Hipismo: história e modalidades (olímpicas e não olímpicas)
Hipismo é um esporte praticado com cavalos e que exige bastante habilidade. É o único em que homens, conhecidos como cavaleiros, e mulheres, chamadas de amazonas, competem juntos.
Desde 1912, o hipismo faz parte dos Jogos Olímpicos. Existem diversas modalidades no hipismo, embora nem todas sejam olímpicas.
As modalidades não olímpicas são: atrelagem, enduro, rédeas, volteio e tambor.
As modalidades de hipismo olímpicas são:
- adestramento
- Concurso Completo de Equitação (CCE), realizado tanto individualmente quanto em equipe
- salto, sendo este último o mais conhecido
Adestramento
A prova de adestramento consiste na execução, pelo conjunto (cavaleiro, ou amazona, e cavalo) de uma série de movimentos precisos, obrigatórios e livres.
Os movimentos são executados em uma área que mede 60 por 20 metros e devem ser feitos em um tempo determinado.
Dentre os requisitos, 5 juízes avaliam a perfeição e elegância dos movimentos executados.
Concurso Completo de Equitação (CCE)
O Concurso Completo de Equitação (CCE) consiste em três provas:
adestramento, em que são executados movimentos precisos pelo cavaleiro, ou amazona, em sintonia com o cavalo.
cross-country, em que obstáculos naturais devem ser ultrapassados em velocidade elevada.
saltos, em que é preciso ultrapassar obstáculos, não naturais, ao longo de um percurso.
Salto
Na prova de salto, o cavalo montado pelo atleta deve saltar entre 8 a 12 obstáculos ao longo de um percurso com a dimensão de 700 a 900 metros.
Além de ter cuidado para não derrubar os obstáculos, o atleta deve percorrer o percurso sem erros e dentro do tempo limite da prova, visando concluir a prova no menor tempo possível.
Modalidades de hipismo não olímpicas
Atrelagem: provas de maratona e corrida de obstáculos realizadas em uma charrete puxada por até 4 cavalos.
Enduro: prova de distância longa (mais de 100 quilômetros), realizada em etapas.
Rédeas: prova em que são realizadas várias manobras, como círculo, troca de mão, esbarro, recuos.
Volteio: prova de movimentos de ginástica artística realizados sobre o cavalo em movimento.
Tambor (ou prova dos 3 tambores): provas de velocidade, em que é feito o contorno de 3 tambores dispostos em forma triangular.
História do hipismo
A origem do hipismo é inglesa. O surgimento do esporte foi inspirado no costume inglês de caçar raposas. Os obstáculos das provas são usados como uma reprodução dos obstáculos encontrados na natureza, como troncos caídos e riachos.
O hipismo esteve presente nos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, como esporte de demonstração, realizados em Atenas em 1896.
As modalidades adestramento, CCE e salto tornaram-se modalidades olímpicas em 1912, mantendo-se assim atualmente.
Durante 40 anos, entre 1912 e 1952, os militares ganhavam sempre as competições olímpicas. Contudo, em 1952, os militares perderam o lugar de campeões para o cavaleiro francês Pierre Jonquères d'Oriola, que se tornou o maior campeão de saltos de todos os tempos.
História do hipismo no Brasil
No Brasil, a primeira competição hípica registrada ocorreu em 1641.
Durante o século XVIII, as corridas rasas eram comuns na praia de Botafogo. Elas chamavam a atenção da nobreza, como era o caso de D. Pedro I e D. Maria Leopoldina, sua esposa, que gostavam de assisti-las.
Em 1847, foi fundado o Clube de Corridas, tendo como primeiro presidente Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
Em 1863 foi fundada a primeira escola de equitação, no Rio de Janeiro.
Em 1941, foi fundada a Confederação Brasileira de Hipismo (CHB), depois de terem sido criadas as seguintes federações: Federação Paulista de Hipismo (FPH), Hípica Metropolitana (Rio) e Hípica Fluminense (Niterói).
A CHB é o órgão responsável pela regulamentação e promoção do hipismo no Brasil. Mundialmente, o órgão responsável é a Federação Equestre Internacional (FEI), que foi fundada na Suíça em 1921.
Em 1942, o Brasil participou, pela primeira vez, de uma competição internacional, no Chile.
Em 1967, o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro, por equipe, nos Jogos Pan-americanos, no Canadá. A equipe era formada por Nelson Pessoa Filho, montando GranGeste; Antonio Alegria Simões, montando Samurai; José Roberto Reynoso Fernandez, montando Cantal; e Renyldo Ferreira, montando Shanon Shamrock.
Em 1991, 1995, 1999, 2007 e em 2019, o Brasil conquistou novamente a medalha de ouro por equipe. A primeira medalha de ouro individual nos Pan-americanos foi conquistada em 2019 por Marlon, montando Sirene de La Motte.
Em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, o Brasil conquistou a sua primeira medalha olímpica por equipe, o bronze. Nos Jogos Olímpicos seguintes, realizados em Sydney, em 2000, os brasileiros também conquistaram o bronze.
Em 2004, o Brasil conquistou a medalha de ouro na disputa individual com Rodrigo Pessoa, montando Baloubet du Rouet. Inicialmente, Rodrigo Pessoa havia conquistado a medalha de prata, porém, após a desclassificação do cavaleiro que originalmente havia conquistado a medalha de ouro, Rodrigo Pessoa tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro olímpica no hipismo.
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Referências Bibliográficas
Hipismo: Saltos. Documento acessado em março de 2024, disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/esportes/hipismo-saltos/
Hipismo no Brasil e a CBH. Documento acessado em março de 2024, disponível em: https://www.cbh.org.br/index.php/cbh/historico
FACCHINI, Maurício. Hipismo: história e modalidades (olímpicas e não olímpicas). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/hipismo/. Acesso em: