Guerra dos Seis Dias: causas, cronologia e consequências
A Guerra dos Seis Dias, chamada pelos árabes de"Guerra de Junho" ou"Terceira Guerra Árabe-israelense", ocorreu entre os dias 5 e 10 de junho de 1967.
O conflito envolveu Israel, Egito, Síria e Jordânia. Como vencedor, Israel incorporou as áreas da Península do Sinai, da Faixa de Gaza, Cisjordânia, as Colinas de Golã e a área oriental da cidade de Jerusalém.
A anexação desses territórios acirrou os conflitos entre judeus e árabes na Palestina.
Antecedentes da Guerra
Em 1945, os países árabes haviam feito uma aliança entre si, a Liga Árabe, onde se afirmava que, caso Israel atacasse algum país árabe, como Egito, Síria, Líbano e Jordânia, etc., todos deveriam revidar a ofensiva.
Igualmente, o Egito, governado por Gamal Abdel Nasser (1918-1970), preparava-se militarmente para atacar o Estado de Israel.
Para aumentar a tensão regional, em 1964 foi criada a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), entidade que seria responsável por conduzir a política dos territórios palestinos.
Além disso, o Egito expulsou as tropas das Nações Unidas, os cascos-azuis, da Península do Sinai, fazendo com que as Forças Armadas israelenses se preparassem para um possível ataque.
Causas da Guerra dos Seis Dias
Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, os estados árabes vizinhos ameaçavam acabar com o recém-fundado estado judeu e a tensão era constante.
A justificativa para o conflito, iniciado por Israel, foi a antecipação a uma possível invasão árabe. O ataque seria uma resposta preventiva à ofensiva ocorrida no dia 14 de maio, aniversário da fundação de Israel.
Desenvolvimento da Guerra dos Seis Dias
Apesar de querer evitar combater em três frentes de batalha, Israel se viu atacado por Egito, Síria e Jordânia. Primeiro, aviões sírios invadiram o espaço aéreo israelense e foram abatidos.
Na altura, o Egito concentrou tropas na fronteira com a Síria em uma clara demonstração de insatisfação com a ocupação da Palestina pelos judeus.
Além do deslocamento das tropas, o Egito bloqueou o estreito de Tiran, no Mar Vermelho, o que impedia o acesso israelense ao Oceano Índico.
Assim, no dia 6 de junho, a Aeronáutica israelense atacou o Egito com seus aviões e conseguiu destruir as aeronaves e aeroportos militares em apenas 8 horas.
Por outro lado, em Jerusalém Oriental, dominada pelos jordanianos, houve três dias de combates, com a vitória dos israelenses se apoderando desta parte da cidade.
Após quatro dias dessa ação, a Síria concentrou seus exércitos nas colinas de Golã. As tropas dos países árabes foram dizimadas em poucas horas após o primeiro ataque, iniciado por Israel.
Embora também tenham respondido aos ataques, os exércitos árabes não foram capazes de reagir diante da superioridade bélica de Israel.
No dia 7 de junho, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu o cessar-fogo, que foi imediatamente aceito por Israel e Jordânia.
O Egito aceitou no dia seguinte e a Síria o fez no dia 10 de junho.
Cronologia da Guerra dos Seis Dias
Veja abaixo a cronologia da contenda:
Consequências da Guerra dos Seis Dias
A Guerra dos Seis Dias deixou milhares de mortos, especialmente entre as forças árabes, que contavam com reforços da Arábia Saudita, Argélia, Iraque, Líbia, Marrocos, Sudão e Tunísia.
O Egito contabilizou 11 mil mortes, a Jordânia 6 mil e foram registradas mil baixas fatais do lado da Síria. Por seu lado, Israel teve 700 falecidos em combate e fez 6 mil prisioneiros.
A longo prazo, a Guerra dos Seis dias marcou uma nova fase no conflito entre judeus e palestinos, pois os palestinos começaram a ter consciência de sua própria força e identidade.
Por outra parte, centenas de milhares de refugiados palestinos passaram a viver em territórios ocupados sob domínio israelense.
Expansão Territorial
Com a vitória na Guerra dos Seis Dias, o Estado de Israel incorporou:
- Faixa de Gaza e Península do Sinai;
- Colinas de Golã;
- Cisjordânia, incluindo a porção oriental de Jerusalém.
Situação de Jerusalém
Antes da guerra, Jerusalém era dividida entre árabes e israelenses, dentro da partilha realizada por determinação da ONU, em 1948.
Agora, os palestinos exigem a devolução da cidade, que é considerada sagrada para os muçulmanos, judeus e cristãos.
Para os judeus, Jerusalém é um território indivisível e capital do Estado de Israel de direito. Porém, para todos os efeitos, a cidade de Tel Aviv é a capital de fato de Israel.
A propriedade e posse de Jerusalém é um dos principais pontos do conflito na Palestina.
Milagres na Guerra dos Seis Dias
A vitória de Israel é considerada por algumas comunidades religiosas como um milagre porque sua inferioridade numérica era muito evidente. Havia cerca de dez soldados árabes para cada soldado israelense.
Também durante as batalhas da Guerra dos Seis Dias se produziram várias fugas e rendições de soldados entre os exércitos árabes que são consideradas inexplicáveis do ponto de vista militar.
Estas narrativas de alguma intervenção sobrenatural durante o conflito faz crescer a animosidade contra os muçulmanos em todo mundo.
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BEZERRA, Juliana. Guerra dos Seis Dias: causas, cronologia e consequências. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/guerra-dos-seis-dias/. Acesso em: