Ilíada

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

Ilíada é um poema épico que foi escrito no século IX a.C., pelo poeta grego Homero. O poema desenvolve-se em torno da Guerra de Troia, que provavelmente se deu no século XIII a.C.

Homero descreve com detalhes o mundo grego da época apesar de não ter sido testemunha dos fatos, pois viveu quatro séculos depois.

O nome “Ilíada” é derivado de “Ilion”, antigo nome de "Troia". A primeira denominação é uma homenagem a "Ilos" e a segunda a "Tros", seu pai, ambos ancestrais lendários do "rei Príamo".

A Tradição Cantada em Versos

A Ilíada é formada por 24 cantos, onde as proezas dos heróis gregos e troianos são minuciosamente narrados.

Isso só teria sido possível graças à manutenção oral das tradições e costumes, efetuados pelos rapsodos.

Eles eram trovadores que viajavam de cidade em cidade, cantando poemas épicos e histórias de aventuras nas cortes dos reis e nos acampamentos guerreiros.

Homero pode ter sido um soberbo contador de épicos da antiga Grécia. Vários poemas históricos devem ter-se conservado graças à tradição oral.

"A Ilíada" e também a "Odisseia", obras atribuídas ao poeta, só foram escritas pelo estadista ateniense Pisístrato (605-527 a.C.), que reuniu todos os poemas épicos.

Elas desempenharam um papel primordial na importância da educação grega, já que as qualidades dos heróis épicos passaram a servir como padrão de comportamento.

Mais tarde, em Roma, Homero foi o mais bem acolhido dos poetas gregos.

Na Ilíada, uma façanha cantada em versos, os acontecimentos da Guerra de Troia são descritos por Homero. Sem a preocupação com a verdade histórica, o passado surge entretecido de mitos.

É constante a participação dos deuses olímpicos nos episódios de guerra, e a própria Vênus, ao tentar proteger seu filho Enéas, vê-se ferida no campo de batalha.

Quanto aos heróis, estes são verdadeiros semideuses. É difícil traçar um limite exato entre os fatos reais e as lendas.

A Guerra de Troia

A Ilíada tem por assunto a narrativa dos combates travados diante de Troia, pelos gregos.

Segundo o poeta Homero, a Guerra de Troia foi consequência do rapto de Helena, filha de Píndaro, rei da cidade grega de Esparta.

Helena, esposa de "Menelau", que tornou-se o novo rei, com a morte de "Píndaro", foi raptada por "Páris", príncipe de Troia, filho do "rei Príamo". Em visita à corte espartana ele apaixona-se perdidamente por Helena.

Uma poderosa esquadra é organizada por "Agamenon", irmão mais velho de "Menelau", onde reúne guerreiros, entre eles "Aquiles" e "Ulisses", figuras centrais do poema.

Invoca a proteção dos deuses, jura conquistar o palácio de Príamo e atravessa o mar Egeu, pois Troia estava na península hoje ocupada pela Turquia.

Após dez anos de luta, com vitórias alternadas, a pedido de Ulisses, simulam retirar-se em seus navios. Deixaram perto das portas de Troia um gigantesco cavalo de madeira.

Os troianos levam para dentro da cidade o estranho presente, sem saber que ele traz oculto no seu interior um grupo de soldados gregos.

Troia é totalmente arrasada e Helena é reconduzida à Esparta. Ainda hoje se fala em “presente de grego”.

Vários estudiosos chegaram a duvidar da existência de Troia, considerando-a uma fantasia de Homero, assim como vários outros lugares por ele descritos.

Até que em 1870, o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann, baseado nos textos de Homero, encontrou as ruínas da cidade perdida.

Homero

Inúmeras lendas narram a vida de Homero. Segundo uma delas, era filho de Meo, e muito cedo ficou órfão de pai e mãe. Ee viveu em extrema pobreza.

Aprendeu história e música e tornou-se mestre na escola que frequentava. Um mercador o teria levado em suas viagens através do Mediterrâneo.

Esteve na ilha de Ítaca, onde reuniu dados para escrever a vida de Odissseu (Ulisses, para os latinos). Em Ítaca teve os primeiros sintomas de uma doença grave nos olhos, que o cegou para o resto da vida.

Homero esteve também em Quios, onde completou seu primeiro grande poema “A Ilíada”. Retornando pelo mar foi até a ilha de Io, onde morreu.

A falta total de dados sobre a vida de Homero levou à crença de que não fosse um personagem real. Só a partir de meados do século XVIII o interesse pela figura do poeta cresceu de tal maneira que surgiu uma “questão homérica”.

Onde teses inteiras foram elaboradas, afirmando ou negando sua existência. Na história grega, toda a fase que antecedeu os séculos X e XI a.C., foi designada como“tempos homérico”, dada a importância de seus poemas “A Ilíada” e “Odisseia”.

Veja também: Exercícios sobre Grécia Antiga

Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.