Lima Barreto
Lima Barreto foi um dos principais escritores do pré-modernismo brasileiro. Além de escritor, ele foi jornalista e suas obras estão relacionadas com temáticas sociais e nacionalistas.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Sua família era negra e humilde e seus pais descendentes de escravos. Ele ficou órfão de mãe quando tinha apenas 6 anos de idade.
Foi apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto e, portanto, teve oportunidade de ter uma boa educação.
Cursou seus estudos secundários no Colégio Dom Pedro II. Mais tarde, foi cursar Engenharia na Escola Politécnica. No entanto, foi obrigado a abandonar o curso para ajudar sua família com as despesas. Foi funcionário da Secretaria do Ministério da Guerra.
Além disso, trabalhou como escritor em jornais (Correio da Manhã e Jornal do Commercio) e revistas do Rio de Janeiro (Fon-Fon, Floreal, Careta, ABC, etc.).
Diante de uma vida complicada, Barreto teve problemas de alcoolismo e chegou a ser internado algumas vezes. Além disso, como seu pai, ele sofreu de uma depressão aguda, sendo internado pela primeira vez em 1914.
Em 1918 foi aposentado por invalidez do cargo que exercia na Secretaria de Guerra. Faleceu em 1 de novembro de 1922 com 41 anos de idade.
Obras de Lima Barreto
Lima Barreto é dono de uma vasta obra. Escreveu romances, contos, poesias e críticas. De suas obras destacam-se:
- Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909)
- Triste fim de Policarpo Quaresma (1911)
- Numa e ninfa (1915)
- Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919)
- Os bruzundangas (1923)
- Clara dos Anjos (1948)
- Diário Íntimo (1953)
- Cemitério dos Vivos (1956)
Características das obras de Lima Barreto
As obras de Lima Barreto apresentam uma linguagem coloquial e fluida. Uma das características é o teor satírico e humorístico presente em seus escritos.
Em grande parte, suas obras estão pautadas na temática social, expressando muitas injustiças como preconceito e o racismo.
Além disso, criticou os modelos políticos da República Velha e do Positivismo. Foi simpatizante do socialismo e do anarquismo, rompendo com o nacionalista ufanista.
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Sua obra que merece destaque é o Triste Fim de Policarpo Quaresma. Ela foi escrita em 1911 nos folhetins e representa uma das mais importantes do movimento pré-modernista.
Narrada em terceira pessoa, apresenta uma linguagem coloquial e trata-se de uma crítica à sociedade urbana da época.
Ela foi adaptada para o cinema em 1998 intitulada: Policarpo Quaresma, Herói do Brasil.
Frases de Lima Barreto
- “O Brasil não tem povo, tem público.”
- “Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também acabam com as diferenças que a gente inventa.”
- “E chegada no mundo - escrevia em 1948 - a hora de reformarmos a sociedade, a humanidade, não politicamente, que nada adianta; mas socialmente, que é tudo.”
- “O football é uma escola de violência e brutalidade e não merece nenhuma proteção dos poderes públicos, a menos que estes nos queiram ensinar o assassinato.”
- “Por esse intrincado labirinto de ruas e bibocas é que vive uma grande parte da população da cidade, a cuja existência o governo fecha os olhos, embora lhe cobre atrozes impostos, empregados em obras inúteis e suntuárias noutros pontos do Rio de Janeiro.”
Leia também:
DIANA, Daniela. Lima Barreto. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lima-barreto/. Acesso em: