Martin Heidegger

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

Martin Heidegger (1889-1976) foi um filósofo e professor alemão.

As reflexões de Heidegger ajudaram a fundar o existencialismo e mudar a perspectiva filosófica.

Biografia

Martin Heidegger nasceu na pequena cidade de Messkirch em 1889.

A princípio sentiu vocação para ser padre e ingressou num seminário jesuíta. Estudou teologia e filosofia na Universidade de Friburgo.

No entanto, ao ler os escritos de Calvino e Lutero, desiste da vida religiosa e se casa em 1917.

Trabalha como assistente do professor Edmund Husserl na Universidade de Marburg. Posteriormente, o sucederia na disciplina de Filosofia, na Universidade de Friburgo.

Martin Heidegger
Martin Heidegger

Nesta época, escreve seu principal trabalho “Ser e Tempo” onde expõe suas ideias acerca da existência do ser.

Esta obra seria fundamental para as bases da filosofia existencialista.

Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, Heidegger se filia ao Partido Nazista e esta é sua ação mais contravertida. Nomeado reitor da Universidade de Friburgo, não permite, contudo, propaganda antissemita na faculdade.

Por atitudes como estas, suas obras são censuradas até 1944 e ao final da guerra, repudiaria o nazismo.

Martin Heidegger faleceu em 1976, em Brisgóvia, Alemanha.

Principais Ideias

Para Heidegger, a principal pergunta da filosofia deve ser sobre o Ser. No passado, os filósofos não indagavam sobre o ser e sim sobre o ente, uma coisa.

Ou então, buscavam entender o ser humano a partir de relação com os objetos e com o meio que ele estava.

Heidegger questiona sobre o homem, o único capaz de fazer-se essa pergunta. Assim quem é o homem? Quem é o ser?

Dasein

Para o estudioso alemão o homem é um “Dasein”.

O verbo, de origem alemã significa “sein” – ser e “da” – aí. Desta forma, o homem é um “ser aí” que é neste mundo.

Esta é a grande diferença com os “Entes”, pois o ente “está” no mundo.

Poder ser é a possibilidade de cada “dasein” de ser capaz de escolher em cada momento o que deseja ser, empregar seus esforços neste mundo.

Por outro lado, os animais não podem escolher. Exemplo: um gato. Sempre vai estar em busca de comida e abrigo até o final dos seus dias.

Já o "dasein" pode escolher, mas deve fazê-lo no mundo em que foram jogados. Note-se que o “dasein” não escolheu estar neste mundo e nem neste tempo.

Por isso, o "dasein" deve transformar sua existência em projeto que só terminará com a morte.

Existência Autêntica

Ao entender esta proposição, o "dasein" poderá exercer uma existência autêntica. Por outro lado, aqueles que não compreendem ou não aceitam o fim da vida viverão uma existência autêntica e são chamados por Heidegger de “Dasman”.

A existência inautêntica é aquela que renuncia à possibilidade de escolha, de pensamento, de ação e deixa que outro decida por si. Este se transforma na massa, perdendo a si mesmo na multidão.

Angústia

Como vamos encarar a vida, pois somos feitos para a morte?

Segundo Heidegger, os entes não morrem, apenas cessam sua existência porque nunca tiveram escolha.

Já os seres têm plena consciência da sua morte e por isso, suas possibilidades infinitas, se veem limitadas.

Isto gera uma angústia no ser humano e será este sentimento que determinará sua atitude frente à vida.

Heidegger propõe que aceitar nossa condição de seres finitos é primordial para levar uma existência autêntica.

Obras

  • O Conceito de Tempo na Ciência da História (1916);
  • Ser e Tempo (1927);
  • Que é Metafísica? (1929);
  • Da Essência do Fundamento (1929);
  • A Carta sobre o Humanismo (1949);
  • Introdução à Metafísica (1953);
  • Da Experiência de Pensar (1954);
  • O Que é Isto, a Filosofia? (1956);
  • Da Pergunta sobre o Ser (1956);
  • A Caminho da Linguagem (1959);
  • Língua e Pátria (1960);
  • Nietzsche (1961).

Frases

  • Nunca chegamos aos pensamentos. São eles que vêm.
  • A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada.
  • Só há mundo onde há linguagem.
  • Morrer não é um acontecimento; é um fenômeno a ser compreendido existencialmente.
  • Todo homem nasce como muitos homens e morre de forma única.
  • Precisamos pensar no fato de que ainda não começamos a pensar.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.