Ginástica rítmica
Ginástica rítmica é um estilo de ginástica desenvolvido com base em movimentos corporais inspirados nos elementos do balé e da dança teatral. Além disso, a ginástica rítmica requer a combinação de arte, criatividade e capacidade física, cuja execução deve ser realizada em sincronia com a música.
Esse ramo da ginástica, também é conhecido como Ginástica Rítmica Desportiva – GRD. Em 1962, a Ginástica Rítmica foi reconhecida como modalidade esportiva essencialmente feminina pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Portanto, apenas mulheres participam de competições, seja individualmente ou em equipe.
Há apenas duas provas na ginástica rítmica: o individual geral e o conjunto geral, onde cinco ginastas se apresentam na prova em conjunto. No individual, as ginastas se apresentam em 4 aparelhos (por exemplo, arco, bola, fita e maça) enquanto no conjunto, as ginastas se apresentam com dois aparelhos, que mudam a cada ciclo olímpico. As apresentações da ginástica rítmica variando entre 75 e 90 segundos para cada aparelho.
História da ginástica rítmica: origem e evolução
Os primeiros passos de destaque na ginástica rítmica foram dados pelo coreógrafo François Delsarte, no século XIX. Inicialmente, ele deu iniciou a prática de exercícios rítmicos como forma de expressar sentimentos por meio de movimentos corporais.
No início do século XX, Émile Jacques Dalcroze idealizou a técnica rítmica, aperfeiçoada por seu aluno Rudolf Bode. Este melhorou os movimentos, tornando-os mais naturais e integrais. Além disso, Rudolf Bode adicionou a utilização de aparelhos para aprimorar e decorar as apresentações. Paralelamente, o professor e músico alemão Heinrich Medeau, foi responsável por incluir aparelhos como o arco, a bola e a maça à execução dos movimentos rítmicos corporais.
Combinando os movimentos da ginástica tradicional com a dança, surgiu a ginástica rítmica, que começou a ser reconhecida durante a década de 20 por escolas de ginástica, mesmo ainda sem regras definidas.
Depois, a ginástica rítmica foi desenvolvida pela bailarina Isadora Duncan. Ela levou a prática da ginástica rítmica à antiga União Soviética, onde introduziu o ensino dessa nova modalidade, estabelecendo regras para competições.
Em 1961, países do leste europeu organizaram o primeiro campeonato internacional da ginástica rítmica.
Em 1962, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) incorporou esse tipo de ginástica às competições e instituiu a primeira Comissão Técnica da FIG.
Inicialmente, as competições foram realizadas por países do leste da Europa, até que em 1963, foi realizado em Budapeste o primeiro campeonato mundial dessa modalidade.
Depois disso, a modalidade continuou a evoluir com a inclusão de mais elementos e a criação de regulamentação com normas internacionais.
A ginástica rítmica com utilização de aparelhos foi denominada como Ginástica Rítmica Desportiva (GRD), em 1975.
A primeira participação da Ginástica Rítmica nas Olimpíadas foi em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, onde as ginastas competiram individualmente. A partir dos Jogos de Atlanta, em 1996, a Ginástica Rítmica também passou a ser disputada na categoria coletiva.
Início da Ginástica Rítmica no Brasil
A ginástica rítmica foi introduzida no Brasil pela professora e técnica húngara Ilona Peuker, por meio da criação de sua própria escola de movimento.
Sua contribuição para o desenvolvimento da modalidade no território brasileiro ocorreu através da ministração de cursos a ginastas e profissionais da educação.
Em 1956, Dona Ilona, como ficou conhecida, fundou a primeira equipe brasileira de Ginástica Rítmica, o GUG - Grupo Unido de Ginastas. No Brasil, os primeiros campeonatos da modalidade foram realizados no Rio de Janeiro.
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), foi criada em 25 de novembro de 1978, tendo o Dr. Siegfried Fischer como o primeiro presidente. De 1978 a 1984, Ilona Peuker foi presidente do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica Desportiva.
A primeira participação do Brasil em um campeonato mundial ocorreu em 1971 em Copenhague, na Dinamarca.
Características dos movimentos na ginástica rítmica
A ginástica rítmica é fortemente influenciada pela linguagem artística, como o teatro, a música e a dança, envolvendo um árduo trabalho de preparação emocional, criativa e física.
A técnica dos movimentos é baseada em movimentos corporais expressivos e ritmados, realizados ao som de uma música temática para desenvoltura no tablado. Os elementos corporais são avaliados quanto ao equilíbrio do corpo, à flexibilidade e às rotações.
Os elementos presentes nessa modalidade incluem movimentos de mãos livres, sem utilização de aparelhos, e a utilização dos cinco aparelhos oficiais: arco, bola, corda, maças e fita.
Elementos da ginástica rítmica: aparelhos utilizados
Aparelho arco
O arco é o aparelho utilizado na apresentação de saltos e pivots, por exemplo. O material utilizado deve medir entre 80 e 90 cm de diâmetro, além do peso mínimo de 300 gramas.
Aparelho bola
A Bola, fabricada em material de borracha, utilizada na ginástica rítmica, deve ser apresentada nos exercícios de flexibilidade e ondas, com um diâmetro de 18 a 20 cm e peso mínimo de 400 gramas.
Aparelho maças
As duas maças são utilizadas na execução de movimentos que envolvam equilíbrio. As especificações técnicas deste aparelho são: cada maça deve ter entre 40 e 50 cm, além de pesar no mínimo 150 gramas.
Aparelho fita
O aparelho fita é composta por duas partes: a fita, no qual deve ter pelo menos 6 metros, com largura de 4 a 6 cm, e pesar no máximo 35 gramas. A segunda parte é o estilete: a fita deve ser presa a um estilete com 50 a 60 cm de base e no máximo 1 cm de diâmetro.
Aparelho corda
A corda é utilizada para desenvolver, predominantemente, com o exercício de salto. O material desse aparelho pode ser de sisal ou sintético, com comprimento compatível à altura da ginasta.
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Referências Bibliográficas
Federação de Ginástica de Portugal. Regras da Ginástica Rítmica - Special Olympics 2016-2023. Documento acessado em 25.08.2023. Disponível em: https://www.ginastica.org/documentacao
OLIVEIRA, G. M.; PORPINO, K. de O. Ginástica rítmica e educação física escolar: perspectivas críticas em discussão. Pensar a Prática, Goiânia, v. 13, n. 2, p. 1-15, jul.-dez. 2010. DOI: 10.5216/rpp.v13i2.8632.
Ginástica rítmica. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/ginastica-ritmica/. Acesso em: