Idealismo Filosófico

Pedro Menezes
Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

O idealismo é uma corrente filosófica que defende que a existência das coisas no mundo depende das ideias presentes no espírito humano.

Para os filósofos idealistas, a realidade é conhecida por meio dessas ideias. Ou seja, o contato dos seres humanos com o mundo é mediado pelas ideias. Já os objetos possuem algo que vai além de sua aparência ou da forma como eles são percebidos.

Assim, para o idealismo, o mundo exterior (tudo o que existe fora de nós) depende do "eu", também chamado de sujeito ou consciência.

Idealismo Platônico

A teoria das ideias de Platão, inaugura o idealismo a partir da separação entre o mundo sensível e o mundo ideal. Para ele, tudo aquilo que pode ser percebido através dos sentidos não passa de uma imitação de uma ideia.

Na alegoria da caverna, Platão afirma que os sentidos são falhos e conduzem os seres humanos a uma vida de ignorância, presa às aparências, representadas pelas sombras projetadas no fundo da caverna.

Para ele, o verdadeiro conhecimento estaria no uso da razão, a única ferramenta para alcançar o conhecimento verdadeiro, o conhecimento das ideias.

Idealismo Alemão

A abordagem filosófica do idealismo na Alemanha é retomada por Immanuel Kant (1724 - 1804). Começa na década de 80 do século XVIII e se estende até a primeira metade do século XIX.

Para Kant, os limites da razão humana impedem que se conheça as coisas como elas realmente são, a coisa-em-si, mas apenas se pode conceber a forma como essas coisas se manifestam no mundo, o modo como elas nos aparecem e como as interpretamos.

O idealismo kantiano é uma tentativa de união entre duas correntes contrárias: o racionalismo e o empirismo.

A partir do século XIX, o idealismo alemão é abordado por um grupo de filósofos denominados pós-kantianos. Eram Johann Gottlieb Fichte (1762 - 1814), Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775 - 1854) e Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 - 1831).

Na doutrina idealista alemã, abandona-se a "coisa-em-si" kantiana e o poder da razão é reforçado para mostrar a realidade como algo absoluto e objeto de reflexão.

Idealismo Transcendental

O idealismo transcendental de Kant é fundamentado no fato de o conhecimento não resultar de uma experiência neutra.

Kant afirma que a "coisa-em-si" é incognoscível (não pode ser conhecida) e o que se pode conhecer são as suas representações no mundo.

Idealismo Hegeliano

O idealismo de Hegel é compreendido como idealismo absoluto. O pensador afirma que a transformação da razão e de seus conteúdos é movida pela própria razão.

Para Hegel, o mundo é uma ideia, assim como tudo que nele existe.

Materialismo

É uma corrente filosófica que defende a existência somente por meio daquilo que se manifesta materialmente. Nessa linha de pensamento, a existência só pode ser explicada na perspectiva material.

O materialismo afirma que as relações de causa e efeito (relações de causalidade) existem apenas na matéria e não nas ideias, como defende o idealismo.

Leia também:

Pedro Menezes
Pedro Menezes
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto (FPCEUP).