da altura da rede são diferentes em relação ao vôlei convencional. A quadra mede 10m x 6m e a rede é colocada a 1,15m do chão nos jogos masculinos, enquanto é colocada a 1,05m nos jogos femininos.
Além disso, no vôlei sentado, o saque pode ser bloqueado. Outra diferença é que os atletas devem manter contato com o solo o tempo todo, permanecendo sentados com alguma parte do corpo tocando o chão.
Os atletas são divididos em dois grupos:
- VS1 para atletas com deficiências severas, por exemplo, amputação de toda uma perna
- VS2 para atletas com deficiências leves, por exemplo, amputação de um pé.
Leia também:
- Vôlei sentado: regras e história do voleibol adaptado
- Paralimpíadas: história e modalidades
- Tipos de esporte: invasão, marca, precisão, combate, rede e parede
Para praticar: Atividades de Educação Física para Ensino Médio
Referências Bibliográficas
Comitê Paralímpico Brasileiro - Modalidades. Disponível em: https://cpb.org.br/. Acesso em: 13 fev. 2025.
FACCHINI, Maurício. Esportes paralímpicos (quais são e como funcionam as suas regras). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/esportes-paralimpicos/. Acesso em: