Formação das Monarquias Nacionais

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A Formação das Monarquias Nacionais ocorreu durante o período da Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XV, nos países da Europa Ocidental.

Os principais exemplos de monarquias nacionais são a portuguesa, espanhola, francesa e inglesa.

O processo ocorreu de maneira similar nos países europeus, mas em tempos distintos. Em Portugal teve início no século XII, com a Dinastia de Borgonha (ou Afonsina), sendo mais tarde consolidada pela Dinastia de Avis. Por sua parte, na Espanha, França e Inglaterra, a formação dos Estados Nacionais teve início no século XV.

Na Espanha ocorreu a partir da união dos reinos de Aragão e Castela e seu apogeu aconteceu durante o reinado dos Habsburgo. Ambos os países, Portugal e Espanha, começaram o processo de formação dos estados nacionais após a expulsão dos mouros (muçulmanos).

Na França, considerada o modelo do absolutismo europeu, esse processo se deu ao longo do reinado das Dinastias Capetíngia e Valois. No entanto, será a Dinastia Bourbon que consolidará os monarcas absolutistas da França.

Por fim, na Inglaterra, através das Dinastias Plantageneta e Tudor.

As monarquias nacionais podem ser chamadas de Estado Absolutista, Monarquias Absolutistas ou ainda Estado Moderno.

Contexto histórico

O crescimento demográfico, o surgimento da burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da expansão das rotas marítimas, fizeram com que o modelo feudal já não funcionasse como antes.

Desta maneira, o novo desenvolvimento econômico precisava de outro modelo político. Assim, os países europeus foram centralizando o poder nas mãos de um rei e este se torna uma das figuras importantes ao lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.

A burguesia e o Estado Nacional

Junto a isso, os ideais mercantilistas conquistam os mercadores, comerciantes e profissionais burgueses. O dinheiro passa a ser mais importante que a terra e isto origina o nascimento de um novo sistema econômico: o capitalismo.

No entanto, quando este sistema surgiu era diferente daqueles que temos hoje em dia. Por isso, os historiadores o chamam de capitalismo primitivo.

Nesta época, se defendia o monopólio comercial, protecionismo alfandegário (proteção da economia pela entrada de produtos estrangeiros), e o metalismo (acúmulo de metais preciosos).

Enfim, o sistema feudal (administrado pelos senhores feudais), foi sendo substituído pelo sistema capitalista. Neste momento, verifica-se crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das feiras livres pela classe burguesa. Este período ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.

Diante disso, os senhores feudais, que possuíam poder na Idade Média, começam a perder sua posição. Por seu lado, o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política, a economia, a justiça e o exército.

Todas essas características mediante o poder centrado numa única figura soberana, o Rei, ficou conhecida como Absolutismo Monárquico.

Estado Nacional

A partir disso, foram criados os Estados Nacionais, também chamado de Estado Moderno, com fronteiras definidas e um exército nacional (com o fim dos exércitos particulares dos senhores feudais). No âmbito econômico, as monarquias nacionais visavam a unificação dos padrões monetários e também um sistema de cobrança dos impostos.

Esse aumento de poder ao Monarca foi obtido pelo apoio de parte da nobreza e, sobretudo, dos burgueses, a nova classe social que enriquecia com o desenvolvimento do comércio.

Com o surgimento da burguesia, esta passou a lutar pela autonomia das cidades que ainda eram dominadas pelos senhores feudais. Este movimento ficou conhecido como Movimento Comunal e era um compromisso entre várias cidades de constituir uma defesa única frente um ataque.

Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para formação das Monarquias ou Estados Nacionais. Assim, foram se extinguindo o domínio dos senhores feudais do período medieval, dando início a Era Moderna.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.