Hermes da Fonseca
Hermes da Fonseca foi um militar e político republicano gaúcho que governou o país entre os anos de 1910 e 1914.
Foi o oitavo presidente da República do Brasil, sendo sobrinho do primeiro presidente da República no Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca, de forma que participou da Proclamação da República, em 1889, na função de Comandante do 2º Regimento de Artilharia Montada.
Biografia
Hermes Rodrigues da Fonseca nasceu no município de São Gabriel, Rio Grande do Sul, dia 12 de maio de 1855. De família ilustre e de tradição no Exército, era filho do Marechal Hermes Ernesto da Fonseca e de Rita Rodrigues Barbosa.
Tal qual seu pai, seguiu a carreira militar e, em 1871, com apenas 16 anos, já no Rio de Janeiro, cursou Ciências e Letras e ingressou na Escola Militar, sendo aluno do político Benjamin Constant, personalidade que lhe influenciou sobre os ideais positivistas.
Em 1878, foi um dos fundadores do “Clube Republicano” do Círculo Militar, organização responsável por derrubar a monarquia e instituir o novo regime. Nesse mesmo ano, casou-se com Orsina Francioni da Fonseca (falecida em 1912) com quem teve cinco filhos; e, em 1913, com a artista Nair de Tefé von Hoonholtz, filha do Barão de Teffé.
Participou da Revolta da Vacina (1904), rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro.
Ademais, participou da Revolta da Armada (1893), no Rio de Janeiro, movimento liderado pela Marinha do Brasil, contra o governo de Floriano Peixoto (1839-1895) e, ainda, da articulação da tentativa de golpe dada por seu tio Deodoro da Fonseca em prol da Proclamação da República, ocorrida dia 15 de novembro de 1889.
Em 1915, após o assassinato do dirigente do Partido Republicano Conservador, Pinheiro Machado (1851-1915), afasta-se da política e passa a viver na Europa (Suíça); em 1921, após voltar para o Brasil, elegeu-se Presidente do Clube Militar, sendo preso durante 6 meses, no ano seguinte, uma vez que esteve envolvido na “Revolta do Forte de Copacabana”. Faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, dia 9 de setembro de 1923.
Governo Hermes da Fonseca
Em oposição a Rui Barbosa, Hermes da Fonseca vence as eleições diretas, assumindo a presidência do país, com 55 anos, no dia 15 de novembro de 1910. Governou de 1910 a 1914, sendo seu vice-presidente Venceslau Brás.
Já de início, seu governo foi marcado pela crise da política do café com leite, entre os políticos cafeicultores de São Paulo e os fazendeiros de Minas Gerais, os quais revezavam o cargo da presidência do país.
Além disso, nos primeiros dias de atuação, enfrentou a Revolta da Chibata (1910), movimento dos marinheiros contra os maus tratos recebidos. Mais tarde, a Guerra do Contestado (1912-1916), desencadeada no sul do país e liderada pelo monge José Maria.
Destacou-se na carreira militar e política, recebendo a patente de General (1900), Capitão, Tenente-Coronel (1894) e Marechal (1906). Foi nomeado chefe da Casa Militar da Presidência e atuou como Ministro da Guerra do governo de Afonso Pena (1906), instituindo o serviço militar obrigatório e promovendo uma reforma no Exército Brasileiro. Ademais, foi Ministro do Supremo Tribunal Militar (STM).
A “Política das Salvações”, foi contra a campanha civilista, de forma que representou as intervenções federais nos governos estaduais, efetivadas com o pretexto de combater o domínio oligárquico sobre os estados.
Leia também:
Hermes da Fonseca. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/hermes-da-fonseca/. Acesso em: