Entenda o que é Elipse (figura de linguagem) com exemplos
A elipse é uma figura de linguagem usada para omitir termos que podem ser facilmente identificados pelo interlocutor, como se estivéssemos economizando palavras, por exemplo:
Estava falando sobre a minha mãe e não sobre à sua.
Nessa frase, a palavra mãe foi omitida: Estava falando sobre a minha mãe e não sobre à sua mãe.
As figuras de linguagem são recursos usados para dar mais ênfase à comunicação e torná-la mais bonita. A elipse é uma figura de linguagem classificada como figura de sintaxe (ou de construção), porque interfere na estrutura sintática dos enunciados.
Exemplos de elipse
Elipse do sujeito: Comi no restaurante da minha avó na semana passada. (Eu comi no restaurante da minha avó na semana passada.)
Elipse do verbo: A cidade parecia mais alegre; as pessoas, mais felizes. (A cidade parecia mais alegre; as pessoas pareciam mais felizes.)
Elipse do substantivo: Fui à casa do meu amigo, mas ele não veio à minha. (Fui à casa do meu amigo, mas ele não veio à minha casa.)
Elipse da preposição: Aquele dia, não descansei. (Naquele dia, não descansei.)
Elipse da oração: Perguntei quando viria. Ele disse que não sabia. (Ele disse que não sabia quando viria.)
Elipse da conjunção: E espero tenha sido simpática com os convidados. (E espero que tenha sido simpática com os convidados.)
Exemplos de elipse na música e na literatura
Exemplo: “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis)
Nesta frase, houve a omissão do verbo haver: Na sala havia apenas quatro ou cinco convidados.
Exemplo 2: “A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade)
Nesta frase, houve a omissão da conjunção se: A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos.
Exemplo 3: “Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lobo)
Nesta frase, houve a omissão do verbo estar: Onde está a minha namorada...
Exemplo 4: “Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música “Atrás da porta”)
Nesta frase, houve a omissão dos pronomes tu e eu: Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, eu juro que não acreditei.
Diferença entre elipse e zeugma
A zeugma, tal qual a elipse, é uma figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.
A diferença entre a elipse e a zeugma é a forma como os termos omitidos são identificados. Na elipse, os termos omitidos são identificados pelo contexto, enquanto na zeugma, o termo omitido na frase já havia sido expresso anteriormente.
- Exemplo de elipse: Andei por todo o parque. (Eu andei por todo o parque.)
- Exemplo de zeugma: Anne comprou banana; eu, maçã. (Anne comprou banana; eu comprei maçã.)
Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório, por exemplo:
- Na casa de Alfredo tinha jacuzzi; na minha, uma piscina. (omissão de “tinha”)
- Na casa de Maria havia laranjeira. Na minha, limoeiro. (omissão de “havia”)
- Mariana prefere artes plásticas; eu, cinema. (omissão de “prefiro”)
Leia também: Figuras de Linguagem
Referências Bibliográficas
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.
DIANA, Daniela. Entenda o que é Elipse (figura de linguagem) com exemplos. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/figura-de-linguagem-elipse/. Acesso em: