Infinitivo Pessoal e Infinitivo Impessoal

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora de Língua Portuguesa e Literatura

Infinitivo é a forma nominal do verbo que expressa a ação em si, por exemplo: estudar, agradecer, sorrir. O infinitivo pode ser pessoal (flexionado ou não flexionado) ou impessoal.

Flexionar é conjugar. Por exemplo,

  • o infinitivo do verbo estudar (não flexionado): estudar
  • o infinitivo do verbo estudar (flexionado): estudar eu, estudares tu, estudar ele/ela, estudarmos nós, estudardes vós, estudarem eles/elas.

No infinitivo pessoal flexionado, damos destaque ao sujeito da oração, por exemplo: Engraçado é eles rirem da situação. (ELES é o sujeito, RIREM é o infinitivo pessoal do verbo rir.)

No infinitivo pessoal não flexionado, damos destaque ao verbo, por exemplo: As crianças começaram a brincar. (Apesar de a oração ter o sujeito CRIANÇAS, foi usado o verbo BRINCAR, que é infinitivo pessoal.)

O infinitivo impessoal não se refere a nenhum sujeito e não é flexionado, por exemplo: O jeito é obedecer.

explicação e exemplo de infinitivo pessoal e impessoal

Em resumo,

Infinitivo pessoal: FLEXIONADO (destaque ao agente da ação verbal) ou NÃO FLEXIONADO (destaque à ação verbal)

Infinitivo impessoal: NÃO FLEXIONADO.

Infinitivo pessoal

O infinitivo pessoal, em suma, se refere a uma pessoa (sujeito) e, assim, pode se flexionar em número e pessoa, por exemplo:

  • A mãe faria o bolo para eles ficarem quietos.
  • É muito importante nos espreguiçarmos quando acordamos.
  • Chamei meus amigos para assistirem a um filme comigo.

Mas, o infinitivo pessoal também pode ser usado sem se flexionar (infinitivo pessoal não flexionado). Isso acontece quando damos destaque à ação verbal em vez do agente da ação verbal, por exemplo:

Finalmente, as crianças encontraram uma forma de se divertir sem os celulares.

Infinitivo impessoal

O infinitivo impessoal não se refere a nenhuma pessoa gramatical (sujeito), por exemplo:

  • Amar é viver!
  • O jeito é obedecer.
  • Suar por esta equipe é uma honra.

Uso do infinitivo pessoal flexionado

O infinitivo pessoal flexionado é usado nas situações abaixo.

1) Quando se refere a um sujeito expresso na oração, por exemplo:

  • Engraçado é eles rirem da situação.
  • É melhor ires embora.
  • Convém todos dormirem um pouco antes.

2) Quando se refere a um sujeito não expresso na oração, mas que é conhecido a partir da desinência verbal, por exemplo:

  • Talvez seja melhor redigirmos os artigos. (-mos é desinência número pessoal que indica a 1.ª pessoa do plural)
  • Por irem não quer dizer que eu também vá. (-em é desinência número pessoal que indica a 3.ª pessoa do plural)
  • É melhor irmos embora. (-mos é desinência número pessoal que indica a 1.ª pessoa do plural)

3) Quando o sujeito é indeterminado, por exemplo:

  • Ouvi dizerem que é boa pessoa.
  • Por que deixou entrarem?
  • Não era permitido comerem na sala.

4) Quando queremos dar destaque ao agente da ação verbal, por exemplo:

  • Assim era a vida de ambos: ajudarem as pessoas, disponibilizarem seu tempo e suas coisas, cuidarem dos outros.
  • Era melhor não terem dito nada.
  • É preciso ouvirmos o que eles dizem.

Uso do infinitivo não flexionado

O infinitivo impessoal e o infinitivo pessoal não flexionado são usados nas situações abaixo.

1) Quando não se refere a nenhum sujeito, ou seja, é impessoal, por exemplo:

  • É essencial caminhar.
  • O principal é aceitar as diferenças.
  • Sorrir é iluminar o mundo com felicidade.

2) Quando vem depois da preposição "de", servindo como complemento nominal de adjetivos, por exemplo:

  • Não existe receita mais fácil de fazer.
  • Isto é tão difícil de entender.
  • Essa letra de médico é impossível de ler.

3) Quando fazem parte de uma locução verbal, por exemplo:

  • Eles devem regressar em breve.
  • Pretendemos cooperar em tudo o que puder.
  • Vamos descansar o dia inteiro.

4) Quando exprime ordem, por exemplo:

  • Marchar!
  • Disse às crianças: Imediatamente, parar!
  • Acordar! Está na hora.

Leia também:

Para praticar: Exercícios sobre formas nominais (com gabarito explicado)

Referências Bibliográficas

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora, produz conteúdos educativos desde 2015. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos (habilitação para Ensino Fundamental II e Ensino Médio) e formada no Curso de Magistério (habilitação para Educação Infantil e Ensino Fundamental I).