Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles foi uma escritora modernista brasileira. Ela fez parte da Academia Paulista de Letras (APL) e também da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Em 2005, pelo conjunto de sua obra, Lygia recebeu o “Prêmio Camões”, considerado o mais importante da literatura de língua portuguesa.
Biografia de Lygia Fagundes Telles
Lygia de Azevedo Fagundes (nome de batismo) nasceu em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. É filha de Durval de Azevedo Fagundes, promotor público, e de Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, pianista.
Passou sua infância em diversas cidades do interior paulista e desde pequena demonstrou interesse pelas letras.
Estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos, em São Paulo. Financiado por seu pai, em 1938, publicou seu primeiro livro de contos intitulado “Porão e Sobrado”.
Com 17 anos, ingressou na Escola Superior de Educação Física, na capital paulista.
Um ano depois, em 1941, começou a fazer paralelamente o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.
Seu interesse pela literatura foi importante nessa época, sendo colaboradora em jornais como a Arcádia e A Balança. Os dois estavam vinculados à Academia de Letras da Faculdade.
Durante os anos de faculdade começou a frequentar locais em que se reuniam diversos literatos. Nesse momento, conheceu Mário e Oswald de Andrade.
Em 1947, casou-se com um de seus professores da faculdade de Direito: o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior. Com ele teve um filho: Goffredo da Silva Telles Neto.
Em 1960, o casal se separa e, três anos depois, casou-se com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes.
Em 1973, publicou o romance "As meninas". Com essa obra Lygia recebeu os Prêmios: Jabuti, Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 1987, Lygia tomou posse da cadeira número 16 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
"Às vezes, a esperança. O homem vai sobreviver, e essa certeza me vem quando vejo o mar, um mar que talhou com tanta poluição, embora! mas resistindo. Contemplo as montanhas e fico maravilhada porque elas ainda estão vivas. Sei que é preciso apostar e de aposta em aposta cheguei a esta Casa para a harmoniosa convivência com aqueles que apostam na palavra."
(Trecho do "Discurso de Posse", 1987)
Em 2001, a escritora foi agraciada com o título de "Doutora Honoris Causa" pela Universidade de Brasília (UnB). No mesmo ano, recebeu o Prêmio Jabuti com seu livro "Invenção e Memória".
Lygia Fagundes Telles morreu no dia 3 de abril de 2022 com 99 anos.
Curiosidade
Seu romance intitulado "As meninas" foi transformado em filme em 1995. A película foi dirigida pelo cineasta Emiliano Ribeiro.
Obras de Lygia Fagundes Telles
Lygia é uma ávida escritora e reúne um vasto conjunto de contos, crônicas e romances. Além disso, participou de várias antologias e coletâneas; e, ainda traduziu e adaptou diversos textos.
Muitos livros da escritora foram publicados em outros países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Estados Unidos, dentre outros.
Confira abaixo as obras mais relevantes de contos e romances da escritora:
Contos
- Porão e sobrado (1938)
- Antes do Baile Verde (1970)
- Seminário dos Ratos (1977)
- Mistérios (1981)
- Invenção e Memória (2000)
Romances
- Ciranda de Pedra (1954)
- Verão no Aquário (1964)
- As Meninas (1973)
- As horas nuas (1989)
Frases de Lygia Fagundes Telles
“Tentei ser moderna, mas não deu. É sensual a relação que tenho com minha máquina de escrever.”
“Não acho maravilhoso envelhecer. A gente envelhece na marra, porque não há mesmo outro jeito, já fui a tantas estações de águas, já bebi de tantas fontes – onde a Fonte da Juventude, onde?”
“Sabendo interpretar o que lê, o estudante organiza as ideias e produz bom texto. O resto é conversa, falsa teoria.”
“Tão difícil a vida e seu ofício. E ninguém ao lado para receber a totalidade dos seres humanos, isso nos últimos anos da sua vida sem muita ilusão...”
“Quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas às vezes tenho essa necessidade voraz de me libertar de todos.”
“A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.”
DIANA, Daniela. Lygia Fagundes Telles. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lygia-fagundes-telles/. Acesso em: