Fidel Castro
Fidel Castro (1926-2016) foi um líder revolucionário cubano e comunista.
Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba (1976-2008), primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e ditador do país desde 1959, Fidel esteve no poder durante 49 anos.
Nomeado "Doctor Honoris Causa" por diversas universidades europeias e latino-americanas, Fidel Castro teve seus discursos e ideologias registrados em inúmeros artigos, entrevistas, livros e filmes.
Biografia de Fidel Castro
Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu no vilarejo cubano de Birán, localizado na província de Holguin, no dia 13 de agosto de 1926.
Filho bastardo de seu pai, Ángel Castro y Argiz, rico fazendeiro, com sua amante (e segunda esposa) Lina Ruz González.
Em 1932, Fidel é enviado à Santiago de Cuba para estudar no colégio La Salle e, posteriormente, na escola jesuíta Dolores.
No ano de 1945, vai estudar no Colégio de Belén, em Havana. No mesmo ano, ingressa no curso de Direito na Universidade de Havana, onde irá se doutorar em 1950.
Passou a se envolver com o ativismo estudantil, quando entrou para o Partido Socialista do Povo Cubano (1947). Em termos práticos, sua militância envolvia a publicação do periódico mimeografado El Acusador, do qual foi co-editor.
Com sua primeira esposa, Mirta Díaz Balart, Fidel Castro tem um filho chamado Fidel, “Fidelito”. Mirta e Fidel divorciaram-se em 1955.
Com sua segunda esposa, Dalia Soto del Valle, terá os filhos Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel e, com sua amante Naty Revuelta, mais uma filha, Alina Fernández-Revuelta.
Depois de graduado, Fidel irá se dedicar à militância. Através do Diário Alerta e das emissoras Radio Álvarez e COCO, critica duramente o golpe de estado perpetrado por Fulgêncio Batista, em 10 de março de 1952.
Posteriormente, Fidel Castro se exila no México, onde irá planejar a primeira investida revolucionária.
A mal fadada tentativa de golpe viria em 26 de julho de 1953. Liderando um grupo de revolucionários, Fidel ataca o Quartel Moncada, em Santiago de Cuba.
Fidel Castro e os participantes do ataque foram presos e condenados a anos de prisão. Desta derrota, surge o Movimento Revolucionário 26 de Julho. Fidel Castro é anistiado em maio de 1955.
Em liberdade, o revolucionário irá se dedicar ao diário La Calle por alguns meses. Parte de Cuba e se exila no México, de onde viaja pelos Estados Unidos. Reúne os emigrados cubanos fiéis a sua causa e prepara um novo ataque, desta vez, sob a matriz de uma guerrilha rural.
Assim, em 1956, Fidel parte do porto mexicano de Tuxpan comandando dezenas de guerrilheiros (cerca de 80 homens armados), incluindo Ernesto Che Guevara.
Eles irão se estabelecer em Sierra Maestra, região montanhosa e de difícil acesso, onde o Exército Rebelde Cubano continuou por cerca de três anos. Fidel Castro liderou seus homens em diversas batalhas vitoriosas.
Neste período, as ideias revolucionárias de caráter nacionalista e socialista eram divulgadas por meio do periódico El Cubano Libre e da emissora Radio Rebelde.
Com a ocupação de Santiago em 1958 pelo Exército revolucionário, o presidente Fulgêncio Batista foge no dia 1 de janeiro de 1959. Essa fuga facilita a marcha revolucionária até Havana alguns dias depois.
Fidel Castro é nomeado ministro da república cubana, cargo em que permanece até 1976.
Com o afastamento em relação aos EUA, o novo regime cubano se aproxima da URSS, a qual ofereceu suporte econômico e militar ao novo governo de Cuba.
Com isso, Fidel Castro declara um estado Socialista e introduz o modelo de economia planificada nos moldes soviéticos.
A resposta estadunidense veio com o presidente Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1960.
No ano seguinte, um grupo de mercenários financiados pelo governo norte-americano tenta invadir a Baia do Porcos, mas são derrotados pelos homens de Fidel.
Em resposta, Fidel Castro permite a instalação de mísseis soviéticos em Cuba no ano seguinte (1962) desencadeando a “Crise dos Mísseis de 1962”. Os mísseis foram retirados após o governo estadunidense se comprometer a não mais invadir Cuba.
Em dezembro de 1976, Fidel Castro é nomeado presidente do Conselho de Estado (chefe do Estado) e presidente do Conselho de Ministros (chefe de governo) de Cuba.
No ano de 1977, Castro é nomeado pela Assembleia Nacional do Poder Popular a ocupar o cargo de Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros.
Por fim, com o colapso da URSS em 1991, Cuba enfrenta sérias dificuldades sem os investimentos soviéticos, forçando-a ao racionamento de gêneros alimentícios e industrializados. Assim, para restabelecer a economia cubana, Fidel abre o país ao capital estrangeiro.
Como resultado desta reaproximação, em março de 1995, Fidel visita a França, marcando a reaproximação com as potências capitalistas. Neste ano, Fidel castro recebe o Prêmio Mijail Sholojov da União de Escritores da Rússia em 1995. Em 1998, ele recebe o Papa João Paulo II em Cuba.
Em julho de 2006, devido a uma grave doença nos intestinos, Fidel Castro entrega o cargo de presidente em caráter provisório a seu irmão Raúl Castro.
Em agosto, Raúl se torna o comandante das Forças Armadas, secretário-geral do Partido Comunista de Cuba e presidente do Conselho de Estado.
Em fevereiro de 2008, Fidel anuncia que não se recandidataria à presidência de Cuba, passando o poder definitivamente para seu irmão, Raúl Castro.
Contudo, Fidel Castro continuou membro do parlamento como um dos 31 membros do Conselho de Estado e manteve o cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba.
Fidel castro morreu no dia 25 de novembro de 2016, em Havana, com 90 anos.
Principais características do Governo de Fidel Castro
De partida, vale citar que Fidel Castro nunca foi eleito por meio de eleições diretas. Seu governo se caracterizou como uma das ditaduras mundiais que mais limitaram a liberdade de expressão.
Contudo, durante sua gestão, Cuba atingiu índices altos de desenvolvimento humano e social, principalmente por causa da longevidade da população, investimento em saúde e educação.
Com Fidel, teve lugar a Lei de Reforma Agrária (1959), a nacionalização de empresas estrangeiras e o fomento à indústria nacional.
Além disso, houve a erradicação do analfabetismo cubano a partir da nacionalização do ensino público gratuito. Por fim, a estatização da saúde garantiu a Cuba um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo.
Frases de Fidel Castro
- “Chega já dessa ilusão de que os problemas do mundo podem ser resolvidos com armas nucleares! As bombas poderão até matar os famintos, os enfermos e os ignorantes, mas não podem matar a fome, as enfermidades e a ignorância.”
- “Ele (Jesus Cristo) foi o primeiro comunista. Repartiu o pão, repartiu os peixes e transformou a água em vinho.”
- “É preferível morrer pelo fogo, em combate, a morrer em casa, pela fome.”
- “Cheguei à conclusão, talvez um pouquinho tarde, de que os discursos devem ser curtos.”
- “Ideias não precisam de armas, se elas podem convencer as grandes massas.”
- “Uma revolução não é um mar de rosas. É uma luta de morte entre o futuro e o passado.”
- “Me condenem, não importa. A história me absolverá.”
Fidel Castro. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fidel-castro/. Acesso em: