Hinduísmo

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Hinduísmo é a terceira maior religião do mundo (cerca de 1 bilhão de fiéis) e, provavelmente, a mais complexa.

Ela engloba quase todas as tradições religiosas daquela região (com exceção do budismo e jainismo).

A palavra hinduísmo é de origem persa para denominar o rio Indo (Hindu) e faz referência a todos os povos que viviam no subcontinente indiano.

No Hinduísmo, não há um fundador, como em outras religiões.

A partir disso, as divindades (que podem chegar a milhões) fazem parte da vida cotidiana. Mesmo existindo templos, o culto é realizado normalmente nos lares, onde existem altares para os deuses favoritos.

Nesse sistema de crenças, os dogmas não são rígidos, o que permite a incorporação de tradições variadas.

Contudo, respeita-se muito os textos sagrados, a maior parte escrito em sânscrito. Deles, destacam-se o Ramáiana e o Maabárata, com tratados religiosos e filosóficos, bem como narrativas míticas sobre os governantes da Índia antiga.

Costumes e Crenças do Hinduísmo

É comum entre os hinduístas a prática de cantoria (especialmente mantras), meditações e recitação de textos religiosos.

Normalmente, os rituais envolvem oferendas aos deuses, cultuados em forma de imagens e meditações.

Dentre os rituais hindus, podemos citar:

  • o Annaprashan, quando ocorre a primeira ingestão de alimento;
  • o Upanayanam, a iniciação na formal para educação das crianças de castas elevadas;
  • o Shraadh, no qual se reverencia os falecidos em banquetes.

Outro aspecto importante refere-se à morte e a cremação, considerada quase sempre obrigatória. Não raramente, os hindus também praticam peregrinações, nas quais o destino favorito é o rio Ganges.

Outro aspecto bem conhecido no hinduísmo são os mantras, orações em forma de sons entoados que auxiliam na concentração durante as meditações. O mantra mais conhecido é “OM” (Aum).

A crença na reencarnação é outro fato marcante nessa religião. Baseada no Karma, uma lei moral de causa e efeito, a reencarnação é o ciclo contínuo de renascimento a que estamos submetidos, chamado Samsara.

Ele termina quando se atinge o Nirvana (moksha), um estado de desprendimento e autoconhecimento que só é alcançado pelos espíritos mais evoluídos e que não precisam mais reencarnar.

Lembrando que entre os hinduístas, uma alma pode reencarnar muitas vezes e sob diversas formas (animais e vegetais).

A veneração de imagens é outro ponto forte, pois se consideram a imagem como manifestações divinas, para a qual existe uma iconografia específica em termos artísticos.

Outro fato curioso é a quantidade de divindades adoradas, chegando a milhões de entidades diferentes.

Contudo a trindade (Trimurti): Brahma (criador do Universo), Shiva (Deus Supremo) e Vishnu (responsável pelo equilíbrio do Universo) é a mais popular.

Outras divindades, como Ganesha (Deus da sabedoria), Matsya (salvador da espécie humana) e Sarasvati (matrona das artes e da música) também são muito cultuadas.

Por fim, os deuses (ou devas) possuem muitos relatos épicos nos Puranas, onde narra-se sua descida à Terra, em encarnações divinas chamadas "Avatares".

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História do Hinduísmo

Considerada uma das religiões mais antigas da humanidade, o Hinduísmo tem sua origem na pré-história e remonta à Índia Antiga.

Porém, é no período pré-clássico (1500-500 a.C.), Idade do Ferro da Índia, que os Vedas serão escritos pelos invasores arianos, instituindo um conjunto uniforme de crenças e formando o Hinduísmo Védico, onde se cultuava os deuses tribais.

Posteriormente, a trindade Brahma-Vishnu-Shiva irá marcar o período conhecido como Hinduísmo Bramânico.

Por fim, o Hinduísmo Híbrido terá início com o advento do Cristianismo e Islamismo.

É importante lembrar que o Hinduísmo foi o caminho escolhido pelos indianos para a liberdade no século XIX, quando Mahatma Gandhi conduziu-os, pela via pacífica, à independência política.

Curiosidades

  • A visita aos templos não é obrigatória no Hinduísmo.
  • Aproximadamente 30% da população hindu é vegetariana.
  • O Hinduísmo acredita no princípio da não violência.
Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.