Michel Foucault: quem foi, o que defendia e principais pensamentos
Michel Foucault (1926-1984) foi um filósofo francês contemporâneo que se dedicou à reflexão entre poder e conhecimento.
Crítico, Foucault foi um ativista que se envolveu em campanhas contra o racismo e pela reforma do sistema penitenciário.
Estudou vários problemas sociais, como o sistema penitenciário, a instituição escolar, a psiquiatria e a psicanálise praticadas de forma tradicional e a sexualidade.
Em todos, sua abordagem principal foi as relações de poder exercidas por essas instituições contra os que ali se encontravam, mais especificamente o conceito "Microfísica do poder".
Michel Foucalt nasceu no dia 15 de outubro de 1926 em Poitiers, na França, no seio de uma família de médicos.
Licenciado em Filosofia e graduado em Psicologia Patológica, foi psicólogo em hospitais e em penitenciárias. Também foi professor universitário na Alemanha, Estados Unidos, Suécia, Tunísia, entre outros países.
Deu conferências em muitos lugares no mundo, dentre os quais no Brasil, onde esteve em 1965 pela primeira vez.
Escreveu para vários jornais e publicou diversos livros. Faleceu em Paris, no dia 25 de junho de 1984, em decorrência da AIDS.
Principais ideias e pensamentos que defendia
Segundo Foucault, a sociedade faz uso abusivo do poder através das instituições, escolas e prisões, por exemplo.
A era moderna é definida através da disciplina, que nada mais é do que um meio de dominação cujo objetivo é domesticar o comportamento humano.
Quanto à educação, Foucault chama a escola uma das “instituições de sequestro”. Segundo ele, a escola tira os alunos do seu meio para os enclausurar e, nessa clausura, domesticá-los da forma como a sociedade quer.
Antes, a escola era um local de castigo. Com a era moderna, passa a ser um local de domesticação, modelo que também é seguido no sistema prisional.
Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo." (Michel Foucault)
Principais obras de Foucault
A primeira obra de Foucault foi Doença Mental e Psicologia, que data de 1954. Na sequência, publicou:
- História da Loucura (1961), sua tese de doutorado;
- Doença Mental e Psicologia (1962);
- O Nascimento da Clínica (1963);
- As Palavras e as Coisas (1966);
- A Arqueologia do Saber (1969);
- Isto não é um Cachimbo (1973);
- Vigiar e Punir (1975).
História da Sexualidade é o livro cujo projeto compreendia a publicação de 6 volumes que, entretanto, não conseguiu acabar.
Publicou o primeiro volume, A Vontade de Saber, em 1976. Em 1984, ano da sua morte, publicou O Uso dos Prazeres e O Cuidado de Si.
Sobre o que fala o livro Vigiar e Punir
O livro, publicado em 1975, é uma reflexão sobre a sociedade moderna e a disciplina.
Em Vigiar e Punir, Foucault debruça-se sobre os processos disciplinares nas prisões, em especial na França.
Reflete o motivo pelo qual as torturas deram lugar ao encarceramento das prisões, pretendendo que essa fosse a forma mais adequada de correção.
O filósofo responde essa questão refletindo sobre o poder da monarquia (absoluto), o qual foi substituído pelo poder de um governo republicano.
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Referências Bibliográficas
CASTRO, Edgardo. Introdução a Foucault. tradução Beatriz de Almeida Magalhães. -- 1. ed.; 1. reimp. -- Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2015
SOUZA, Thiago. Michel Foucault: quem foi, o que defendia e principais pensamentos. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/michel-foucault/. Acesso em: