Ginástica Artística

Maurício Facchini
Maurício Facchini
Professor de Educação Física

A ginástica artística é uma modalidade esportiva que envolve um conjunto de movimentos técnicos.

Esses movimentos exigem precisão, força, flexibilidade, agilidade, coordenação e equilíbrio. Portanto, o domínio corporal é uma das principais características desses atletas.

Ginástica Artística

Movimentos de ginástica artística

Quem pratica a ginástica são chamados de ginastas. Inicialmente, a ginástica era praticada somente por homens. Atualmente, essa modalidade está presente em ambas as categorias (masculina e feminina).

Você sabia?

No início, essa modalidade era chamada de ginástica olímpica. Somente mais tarde, com a inclusão da ginástica rítmica desportiva e da ginástica de trampolim, ela passou a ser chamada de ginástica artística.

História

A história da ginástica artística é mais antiga do que pensamos. Acredita-se que os gregos praticavam diversos movimentos e acrobacias em alguns aparelhos com o intuito de atingir a perfeição física. Além disso, a ginástica grega era utilizada como uma forma de preparar o corpo tanto para a prática de outros esportes como para o treinamento militar.

No início do século XIX, o pedagogo alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn (1778-1852) foi um dos responsáveis por transformar a ginástica artística em modalidade esportiva.

Friedrich Ludwig Chistoph Jahn

Retrato de Friedrich Ludwig Christoph Jahn

No ano de 1811, ele sistematizou a prática da ginástica e fundou clubes de ginástica para jovens e interessados na modalidade. Além disso, ele ainda criou diversos aparelhos utilizados até hoje, tais como o cavalo com alças, traves, barras paralelas e horizontais.

Por esses motivos, Friedrich Ludwig Christoph Jahn é considerado o “pai da ginástica”.

Em 1881, foi fundada a Federação Europeia de Ginástica, o que resultou na consolidação dessa modalidade esportiva.

A ginástica artística está presente nas Olimpíadas desde o ano de 1896, quando foram realizadas em Atenas. Por outro lado, nos Jogos Pan-americanos, ela está presente desde 1951.

No que se refere à categoria feminina, as mulheres passaram a competir somente nos Jogos Olímpicos de 1928, realizados na Holanda. Atualmente, as ginastas femininas têm uma grande representatividade no Brasil e no mundo.

Ginástica Artística no Brasil

Trazida por imigrantes europeus, a ginástica artística chega ao Brasil em finais do século XIX. Inicialmente, foi na região sul do Brasil que ela começou a ser praticada.

Em 1858, foi fundada em Santa Catarina a Sociedade de Ginástica de Joinville. Mais de uma década depois, em 1867, foi fundada em Porto Alegre outra organização dessa modalidade: a Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa).

No início do século XX, os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo começaram a praticar ginástica olímpica em clubes da cidade. O primeiro campeonato nacional ocorreu em 1950 entre atletas paulistas, cariocas e gaúchos.

Em 25 de novembro de 1978, foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), órgão responsável pela modalidade no país. Logo, ela filiou-se à Federação Internacional de Ginástica (FIG), responsável pela organização de competições mundiais.

A primeira participação olímpica brasileira foi em Moscou, em 1980. Desde então, essa modalidade vem crescendo no país. Entre outros, merecem destaque os ginastas Arthur Zanetti, Daiane dos Santos, Diego Hipólito e Rebeca Andrade, todos campeões mundiais.

Leia também: Olimpíadas e Ginástica.

Regras

Geralmente, as provas de ginástica artística têm o foco na perfeição dos movimentos. Em uma sequência pré-determinada, os ginastas devem executar uma série de movimentos livres e obrigatórios, tanto nos aparelhos quanto no solo.

Aparelhos

Para as categorias femininas e masculinas os aparelhos utilizados são diferentes. Assim, para a prática masculina os principais aparelhos são:

Cavalo com alças

Cavalo com alças

Ginasta realizando movimentos no cavalo com alças

Argolas

Argolas

Ginasta nas argolas

Barras Paralelas

Barras Paralelas

Ginasta na prova de barras paralelas

Barras Fixas

Barras Fixas

Ginasta em prova de barra fixa

Já para a prática feminina os principais aparelhos são:

Barras Assimétricas

Barras Assimétricas

Ginasta em prova de barras assimétricas

Barras de Equilíbrio

Barras de Equilíbrio

Ginasta em barras de equilíbrio

Salto e Solo

Tanto as mulheres quanto os homens realizam movimentos no solo e no aparelho de salto sobre a mesa.

Nesse aparelho, os atletas realizam uma corrida inicial e, em seguida, saltam com a ajuda de um trampolim sobre a mesa. Eles podem utilizar a mesa para apoiar as mãos e auxiliar nos movimentos acrobáticos e mortais. Por fim, os atletas devem pousar com os pés o mais firmemente possível sobre o solo.

Salto

Ginasta após o salto

Na prova de solo, os ginastas realizam giros, saltos, passos e movimentos acrobáticos. Eles não podem ultrapassar o limite da quadra, que tem a forma de um quadrado com 12 metros de lado.

Os homens têm entre 50 e 70 segundos para executar os movimentos, enquanto as mulheres têm entre 70 e 90 segundos. Além disso, na prova de solo masculina, não há música para acompanhar os movimentos, enquanto na feminina há um fundo musical.

Prova de solo

Ginasta em prova de solo

Pontuação

Os juízes atribuem uma nota para o grau de dificuldade e outra nota de acordo com a execução de cada movimento. A pontuação diminui se os ginastas cometem erros, como desequilíbrio na hora de cravar o salto no solo. Além disso, os atletas perdem pontos se não executarem algum movimento obrigatório em cada aparelho.

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Maurício Facchini
Maurício Facchini
Graduado em Educação Física pela Universidade do Vale do Taquari e mestrando na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.