Evolucionismo
O evolucionismo é um pensamento que visou refutar cientificamente o criacionismo, a ideia tradicional presente em diversas religiões e narrativas míticas, de que os seres vivos foram criados por algum ser sobrenatural, como um deus, e não sofrem mudança ou evolução.
Segundo as teorias evolutivas, os seres vivos integram uma cadeia de evolução em que as espécies existentes desenvolveram-se a partir de ancestrais comuns.
A teoria da evolução das espécies compreendidas atualmente tem como origem o pensamento do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Darwin desenvolveu a ideia de que as mutações das espécies ocorrem de maneira aleatória e sofrem um processo de seleção natural.
No que consiste a teoria evolucionista de Charles Darwin?
Em 1859, Darwin publicou seu livro A Origem das Espécies e causou uma grande comoção na comunidade científica.
Darwin fez observações que comprovaram que os seres vivos descendem de outros anteriores, formando um processo evolutivo e contrariando o criacionismo.
Para ele, os seres estão em constante processo de mutação e dentro desse processo, algumas dessas mudanças proporcionam uma melhor adaptação ao meio.
Os seres mais adaptados transmitem hereditariamente suas características a seus descendentes. Enquanto os indivíduos menos adaptados tendem a sucumbir, gerando o que ele chamou de seleção natural.
Note que se trata dos seres que melhor se adaptam e não os mais fortes ou "melhores", como muitas vezes a teoria é apresentada.
O evolucionismo de Darwin é um aperfeiçoamento da teoria de outro naturalista chamado Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829). Para Lamarck, a evolução das espécies ocorria a partir da Lei do uso e desuso.
Ou seja, quanto mais necessária é uma característica, mais a espécie tende a desenvolvê-la. O mesmo funcionaria ao contrário, quanto menos necessária, a característica tende a cair em desuso, não sendo transmitida aos descendentes.
Entretanto, segundo Darwin, as espécies não possuem autonomia em relação às características que devem ou não ser transmitidas hereditariamente.
Essas mutações ocorreriam aleatoriamente, podendo ou não ser transmitidas. As mutações favoráveis à adaptação e capazes de serem transmitidas aos descendentes estariam favorecidas em um processo seletivo imposto pelo ambiente (seleção natural).
Essas adaptações passariam a fazer parte das características presentes em cada população, servindo também como fator de diferenciação entre espécies.
Veja também: Teoria da Evolução e Darwinismo
Os seres humanos possuem também uma origem biológica?
Contrapondo-se ao criacionismo, o evolucionismo proposto por Darwin também pode ser aplicado aos seres humanos.
A descoberta de fósseis são evidências de uma cadeia evolutiva da família dos hominídeos (hominidae). São integrantes dessa família os grandes primatas, dos quais fazem parte: os chimpanzés, os gorilas, os orangotangos e os seres humanos.
As mutações que deram origens a diferenciação entre as espécies de primatas teriam ocorrido há cerca de 5 milhões de anos. Já a espécie humana (homo sapiens sapiens) teria surgido há 300 mil anos.
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As regras de evolução das espécies podem ser aplicadas a um evolucionismo social?
Com base nas teorias darwinianas de evolução e adaptabilidade, alguns teóricos buscaram estabelecer essa relação às questões das estruturas sociais humanas.
Segundo o evolucionismo social, a sociedade tende a uma evolução civilizacional, que em seu curso natural, culminará numa sociedade de indivíduos plenamente livres e autônomos. Não necessitando sequer da intervenção do Estado.
O principal responsável por fazer essa relação entre as ciências biológicas e as sociais foi o biólogo e antropólogo inglês Herbert Spencer (1820-1903).
Spencer foi contemporâneo e estudioso do pensamento de Darwin. É atribuído a ele a ideia de "darwinismo social", em que os mais adaptados as mudanças econômicas se sobreporiam aos mais fracos. Entretanto, essa associação é negada pelos especialistas no autor.
Segundo sua teoria, os indivíduos formam um organismo social que tende à evolução. Desde seu princípio, pré-contrato social, até a complexificação das estruturas sociais e dos mecanismos de liberdade dos indivíduos.
É importante destacar que as teorias evolucionistas aplicadas para o contexto social foram muito utilizadas durante o período neocolonialista pelos europeus, que procuraram assim justificar sua dominação em outros continentes.
Nessa narrativa, povos africanos e asiáticos precisariam de um "auxílio" para que pudessem se desenvolver social e tecnologicamente, tendo em vista que os europeus, em sua própria visão, seriam os mais "evoluídos".
Contudo, essa argumentação baseava-se apenas em interesses econômicos e territoriais, além de disseminar um caráter racista e preconceituoso para com outros povos.
Veja também: Darwinismo Social.
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MENEZES, Pedro. Evolucionismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/evolucionismo/. Acesso em: