Movimentos sociais: o que são e o que representam (com exemplos)
Os Movimentos Sociais são um grupo de pessoas que atuam conjuntamente para modificar algum aspecto da sociedade.
Estes movimentos surgem da iniciativa cidadã, quando um grupo percebe que não tem os mesmos direitos que os demais membros da sociedade.
Por isso, os movimentos sociais convocam passeatas, ocupações de espaços públicos e fechamento de ruas, para chamar a atenção do governo e da população para suas causas.
Geralmente, os movimentos sociais possuem uma relação conflituosa com o Estado, pois alguns desejam alterar a própria composição do mesmo.
Movimentos sociais no Brasil
No Brasil, o direito de associação e liberdade de expressão é garantido pela Constituição de 1988. Por isso, todo cidadão pode lutar livremente pelos seus direitos quando se sente prejudicado.
Os movimentos sociais sempre estiveram presentes ao longo da história brasileira, seja para demandar autonomia local, seja para pedir justiça social. Também se destacam os movimentos para reivindicar melhores condições de trabalho.
Na década de 30, quando houve a ditadura de Getúlio Vargas, muitas associações foram criadas com o intuito de conquistar espaço na sociedade. Podemos destacar a Frente Negra Brasileira ou a Associação Católica Brasileira.
Com a ditadura militar, os movimentos sociais eram considerados suspeitos e vigiados de perto pela política. No entanto, a repressão fez florescer ações coletivas de vários setores marginalizados, que mesmo correndo risco de repressão, buscavam espaço na sociedade.
Atualmente, existem milhares de ações coletivas que lutam para conquistar visibilidade e direitos. No Brasil, merecem destaque o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MSTS), os movimentos em defesa dos índios e os movimentos negros.
Igualmente, grupos que trabalham com grupos marginalizados como deficientes físicos ou intelectuais como a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE) ou a Associação de Assistência à Criança Deficiente são exemplos de movimentos que lutam pelos direitos deste coletivo.
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Tipos de movimentos sociais
Segundo a filosofa Nancy Fraser, os movimentos sociais podem ser divididos:
- Movimentos redistribuidores: focam sua ação em exigências de questões imediatas e concretas como direito ao voto, redistribuição de terras, moradias, etc. Exemplo: movimentos dos Sem-Terra.
- Movimentos reconhecimento: pretendem mudar a cultura de uma sociedade ao combater causas mais abstratas como o fim do preconceito e da discriminação racial, sexual, etc. Exemplo: movimento LGBTI.
- Movimentos bivalentes: combinam as características de ambos os movimentos. Exemplo: Movimento Indígena.
Ainda fazem parte dos movimentos sociais os movimentos populares, sindicais e a organizações não governamentais (ONGs).
Como é formado um movimento social
Para haver um movimento social efetivo é preciso haver um projeto, uma ideologia e uma organização hierárquica.
O projeto abarca a proposta e objetivos do movimento em questão.
Por sua parte, a ideologia embasa a luta política do movimento, pois esta será responsável por articular a união entre os grupos sociais.
Por fim, ao se instituírem, os movimentos sociais estabelecem uma disposição hierárquica. Essa hierarquização pode ser mais ou menos centralizada, numa estrutura deliberada para possuir líderes e outros integrantes.
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BEZERRA, Juliana. Movimentos sociais: o que são e o que representam (com exemplos). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/movimentos-sociais/. Acesso em: