Guildas Medievais: o que foram, história e significado
As Guildas Medievais representavam associações de profissionais (sapateiros, ferreiros, alfaiates, marceneiros, carpinteiros, artesãos, artistas) durante o período da Idade Média, formadas hierarquicamente por mestres, oficiais e aprendizes.
O termo “Guilda” vem do germânico arcaico “gelth” e significa “pagamento”. Os trabalhadores associados pagavam uma quantia regularmente a fim de manter o funcionamento destas associações de mutualidade.
Com o crescimento das cidades medievais e consequentemente das Guildas, essas associações foram se aperfeiçoando, as quais passaram a ser chamadas de “Corporações de Mercadores”, e mais adiante, de “Corporações de Artífices”.
Qual era a função das Guildas?
Essas associações tinham como objetivo prestar assistência e segurança aos seus membros que, unidos, buscavam:
- regularizar as atividades laborais;
- evitar a concorrência;
- manter a qualidade dos produtos;
- tornar o trabalho mais eficiente e produtivo.
Ademais, havia as Guildas de caráter religioso, beneficente ou de lazer.
Diferente das Hansas que eram, associação de comerciantes, as Guildas se aproximam das “Corporações de Ofício”, que regulamentavam o processo produtivo artesanal.
Por conseguinte, durante o declínio do período medieval, no Renascimento Europeu, as Guildas foram substituídas pelas “Corporações de Ofício”.
Para saber mais: Corporações de Ofício
História do surgimento das Guildas
As Guildas surgiram na Baixa Idade Média (século X ao século XV) e estão intimamente relacionadas com:
- As Cruzadas;
- o Renascimento Comercial e Urbano;
- a crise do absolutismo e do sistema feudal;
- a formação das monarquias nacionais;
- o surgimento da burguesia.
Assim, esse período esteve marcado, sobretudo, pela transição de um sistema feudal e agrário, para um sistema capitalista e urbano.
Os trabalhadores dos feudos, insatisfeitos com as condições de vida e trabalho, buscavam nos burgos (cidades medievais fortificadas) melhores condições de vida, bem como um local apropriado para a venda de seus produtos.
Esses trabalhadores dos burgos, os burgueses, aos poucos foram se organizando e dando início ao desenvolvimento do comércio, crescimento demográfico e aparecimento da moeda de troca.
Nesse contexto, surgiu um sistema capitalista primitivo, que buscava principalmente o lucro. Essa burguesia mercantil, imbuída de características mercantilistas (controle estatal da economia, monopólio, metalismo e protecionismo) fez surgir uma nova mentalidade: a mentalidade burguesa.
A partir disso, com o crescimento do comércio e da economia, os comerciantes e profissionais de diversas áreas começaram a se organizar para defender interesses econômicos e profissionais.
Com efeito, surgiram as Guildas, as Hansas e as Corporações de Ofício, importantes para a organização e regulamentação da produção comercial da época.
Para saber mais: Liga Hanseática
SOUZA, Thiago. Guildas Medievais: o que foram, história e significado. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/guildas-medievais/. Acesso em: