Fim da URSS
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) terminou em 8 de novembro de 1991.
Sem condições de acompanhar os avanços tecnológicos ocidentais e manter um nível de qualidade para a população, a URSS foi declinando lentamente.
Igualmente, as repúblicas que formavam a União Soviética exigiam mais autodeterminação e liberdades políticas.
Principais Causas
Vários são os motivos para que URSS entrasse em colapso:
- Crise desencadeada pelo modelo econômico que impunha a população a viver com a escassez de muitos bens de consumo;
- Reformas mal conduzidas que levaram à deterioração da qualidade de vida da população;
- Descontentamento popular com a oferta de produtos, principalmente alimentos;
- As diferenças de qualidade de vida entre os cidadãos da URSS e os do bloco capitalista;
- Concentração do poder;
- Enfraquecimento do poder central;
- O autoritarismo, com a censura à imprensa e as mais diversas formas de manifestações populares;
- Controle da Igreja e demais religiões;
- Enfraquecimento da disciplina do Partido Comunista devido à divisão ideológica;
- Guerra Fria e a pressão do Ocidente.
Resumo
Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu a secretaria do Partido Comunista e colocou em prática os planos da perestroika (reestruturação) e glasnost (transparência).
Esta política pretendia:
- modernizar a economia da Rússia;
- reduzir a participação do Estado na economia;
- diminuir a interferência do governo nas questões civis.
Rapidamente, o modelo demonstrou sinais de ineficiência. A União Soviética precisou reduzir os gastos militares, passou a interferir menos nos problemas políticos dos países socialistas e também limitou o auxílio econômico a essas nações.
Assim, os soviéticos retiraram suas tropas do Afeganistão, sem terem conseguido a vitória que desejavam.
Igualmente, os países do Leste Europeu lutavam por mais liberdades. Em 1989, a população de Berlim derrubou o muro que separava a cidade e precipitou a reunificação da Alemanha.
Populações de países como Tchecoslováquia, Hungria, Bulgária, Polônia e Romênia também foram às ruas para exigir mudanças e mais democracia.
Ao contrário do que havia acontecido em anos interiores, quando as tropas soviéticas intervinham, desta vez os soldados ficaram nos quartéis.
Desta maneira, estes países puderam se redemocratizar e muitos ingressaram na União Europeia.
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Movimentos Separatistas
A situação interna era caótica, pois em várias regiões da URSS emergiram movimentos separatistas.
A crise começou nos anos 80, mas se aprofundou nos anos 90, com a ascensão de tendências nacionalistas em praticamente todas as repúblicas soviéticas.
A primeira manifestação separatista a vir à tona foi na Lituânia. Seguiram-se protestos na Estônia e Letônia, seguidas da Geórgia, Azerbaijão, Moldávia e Ucrânia.
Em paralelo, Gorbachev era questionado pela burguesia russa, temerosa de perder os privilégios, e os opositores.
O principal líder da oposição era Boris Yeltsin, que exigia reformas radicais e planejou um golpe contra Gorbachev.
Golpe no Partido Comunista
Os acontecimentos de agosto de 1991, contudo, marcaram o colapso, quando um golpe suspendeu as atividades do Partido Comunista.
O partido perdeu os poderes no Conselho Supremo da URSS, por decisão dos deputados integrantes do Congresso.
A dissolução do congresso da União Soviética foi anunciada em setembro de 1991.
Em 8 de dezembro, ocorreu a assinatura da dissolução da União Soviética entre os líderes da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia.
Em seguida, foi formada a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), que consistia em reunir as antigas repúblicas que formaram a URSS. Dos 15 países, 12 retificaram o tratado.
As repúblicas bálticas - Estônia, Lituânia e Letônia - se recusaram a participar, pois alegaram que sua incorporação a URSS havia ocorrido sob coerção.
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Federação Russa
A Federação Russa assumiu as obrigações internacionais da URSS e as dívidas externas dos países.
A Rússia retirou os bens da URSS que ficaram em países estrangeiros, incluindo as instalações como embaixadas e consulados.
O comando das forças militares, o controle das armas nucleares e a gestão da pesquisa de exploração espacial ficou sob administração da Rússia.
As armas nucleares pertencentes à Ucrânia, Bielorrússia e Cazaquistão foram destruídas porque essas nações desistiram deste tipo de equipamento militar.
O exército russo retirou-se dos países bálticos, que tiveram que reestruturar suas forças militares a partir da independência.
Consequências do Fim da URSS
Com o fim da URSS, o mundo passou a ter somente o capitalismo e o liberalismo como ideologia econômica e política.
O fim do regime soviético inaugurou o processo da globalização e da economia de mercado que dominam o planeta atualmente.
Além disso, verificamos que:
- O território russo e a população foram reduzidos em um quarto;
- O acesso a portos marítimos passou a ser um entrave;
- Inúmeros conflitos étnicos tomaram conta da das ex-repúblicas soviéticas, que também passaram a disputar territórios;
- Uma única superpotência passou a existir: os Estados Unidos.
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Curiosidades
- A postura liberal assumida por Gorbachev lhe rendeu em 1990 o "Prêmio Nobel da Paz" numa clara demonstração de que as medidas agradavam ao Ocidente.
- O evento é considerado a maior catástrofe geopolítica do século XX.
- Uma vez que a URSS deixou oficialmente de existir, a população passou a retirar e derrubar todos os símbolos do socialismo como estátuas de Lenin, Stalin, Trotski, Marx e demais líderes do partido.
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BEZERRA, Juliana. Fim da URSS. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fim-da-urss/. Acesso em: