Integralismo
O integralismo é um movimento político conservador e de extrema-direita, inspirado em grandes movimentos europeus do mesmo período como o nazismo alemão e o fascismo italiano.
Assume como símbolo a letra grega sigma (∑), que significa o somatório, no sentido de soma dos termos infinitamente pequenos. A ideia de somatório dos indivíduos sob sua doutrina é a base do integralismo.
No Brasil, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada na década de 1930 como forma de oposição ao liberalismo e ao socialismo.
A doutrina integralista fundamenta-se na construção de um Estado subordinado moralmente ao catolicismo. O lema: Deus, Pátria e Família é evocado como os pilares para a construção desse modelo.
Plínio Salgado, o Integralismo no Brasil e a AIB
O integralismo brasileiro foi fundado pelo político e escritor Plínio Salgado (1895-1975). Em uma viagem à Europa, Plínio pesquisou sobre alguns dos movimentos ocorridos no período e, sobretudo, o fascismo italiano seu modo de organização.
Em 7 de outubro de 1932, foi lançado o "manifesto de outubro", que deu origem à Associação Integralista Brasileira (AIB). Nela, Plínio Salgado foi declarado líder e definiu as estruturas e princípios do movimento.
O integralismo brasileiro, definido por Plínio Salgado, possuía os seguintes ideais:
- cristianismo (católico);
- unidade nacional;
- corporativismo;
- combate ao liberalismo e ao socialismo.
Veja também: Ação Integralista Brasileira.
Anauê e os Camisas-Verdes
Os integralistas cumprimentavam-se com a saudação "anauê", de origem tupi, que significa "você é meu irmão". Realizavam a saudação de origem romana com o braço direito estendido também utilizado pelos nazistas e fascistas italianos.
O uniforme era composto por uma camisa verde de punhos e colarinhos abotoados. Como justificativa, a ideia de que uniformizados deixam de ser evidentes as diferenças sociais entre seus integrantes.
O uniforme rendeu o apelido a seus integrantes de "os camisas-verdes". E, foi adaptado pelos seus opositores, sobretudo comunistas e anarquistas da primeira metade do século passado, de "os galinhas-verdes".
Clandestinidade e o movimento integralista nos dias de hoje
A partir do golpe de estado e a instituição do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937, os integralistas, assim como outros movimentos políticos brasileiros, tornaram-se clandestinos.
O grupo arquitetou um levante armado contra o governo de Getúlio Vargas em 11 de maio de 1938, que fracassou e seus integrantes foram presos. Esse evento ficou conhecido como o Levante Integralista de 1938 (ou Intentona Integralista).
Plínio Salgado, apesar de não ter participado do ataque ao Palácio Guanabara, sede do governo, foi exilado e permaneceu em Portugal até 1946.
As prisões e o exílio de Plínio Salgado enfraqueceram o movimento que, desde então, mantém-se com menor força e número de militantes.
No regresso ao Brasil, Plínio criou o Partido da Representação Popular (PRP), sendo eleito, em 1958, deputado federal pelo estado do Paraná.
Durante o período da ditadura militar iniciada em 1964, Plínio se associou à ARENA (Aliança Renovadora Nacional). Desde então o movimento integralista perdeu força, mas permanece de forma residual até os dias de hoje.
Veja também:
MENEZES, Pedro. Integralismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/integralismo/. Acesso em: