Lançamento Oblíquo
O lançamento oblíquo ou de projétil é um movimento realizado por um objeto que é lançado na diagonal.
Esse tipo de movimento realiza uma trajetória parabólica, unindo movimentos na vertical (sobe e desce) e na horizontal. Assim, o objeto arremessado forma um ângulo (θ) entre 0° e 90° em relação a horizontal.
Na direção vertical ele realiza um Movimento Uniformemente Variado (MUV). Já na posição horizontal, o Movimento Retilíneo Uniforme (MRU).
Nesse caso, o objeto é lançado com uma velocidade inicial (v0) e está sob a ação da força da gravidade (g).
Geralmente, a velocidade vertical é indicado por , enquanto a horizontal é . Isso porque quando ilustramos o lançamento oblíquo, utilizamos dois eixos (x e y) para indicar os dois movimentos realizados.
A posição inicial (s0) indica o local onde tem início o lançamento. Já a posição final indica o local onde o objeto cessa o movimento parabólico.
Além disso, é importante notar que após lançado ele segue na direção vertical até atingir uma altura máxima e daí, tende a descer, também na vertical.
Como exemplos de lançamento oblíquo podemos citar: o chute de um futebolista, um atleta de salto à distância ou ainda, a trajetória realizada por uma bola de golfe.
Além do lançamento oblíquo, temos também:
- Lançamento Vertical: objeto lançado que realiza um movimento na vertical.
- Lançamento Horizontal: objeto lançado que realiza um movimento na horizontal.
Fórmulas para lançamento oblíquo
Como o lançamento oblíquo de um corpo produz um movimento parabólico, podemos analisar separadamente suas componentes: vertical e horizontal.
Para a direção vertical
Consideramos:
Movimento Uniformemente variado (MUV)
O início do movimento em seu ponto de lançamento, .
A velocidade vertical final igual a zero, V = 0.
Sentido positivo para cima.
Desprezamos a resistência do ar.
Posição vertical em função do tempo (função horária da posição)
Onde,
é a posição vertical em determinado instante após o lançamento.
é a velocidade inicial na vertical.
g é a aceleração da gravidade.
t é o tempo.
O + ou - na fórmula depende da direção do movimento, negativo na subida, pois é a direção contrária a aceleração da gravidade.
Velocidade vertical em função do tempo (função horária da velocidade)
Dois valores são importantes no movimento vertical: a altura máxima o tempo até alcançar o ponto mais alto da trajetória.
Tempo de subida
Obtido pela função horária da velocidade isolando t e fazendo V(t) = 0.
Onde,
é o tempo de subida.
é a velocidade vertical inicial.
O tempo de subida é igual ao tempo de descida, logo, o tempo total é duas o tempo de subida.
Assim vemos que o tempo de subida só depende da velocidade inicial, visto g ser constante.
Altura máxima
Obtida pela equação de Torricelli com V = 0 e S0 = 0.
Desta forma, a altura máxima só depende da velocidade inicial.
Para a direção horizontal
Consideramos:
Movimento Uniforme (MU)
Velocidade constante.
Sem aceleração.
A velocidade em qualquer ponto é igual à velocidade inicial.
Onde,
é a velocidade horizontal inicial.
Posição horizontal em função do tempo
Onde,
é a posição horizontal em determinado instante t.
Movimento oblíquo em função do ângulo
O corpo lançado faz um ângulo (teta) em relação à horizontal e com isto podemos decompor o vetor velocidade em uma componente horizontal Vx e uma componente vertical Vy.
Componente horizontal da velocidade
Componente vertical da velocidade
Substituindo estes valores nas fórmulas anteriores, obtemos:
Tempo de subida em função do ângulo
Altura máxima em função do ângulo
Onde,
h: altura máxima
v0: velocidade inicial
sen θ: ângulo realizado pelo objeto
g: aceleração da gravidade
Alcance horizontal
Alcance e altura horizontal máximos
O alcance é máximo para um ângulo de 45°.
Estas grandezas dependem do seno do ângulo de lançamento que, é uma função que varia entre 0 e, no máximo 1. Seno vale 1 quando o ângulo é de 90°.
Na fórmula do alcance, fazemos
Para um ângulo de 45°, a altura máxima é:
Veja também Velocidade relativa.
Exercícios de lançamento oblíquo
Exercício 1
(CEFET-CE) Duas pedras são lançadas do mesmo ponto no solo no mesmo sentido. A primeira tem velocidade inicial de módulo 20 m/s e forma um ângulo de 60° com a horizontal, enquanto, para a outra pedra, este ângulo é de 30°.
O módulo da velocidade inicial da segunda pedra, de modo que ambas tenham o mesmo alcance, é:
Despreze a resistência do ar.
a) 10 m/s
b) 10√3 m/s
c) 15 m/s
d) 20 m/s
e) 20√3 m/s
Exercício 2
(PUCCAMP-SP) Observando a parábola do dardo arremessado por um atleta, um matemático resolveu obter uma expressão que lhe permitisse calcular a altura y, em metros, do dardo em relação ao solo, decorridos t segundos do instante de seu lançamento (t = 0).
Se o dardo chegou à altura máxima de 20 m e atingiu o solo 4 segundos após o seu lançamento, então, desprezada a altura do atleta, considerando g=10m/s2, a expressão que o matemático encontrou foi
a) y = – 5t2 + 20t
b) y = – 5t2 + 10t
c) y = – 5t2 + t
d) y = -10t2 + 50
e) y = -10t2 + 10
Exercício 3
(UFSM-RS) Um índio dispara uma flecha obliquamente. Sendo a resistência do ar desprezível, a flecha descreve uma parábola num referencial fixo ao solo. Considerando o movimento da flecha depois que ela abandona o arco, afirma-se:
I. A flecha tem aceleração mínima, em módulo, no ponto mais alto da trajetória.
II. A flecha tem aceleração sempre na mesma direção e no mesmo sentido.
III. A flecha atinge a velocidade máxima, em módulo, no ponto mais alto da trajetória.
Está (ão) correta(s)
a) apenas I
b) apenas I e II
c) apenas II
d) apenas III
e) I, II e III
Veja também força elástica.
Pratique exercícios sobre queda livre.
ASTH, Rafael. Lançamento Oblíquo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lancamento-obliquo/. Acesso em: