Joana D’Arc

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

Joana D’Arc, conhecida como a “Donzela de Orleans”, foi uma guerreira e líder militar francesa.

É considerada uma das personagens históricas mais importantes na formação do estado nacional francês devido aos seus feitos militares

Biografia

Joana D'Arc

Joana D'Arc retratada com armadura, a bandeira de Carlos VII e uma imagem religiosa

Joana nasceu aproximadamente em 6 de janeiro de 1412, no vilarejo de Domrémy, região da Lorena, na França. Hoje, a cidade chama-se Domrémy-la-Pucelle (“Pucelle”, em francês, significa virgem ou donzela) em honra à heroína.

Joana D’Arc era filha dos agricultores e artesãos Jacques D’Arc e Isabelle Romée sendo a caçula de quatro irmãos. Como era comum entre camponeses, ela não aprendeu a ler e a escrever.

Durante a adolescência ela teria ouvido vozes que lhe confiariam à missão de libertar a França e entronar o verdadeiro rei.

Na época, parte da França vivia sob domínio inglês e os franceses se dividiram em aqueles que os apoiavam como os Borguinhões. Contudo, havia quem acreditasse que o legítimo rei era Carlos VII, como os Armagnacs.

Vocação Militar

Sua jornada começa no ano de 1429, quando Joana D’Arc tinha ainda 16 anos. Com cabelos curtos e vestindo trajes masculinos, ela percorre as linhas inimigas por quase um ano, lutando contra os Borguinhões, até alcançar Chinon, onde se encontra com o monarca Carlos VII.

Ao ouvir falar desta corajosa guerreira Carlos VII resolve testar a veracidade de suas visões. Para isso, o soberano a convida ao seu castelo, mas pede que ninguém lhe revele sua identidade.

Ordena aos seus nobres que se vistam com elegância e se apresentem como o rei. Joana examina alguns desses supostos monarcas, mas não os reverencia. Somente quando se detém diante do verdadeiro rei Carlos VII se curva e o declara como o verdadeiro rei da França.

Desta maneira, o rei nomeia Joana comandante do seu exército e lhe atribui uma tropa de mais de quatro mil homens. Com estes soldados, ela liberta a cidade de Orleans em apenas três dias.

Na sequência, Joana inicia a missão a que estava destinada: conduzir o rei Carlos VII à cidade de Reims para ser declarado rei.

Nesta cidade eram tradicionalmente coroados os reis franceses e Carlos VII é feito rei no dia 17 de julho de 1429 na catedral. Com isso, se renovam as esperanças do povo francês em libertar o país do domínio inglês.

No ano seguinte, Joana D’Arc reinicia a campanha militar e, após uma série de vitórias, tenta libertar a cidade Compiègne. Nesta batalha, contudo, Joana foi capturada, ferida e vendida aos Borguinhões, aliados dos ingleses.

Após meses de julgamento, Joana foi interrogada acerca das vozes que alegava ouvir, bem como pelas suas vestes masculinas, sendo então declarada culpada de heresia.

Foi condenada à fogueira, sendo queimada viva em 30 de maio de 1431, na Praça do Velho Mercado, em Rouen, no noroeste da França. Na época, a cidade se encontrava sob domínio inglês.

Contexto Histórico

Joana D'Arc e Charles VII

Joana D'Arc reconhece a Charles VII entre vários nobres reunidos

A vida de Joana D’Arc se desenrola na época da Guerra dos Cem Anos, quando a França iniciou a retomada dos territórios perdidos à Inglaterra na França setentrional.

Após a morte de Carlos VI, no ano de 1422, e da coroação de Henrique VI da Inglaterra como novo rei francês, a França se dividiu em duas grandes facções. De um lado temos os Borguinhões que apoiam os ingleses.

Por outro lado, estão os Armagnacs, que reconhecem Carlos VII como o legítimo rei francês, iniciando uma campanha militar para entroná-lo.

Sob a liderança de Joana, o exército de Carlos VII derrota os Borguinhões e ingleses, recuperando parte do território. Assim, ela está na gênese da formação histórica da França como nação.

Joana D’Arc, a Santa

Dizem os relatos que, aos 13 anos de idade, Joana D’Arc passou a se comunicar com um arcanjo e santas. Estes seriam São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia.

Entretanto, após a morte do rei Carlos VI, as mensagens ordenavam que Joana coroasse como rei a Carlos VII e salvasse a França. Deste modo, ela entra para o exército a fim de lutar contra a Inglaterra.

Joana cumpriu sua missão, mas foi capturada e entregue à Inquisição. Declarada culpada e condenada à fogueira, anos mais tarde seria considerada inocente pelo Papa Calisto III, em 1456.

Com isso, após sua morte e absolvição, o Papa Pio X realiza sua beatificação, em 1909 e, em nove de maio de 1920, é canonizada pelo Papa Bento XV.

Por fim, no ano de 1922, Joana D’Arc foi declarada padroeira da França.

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Frases

  • Eu não tenho medo ... Eu nasci para fazer isso.
  • Eu preferiria morrer a fazer algo que sei ser um pecado, ou contra a vontade de Deus.
  • Há pessoas que acreditam em pouco ou em nada e, ainda assim, dão suas vidas por esse pouco ou por esse nada. Tudo o que temos é a nossa vida, e a vivemos como acreditamos que devamos vivê-la, e então ela se vai. Mas renunciar ao que se é e viver sem acreditar em nada é mais terrível do que morrer - mais terrível até do que morrer jovem.

Curiosidades

  • A figura de Joana D’Arc é símbolo da direita francesa que costuma se reunir diante da sua estátua, em Paris, para realizar comícios.
  • A vida de Donzela de Orleans inspirou inúmeras obras como uma peça escrita por Friedrich Schiller, em 1801, e uma ópera composta por Giuseppe Verdi, em 1844.
  • O grupo de rock brasileiro Camisa de Vênus compôs a música “Eu Não Matei Joana D’Arc” que se tornou um grande sucesso nos anos 80.

Filmes

  • A Paixão de Joana d'Arc, de Carl Dreyer. 1928.
  • Joana D'Arc, de Victor Fleming. 1948.
  • Jona d’Arc de Luc Besson, de Luc Besson. 1999.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.