Fagundes Varela
Fagundes Varela foi um dos maiores expoentes da poesia brasileira da segunda geração do romantismo e Patrono da cadeira n.º 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Biografia de Fagundes Varela
Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu na cidade de São João Marcos, atual município de Rio Claro (RJ), no dia 17 de agosto de 1841, onde viveu grande parte de sua infância.
Seus progenitores pertenciam às famílias fluminenses abastadas. Seu pai, Emiliano Fagundes Varela era juiz e, por isso, Fagundes residiu em vários lugares do país. Primeiro em Goiás, e depois em cidades do estado do Rio de Janeiro (Angra dos Reis e Petrópolis) onde completou seus estudos.
Em 1852, entra para o curso de Direito no Largo São Francisco, em São Paulo, mas abandona certo de que sua grande paixão é a literatura.
Em 1861 publica sua primeira obra poética intitulada “Noturnas”. Casou-se duas vezes, primeiro aos vinte anos com Alice Guilhermina Luande, artista circense, que lhe dá um filho que morre com apenas 3 meses.
Com a morte de seu filho e mais tarde de sua esposa (1966), Fagundes casa-se com sua prima, Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve três filhos, porém um deles morreu prematuramente.
Dedicou-se à literatura, a qual nota-se refletido suas tristezas, angustias na vida. Com isso, entrega-se a boemia e falece em Niterói, dia 18 de fevereiro de 1875, com 34 anos, vítima de apoplexia (acidente vascular cerebral-AVC).
Obras de Fagundes Varela
Fagundes Varela fez parte da segunda geração romântica no Brasil, chamada de “Mal-do-século” ou “Ultrarromântica”.
Sua poesia, além de abordar temas sociais e políticos, foca em temas como a solidão, a melancolia, a angústia, a desilusão e o desengano.
Algumas de suas obras são:
- Noturnas (1861)
- Cântico do Calvário (1863)
- Pendão Auri-verde (1863)
- Vozes da América (1864)
- Cantos e Fantasias (1865)
- Cantos Meridionais (1869)
- Cantos do Ermo e da Cidade (1869)
- Anchieta ou Evangelho na Selva (1875)
- Cantos Religiosos (1878)
- Diário de Lázaro (1880)
Cântico do Calvário
Na sua obra poética, destaca-se a poesia intitulada “Cântico do Calvário” inspirada na morte prematura do filho de seu primeiro casamento, em dezembro de 1863. Confira abaixo um trecho:
À memória de meu filho
Morto a 11 de dezembro de 1863
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O povir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto, — caíste! — Crença, já não vives!
Curiosidade
No estado do Rio Grande do Sul, há uma cidade chamada Fagundes Varela em homenagem ao poeta.
Leia também:
DIANA, Daniela. Fagundes Varela. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fagundes-varela/. Acesso em: