Exercícios sobre Filosofia Antiga (com questões explicadas)
Responda às questões abaixo e teste seus conhecimentos sobre Filosofia Antiga. Confira as respostas e aprenda mais através das explicações que constam no gabarito.
Questão 1
Convencionalmente, estabeleceu-se como sendo Filosofia Antiga a forma racionalizante de pensamento surgida a partir do século VII a. C. entre os gregos. Sob esse referencial, podemos dividi-la em quantos períodos?
a) dois períodos: período clássico e helenístico;
b) três períodos: período pré-socrático, socrático e patrístico;
c) cinco períodos: período socrático, helenístico, escolástico, sistemático e iluminista;
d) três períodos: período pré-socrático, socrático e helenístico;
A Filosofia Antiga é dividida em três períodos:
I. o período pré-socrático: período marcado pela investigação dos fisiólogos sobre a busca da natureza dos existentes;
II. o período socrático: marcado pelo surgimento de questões relativas ao ser humano;
III. o período helenístico: marcado pelos pensadores da cultura helenística com investigações ligadas ao bem viver humano, entre outras questões;
Há estudiosos que irão acrescentar mais um período a essa divisão: um período chamado de “sistematização”, que estaria entre o período socrático e o helenístico. Nesse período, estaria concentrado todo o pensamento desenvolvido por Aristóteles.
Questão 2
Considerando o Estado proposto por Platão e sua organização, marque a alternativa que traga uma correspondência correta entre alma e a função na cidade:
a) a alma racional gera a classe dos artesãos e comerciantes, já que é preciso ter sabedoria para administrar as artes e o comércio;
b) a alma concupiscível leva a criação dos guardas, já que eles precisam proteger aspectos elementares de uma cidade;
c) a alma irascível gera os guardas da cidade, já que a coragem desenvolvida pela prevalência dessa porção de alma corrobora com a defesa da cidade;
d) a alma irascível corresponde a classe dos governantes, já que o desenvolvimento da sabedoria, derivada das paixões, ajuda na condução de uma boa cidade;
A cidade platônica é dividida em três classes e essa divisão é sustentada pela força de cada porção da alma. Assim, tem-se:
- a classe dos artesão e comerciantes: constituída de homens que têm a prevalência da força concupiscível da alma (alma ligada à vontade);
- a classe dos soldados: formada por homens que têm prevalência da irascividade na alma (alma ligada às paixões);
- e a classe dos governantes: formada por homens que têm a prevalência da razão.
Questão 3
Considere as frases abaixo, levando em conta a categorização de Aristóteles do conhecimento:
I. O conhecimento prático é o saber para vida cotidiana que inclui a política e a ética;
II. A física faz parte do saber produtivo, o que nos permite conhecer e construir objetos que facilitam nossa vida;
III. O saber produtivo é um conhecimento de ordem científica que inclui as ciências naturais e a ontologia;
IV. Física, Matemática e Filosofia são conhecimentos que fazem parte do saber teórico;
V. Obras de Aristóteles, como a Poética e a Retórica, fazem parte do saber produtivo;
São verdadeiras as afirmações:
a) I, II e III;
b) Somente I e III;
c) Somente II e IV;
d) I, IV e V.
Aristóteles sistematizou o conhecimento em três categorias principais: o saber de ordem prática, o saber produtivo e o saber teórico.
No campo dos saberes práticos estão inclusos os conhecimentos éticos e políticos, cuja finalidade é a própria prática.
No campo dos saberes produtivos encontramos os conhecimentos, cuja atividade tem por finalidade um produto.
Já no campo teórico estão os conhecimentos, cujo fim é o próprio conhecimento (a busca da verdade). Nessa categoria estão incluídos os conhecimentos produzidos pela física, matemática e filosofia.
Se aplicarmos essa categorização sobre algumas obras de Aristóteles, teríamos atrelados aos saberes práticos os textos A Ética a Nicômaco e A Política; aos saberes produtivos: A Poética e A Retórica; e aos saberes teóricos: A Física, O Céu e A Metafísica.
Questão 4
O que defende o ceticismo?
a) O ceticismo defende que, para termos uma vida feliz, precisamos evitar a dor mediante a busca pelo prazer;
b) O ceticismo desprezava os bens materias e os valores apregoados pela sociedade, por isso, defendia que deveríamos levar uma vida estritamente simples, sem se prender às convenções sociais;
c) O ceticismo acreditava na incerteza das coisas, por isso, defendia a suspensão do juízo, a epokhé;
d) O ceticismo defendia que a realidade era dual: o conhecimento dos sentidos e o conhecimento racional conduziam para a mesma verdade;
A corrente cética tem como característica a descrença de que é possível alcançarmos a verdade das coisas. Para eles, pode-se tanto argumentar em favor de que algo é verdadeiro ou bom, como defender que ele é falso ou ruim.
Diante das incertezas e em vista da necessidade de se buscar a tranquilidade da alma (ataraxia), essa corrente defendia a epokhé, ou seja, a suspensão do juízo em relação ao que posto pelo discurso dos dogmáticos.
Questão 5
Em sua investigação sobre a natureza dos existentes, Aristóteles distingue quatro causas que determinam o vir a ser de algo, a saber: causa final, formal, material e eficiente.
Marque a alternativa incorreta que sobre o assunto:
a) causa final responde a questão “para quê”, ou seja, qual finalidade ou propósito da coisa;
b) O “o que é” de algo é uma pergunta típica da causa eficiente acerca de um objeto;
c) os elementos físicos que compõem um ser dizem respeito à causa material;
d) a causa eficiente aponta para o agente que fez a coisa ou a transformou. Por exemplo, a causa eficiente de uma estátua é seu escultor.
Aristóteles entendia a natureza das coisas como um princípio que as levam ao movimento (ação ou transformação). Assim, além da natural saída da potência ao ato, Aristóteles estabelece que haviam quatro causas, que nos permitem compreender a natureza e a “manifestação” de um ser.
A “causa formal” aponta para “o que é” de algo, para aquilo que a especifica ou determina.
A “causa final” aponta para o propósito de algo - o “para que” ele serve ou existe. Uma semente, por exemplo, tem como finalidade germinar e virar uma árvore.
A “causa material”, que responde “de que é” feito algo, diz respeito aos elementos materiais que constituem o objeto analisado. Por exemplo, a madeira que está na composição de uma mesa.
Já a causa eficiente aponta “para quem” ou “o que” levou o objeto a vir a se movimentar ou se modificar.
Questão 6
O dualismo platônico propõe:
a) que a nossa realidade se divide em duas parte: mundo sensível e mundo inteligível;
b) que a vida material se constitui de dois elementos opostos: o fogo e a água;
c) que a existência de todas as coisas têm dois princípios, chamados de Yin e Yang;
d) que o surgimento do universo se deu por duas forças contrárias: uma boa e uma má;
Platão propõe uma nova forma de se pensar a realidade, a fim de superar os conflitos trazidos por Parmênides e Heráclito sobre a permanência e a mudança na natureza dos existentes.
Para Platão, a realidade em que estamos inseridos tem dois aspectos: por um lado, há o que ele chama de “mundo inteligível” e, por outro, o que ele denominou de “mundo sensível”.
O primeiro é um mundo caracterizado pelas ideias universais, onde estão as formas perfeitas e imutáveis. Este é acessado por meio de nossa alma.
Já o segundo se caracteriza por uma realidade mutável e imperfeita, onde estão as coisas materiais, ou seja, tudo o que percebemos por meio dos sentidos (corpo).
Questão 7
O termo grego pólis diz respeito a:
a) a amizade entre as pessoas de lugar;
b) a cidade-Estado que existia na Grécia antiga;
c) a multiplicidade de itens;
d) o verdadeiro conhecimento sobre algo;
O termo grego pólis é o nome que se utilizava para apontar para uma comunidade urbana. Convencionalmente, traduzimos por “cidade-Estado”, pois, cada cidade da Grécia Antiga tinha sua própria forma de governo.
Os termos “politeía” ou “política” tem como raiz o termo “pólis”.
Questão 8
Leia também: Filosofia Antiga
Para mais exercícios:
- Exercícios sobre os filósofos pré-socráticos (com gabarito)
- Exercícios de Filosofia (com respostas explicadas)
- Exercícios sobre Filosofia Moderna (com respostas explicadas)
Referências Bibliográficas
ARISTÓTELES.Metafísica: livro I e II. Tradução de Vincenzo Coceo. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril S.A. Cultural, 1984.
BOSCH, P. A FIlosofia e Felicidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
GOBRY, I. Vocabulário Grego da Filosofia. Tradução de Ivone C. Benedette. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? Tradução de Dion Davi Macedo. São Paulo: Loyola, 2014.
MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar.
MEIER, C. Filosofia: por uma inteligência da complexidade. 2. ed. Belo Horizonte: Pax Editora, 2014.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia 1: Filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus, 2003.
AGUENA, Anita. Exercícios sobre Filosofia Antiga (com questões explicadas). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicio-sobre-filosofia-antiga-com-questoes-explicadas/. Acesso em: