Exercícios sobre intertextualidade (com gabarito)
Faça os exercícios sobre intertextualidade e confirme o que já sabe sobre esse tema. Tire as suas dúvidas no gabarito comentado.
Questão 1
Sobre a intertextualidade é correto afirmar:
I. compreende formas pelas quais os textos dependem do conhecimento de outros textos existentes;
II. cada um dos seus tipos mostra a forma como um texto se relaciona com outro texto;
III. a relação estabelecida entre os textos pode decorrer de um processo explícito (evidente) ou implícito (subentendido).
a) Apenas I está correta.
b) I e II estão corretas.
c) I e III estão corretas.
d) Todas estão corretas.
I. A intertextualidade compreende as várias maneiras pelas quais a produção e recepção dos textos dependem do conhecimento de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, quem lê e escreve, identifica a intertextualidade se conhecer os textos em que essa relação de semelhança se estabelece.
II. Há muitas maneiras de produzir intertextos. Os tipos de intertextualidade são: alusão, citação, epígrafe, paródia, paráfrase, pastiche, bricolagem, tradução.
III. A Intertextualidade é explícita quando o texto indica o texto-fonte usado como modelo (por exemplo: citação e referência), enquanto é implícita quando o texto não faz essa indicação (por exemplo: paródia e paráfrase).
Questão 2
Identifique o tipo de intertextualidade presente na seguinte frase: "O herói da saga enfrentou um desafio digno de Hércules."
a) paródia
b) alusão
c) citação
d) paráfrase
A alusão remete ao mito de Hércules, herói da mitologia greco-romana conhecido pela sua força. Hércules concretizou façanhas difíceis, as quais são conhecidas como "os doze trabalhos de Hércules".
Questão 3
(IFMG)
A questão refere-se aos dois textos apresentados a seguir. O primeiro diz respeito à Mafalda, personagem icônica criada pelo argentino Quino, em conversa com o amigo Filipe. O segundo texto trata-se de uma criação do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano, que compõe a obra intitulada O Livro dos Abraços.
TEXTO 1
https://shrturl.app/5h6ZDN. (Acesso em: 12/08/2023)
TEXTO 2
Função da arte/1
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
— Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. In: O livro dos abraços. 2ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2009, p. 15.
Uma análise intertextual dos dois textos permite afirmar que:
a) Mafalda considera a importância da leitura como forma de escapar da imposição de sentidos. O personagem do texto 2 solicita ajuda ao pai para “olhar o mar”. Em ambos os textos, ressalta-se o valor do compartilhamento de sentidos.
b) o diálogo entre os dois textos está inviabilizado pelo fato de que pertencem a esferas enunciativas bastante diferenciadas. Enquanto o texto 1 foi produzido na esfera jornalística, o texto 2 pertence à esfera literária.
c) os dois textos remetem ao tema da leitura. No texto 1, a tematização é explícita, em razão de os personagens estarem no ambiente escolar. No texto 2, a tematização é subentendida, pois a ajuda requerida pelo filho será dada com base nos conhecimentos que o pai construiu com as leituras de livros que já realizou.
d) tanto a personagem Mafalda quanto o personagem Santiago Kovadloff colocam-se como mediadores no processo de construção de sentidos por parte dos personagens Filipe e Diego: Mafalda, no contexto escolar; o pai no contexto da formação social e afetiva do filho.
e) os dois textos permitem a mesma interpretação: assim como “viver sem ler”, isto é, sem o olhar do outro, é perigoso, “olhar o mar” sem a ajuda do outro também é perigoso, pois significa que a “leitura do mar” será feita solitariamente e, portanto, sob o risco do equívoco.
Essa alternativa destaca a ideia de que, tanto a falta de leitura, quanto a tentativa de compreender o mar sem a ajuda do outro, podem levar a equívocos.
Ela sugere que ambos os textos transmitem a ideia de que a interação e o compartilhamento são essenciais para compreendermos o mundo ao nosso redor.
Questão 4
(Enem) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I.
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)
II.
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
III.
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por
a) reiteração de imagens.
b) oposição de ideias.
c) falta de criatividade.
d) negação dos versos.
e) ausência de recursos.
A relação de semelhança (intertextualidade) que os textos de Chico Buarque e Adélia Prado estabelecem com o texto de Drummond, usado como modelo, é a repetição e recriação da imagem de um "anjo" associado ao momento do nascimento, com características e propósitos diferentes.
Questão 5
(UEPB) Leia os textos 1 e 2 para responder à questão.
Texto 1
(https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQRsbASPO2ZrSt6wK1YbCM-LvCn_dEimj1z7RU-pac7c7BtZsA9).
Texto 2
A tecnologia auxilia no desenvolvimento da ciência, da medicina, da agricultura, da indústria e na disseminação do conhecimento.
Existe, porém, o outro lado da moeda. Se você faz parte dos 68% que pegam o celular assim que abrem os olhos, de acordo com levantamento da revista Time, ou dos surpreendentes mesmos 68% que acionam o aparelho ainda dormindo, segundo pesquisa da consultoria Deloitte, certamente está sucumbindo à tentação da conexão 24/7 (24 horas por sete dias da semana).
E talvez comece a perceber os efeitos nocivos dessa interação constante e concorde com o que a jornalista americana Catherine Price diz em Celular: Como Dar um Tempo [...], recém-lançado no Brasil: “Ao mesmo tempo que estamos ocupados, também nos sentimos ineficientes. Estamos conectados, mas somos solitários. A tecnologia que nos dá liberdade também funciona como uma prisão – quanto mais ficamos presos, nos perguntamos com mais frequência quem está realmente no controle. O resultado é uma tensão paralisante.
(TOZZI,E; GOMES,N. Como evitar que o vício em celular acabe com sua produtividade. Disponível em: https://exame.abril.co,.br. Acesso em 23 abr 2019).
Ao relacionar os textos 1 e 2, nota-se que a abordagem feita sobre o uso do celular na sociedade atual é
I- semelhante, porquanto os dois textos concordam que, se, por um lado, a conectividade intensificou ainda mais as interações humanas, por outro, nos tornamos mais solitários.
II- semelhante, porquanto os dois textos levantam o questionamento a respeito do autocontrole do indivíduo diante das tecnologias.
III- diferente, porque apenas o texto 2 evidencia o dilema paradoxal vivenciado por aqueles que vivem dependentes do aparelho.
IV- semelhante, porque ambos os textos evidenciam apenas as consequências do mau uso do celular nas relações entre avós e netos.
De acordo com os textos 1 e 2, é CORRETO o que se afirma apenas em:
a) II.
b) I e II.
c) III.
d) II e III.
e) I.
Os dois textos mostram a necessidade de sabermos controlar o uso dado ao celular.
No texto 1, apesar de os netos terem ido visitar a avó, ela continua solitária, porque ninguém fala com ela, uma vez que cada um deles está a mexer no seu aparelho.
No texto 2, são apresentados estudos acerca do uso do celular, mostrando que as tecnologias auxiliam no desenvolvimento e no conhecimento, no caso do celular, ela faz com que fiquemos mais solitários.
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Intertextualidade (explicação com exemplos)
Tipos de Intertextualidade (com exemplos)
FERNANDES, Márcia. Exercícios sobre intertextualidade (com gabarito). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-intertextualidade/. Acesso em: