Estado Republicano
Estado republicano é uma forma de governo ou uma estrutura política de poder em que o bem comum está acima de interesses particulares, de classes, grupos, corporações ou famílias. Surgido em Roma, nesse modelo, o chefe de Estado permanece no poder por tempo limitado e é escolhido pelo povo.
É o regime onde o Estado é soberano e o governo passageiro. Por esse motivo, o poder do chefe de Estado não é ilimitado e a escolha ocorre por meio do voto popular, que pode ser facultativo ou obrigatório (como ocorre ainda no Brasil, mesmo sendo uma democracia).
A permanência do chefe de Estado no poder é limitada. No Brasil, ocorre por quatro anos, que podem ser renovados por mais quatro desde que o administrador eleito seja novamente aprovado por voto popular.
Características
- Defende o patrimônio público
- Os cidadãos participam da definição de novas políticas
- Utiliza funcionários governamentais
- Institui o regime de cobrança de impostos
- A escolha dos representantes é feita pelo voto popular
- O poder é descentralizado, dividido entre executivo, legislativo e judiciário
A perspectiva política da República surge na Grécia e em Roma e a palavra é oriunda do latim. Res pública significa "coisa pública" e "o que é comum".
A divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário ocorre como forma de garantir a estabilidade e a soberania do Estado e seus ideais de justiça, liberdade e igualdade.
Os ideais republicanos emergem do humanismo cívico e foram descritos pelo filósofo romano Marco Túlio Cícero (106 a.C. - 46 a.C.) em sua obra "Da República". Orador eloquente e exímio advogado, Cícero defendia a elaboração de leis para proteger os interesses comuns.
Cícero era o maior defensor da república que, a despeito de seu desempenho, foi substituída pelo Império Romano poucas décadas depois da publicação de sua obra, o que ocorreu em 51 a.C.
Estado Republicano Brasileiro
O período republicano é dividido em cinco fases, República Velha (1889 - 1930) Era Vargas (1930 - 1945), República Populista (1945 - 1964), Ditadura Militar (1964 - 1985) e Nova República (1985 – dias atuais).
Foi Marechal Deodoro da Fonseca (1827 - 1892) quem proclamou a República no Brasil em 1889 e em 1891 foi promulgada a primeira Constituição da Era Republicana.
O período que vai de 1889 e 1930, também chamado de República das Oligarquias, é destacado pela alternância de poder entre líderes do setor agrário na chamada "política do café com leite".
A Revolução de 1930 marca o fim desse período e inaugura a Era Vargas, que vai até 1945.
Era Vargas
A Era Vargas é iniciada sob clima de tensão entre as oligarquias políticas e militares. Os fatos resultaram na Revolução Constitucionalista de 1932. O governo de Getúlio Vargas (1882 - 1954) enfrentou em 1935, a chamada Intentona Comunista, que foi a tentativa de golpe promovida pela Aliança Nacional Libertadora (ANL).
O presidente, então, assumiu um discurso nacionalista e decretou estado de sítio, ampliando seu poder político e articulando a permanência na Presidência. Getúlio foi deposto em 1945 pelo Exército e, em seu lugar assumiu Eurico Gaspar Dutra (1883 - 1974).
Foi no governo de Dutra que o Brasil passou a contar com a divisão de poderes estabelecida pelo modelo republicano: executivo, legislativo e judiciário.
Novamente eleito, em 1950, Getúlio Vargas vence as eleições presidenciais e, desta vez, com apoio do Congresso Nacional, da sociedade, de empresários e da UNE (União Nacional de Estudantes). Mais uma vez, agora em 1954, a renúncia de Vargas é exigida por 27 generais e, em 24 de agosto, o presidente comete suicídio.
Após Vargas, Juscelino Kubitschek (1902 - 1976) assume a presidência, em 1945 com o famoso Plano de Metas "50 em 5", em que prometia transformar o País. No período de Juscelino, a capital do Brasil passou a ser Brasília, no lugar do Rio de Janeiro.
A cadeira deixada por Juscelino foi ocupada por Jânio Quadros (1917 - 1992) que permaneceu somente um ano no poder e renunciou em 27 de agosto de 1961. Entre 1964 e 1985, o Brasil vive o tenso período da Ditadura Militar.
Ao fim do período ditatorial, por escolha do Congresso Nacional foi eleito Tancredo Neves (1910 - 1985), que não tomou posse. Em seu lugar, assumiu o vice, José Sarney e, neste governo é promulgada a Constituição de 1988, que institui o Estado democrático e a república presidencialista no Brasil.
O primeiro presidente a ser eleito pelo voto direto foi Fernando Collor de Mello, em 1989. Collor permanece por dois anos no poder e é afastado em um processo de impeachment. No seu lugar assume o vice Itamar Franco (1930 - 2011).
Na administração de Itamar é implantado o Plano Real (1993). Em seu lugar, e dando continuidade a política econômica, é eleito Fernando Henrique Cardoso, em 1994, reeleito em 1998. As eleições de 2002 tiveram como vencedor o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, também reeleito em 2006.
Quando Lula deixou o poder, assume o poder a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rouseff, em 2010. Dilma também foi reeleita no pleito de 2014.
Regime Republicano na Inglaterra – Protetorado
A Inglaterra passou por um período de república ditatorial sob o comando de Oliver Cromwell (1599 - 1658). Essa república ficou conhecida como protetorado e ocorreu de 1649 a 1658.
Nesse período, a Inglaterra assistiu à formação da Comunidade Britânica (1651), assinou o decreto no ato de navegação (1651) e travou guerra contra os holandeses (1652 a 1654).
Após a morte de Oliver Cromwell, Ricardo, seu filho, assumiu o poder na Inglaterra. A monarquia foi estabelecida, contudo, e estabeleceu-se o reinado de Carlos II (1660 a 1685).
Dica:
Estado republicano é diferente do absolutismo, onde o poder é centralizado em uma só figura política. Para entender melhor, leia os artigos:
Estado Republicano. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/estado-republicano/. Acesso em: