Mudanças Climáticas: causas, consequências e perspectivas para o futuro
Entendemos por mudança climática uma alteração de longo prazo no clima do planeta. Não se trata apenas de um ano mais seco que o anterior, ou um calor fora de época, mas sim de uma tendência que o clima está apresentando de não se comportar como o esperado pelo ser humano, causando prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
A mais falada mudança climática é o Aquecimento Global, que é o aumento da temperatura média da Terra. Como dito acima, sabemos que o planeta possui épocas mais quentes e mais fria de maneira natural, porém, é inegável que esse aumento recente já causa e causará ainda mais danos sociais e ambientais.
Outro problema é a chuva ácida, causada pela emissão de poluentes na atmosfera. Com isso, a água dos oceanos e rios, além do próprio solo, está se acidificando. Ademais, a chuva ácida causa também a corrosão de monumentos históricos, como o Coliseu em Roma, ou as pirâmides do Egito, causando uma perda cultural inestimável.
O aumento no número de tornados, derretimento de geleiras, aumento no nível do oceano e a desertificação de biomas também podem ser citados como mudanças climáticas recentes.
Causas naturais e humanas
O clima do planeta possui variações naturais, já observadas pelo ser humano por muito tempo. Podemos citar o El Niño e La Niña, Afélio e Periélio, a variação da inclinação da Terra, os ciclos glaciais, entre outros tantos fenômenos naturais.
Podemos afirmar, então, que o clima não é estável. Ele possui pequenas variações conhecidas e esperadas pelo ser humano, no entanto, cada vez mais os estudos da ONU, do IPCC e de outras instituições internacionais nos mostram que o comportamento atual do clima não é mais tão previsível.
A poluição causada pela indústria e pelos carros, contaminação de rios e oceanos e desmatamento estão entre as principais atividades humanas que afetam o clima. Seja diretamente, através da emissão de gases, ou indiretamente, com a extinção de espécies e destruição de biomas.
Consequências
As consequências podem ser sociais, ambientais e econômicas. Normalmente, abrangem as 3 esferas, pois são fatores que estão interligados.
A desertificação de biomas e perda de solo são consequências que afetam diretamente a vida da população, principalmente os mais pobres e os que vivem em áreas rurais. Com isso, a produção agrícola é comprometida, as florestas se degradam e a fauna local acaba afetada.
Vale lembrar ainda das populações indígenas, ribeirinhas e caiçaras, que dependem diretamente dos recursos naturais e acabam sendo muito mais afetados.
O derretimento de geleiras e aumento do nível do mar também são exemplos de consequências globais. Mesmo países que não emitem Gases do Efeito Estufa (GEEs), como gás carbônico e metano, são afetados. Praias e ilhas estão submergindo, animais estão entrando em extinção e todo o bioma marinho está sendo afetado.
Aliado a isso, a chuva acida agrava a situação, pois acaba matando espécies de algas, animais marinhos e microrganismos. O solo também se torna ácido, e os biomas terrestres são cada vez mais afetados.
A frequência de tornados e furacões também está aumentando devido à mudança das massas de ar, causando ainda mais desastres.
Chuvas mais intensas e secas mais severas também estão entre os problemas identificados, e também causam migração ou extinção de animais, alteração de biomas e prejuízos na agricultura.
Evolução Histórica das Mudanças
Como dito acima, o clima não é totalmente estável, apresentando variações ao longo da história do planeta. No entanto, os padrões observados após a segunda metade do século XX não seguem os dados esperados, como podemos observar na imagem abaixo:
Estudos do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) demonstram que essas mudanças coincidem com a Revolução Industrial, ainda no século XVIII. De lá pra cá, houve um grande aumento na concentração de gases estufa, como o metano (148%) e gás carbônico (35,3%) no planeta.
Com este aumento, as consequências começaram a ganhar força a ponto que, atualmente, sabemos que muitas delas são irreversíveis, portanto, a briga agora gira em torno da contenção dos efeitos para evitar desastres futuros.
Para isso, os maiores responsáveis devem se mobilizar: EUA, China e Europa - que são os maiores emissores de gases - estão se mobilizando para criar alternativas que possibilitem continuar se desenvolvendo, mas causando menos impactos ambientais.
A Europa, por exemplo, já votou por abolir a venda de carros à combustão até 2035. Alguns estados dos EUA também votaram medidas parecidas, dando espaço para a popularização dos carros elétricos.
A China, por sua vez, é o país que mais produz energia limpa e também o que mais possui patentes para tecnologias desenvolvidas nesta área. Só na geração de energia solar, é estimado que até 2025 eles produzam o dobro do que os EUA.
Por outro lado, os países subdesenvolvidos e emergentes também possuem um papel central na questão ambiental. Não na emissão de gases, mas sim na conservação das florestas e das fontes de água.
O Brasil é, provavelmente, o país mais importante neste quesito. Além de abrigar a maior parte da Floresta Amazônica (maior floresta do mundo) é também o país que possui mais fontes de água doce (12% da água do planeta).
Propostas para o futuro
Praticamente todas as nações do mundo reconhecem, publicamente, a emergência da questão climática. Por este motivo, estão sendo feitas reuniões e acordos globais para frear as mudanças climáticas.
Um dos principais acordos atuais é o Protocolo de Kyoto, de 1997. Este documento foi o primeiro grande passo rumo ao comprometimento em reduzir a emissão de gases estufa. Além disso, criou também o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que serve para criação de tecnologias sustentáveis.
Outro tratado importante é o Acordo de Paris, uma espécie de continuação do Protocolo de Kyoto. Seu objetivo é frear o aquecimento do planeta até um máximo de 2°C até 2030.
O Acordo passou por uma polêmica recente com o ex-presidente americano Donald Trump, que saiu brevemente do acordo em 2020. Em 2021, o recém-eleito presidente Joe Biden reingressa no acordo.
Outro acordo que ganha cada vez mais importância são as COPs - Conferência Entre as Partes - que são reuniões anuais para debater soluções e alternativas para a questão climática. Foi dessa reunião que surgiu o Acordo de Paris e outros debates para estabelecimento de metas locais.
O já citado IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas é outra organização de suma importância, pois ajuda a monitorar os dados relativos ao meio ambiente e aos impactos socioeconômicos das mudanças climáticas. Dessa forma, temos dados concretos para conseguir traçar medidas que visem realmente diminuir os impactos dessas mudanças.
Por fim, a sociedade civil também tem pressionado. Cada vez mais temos protestos que cobram os governos e empresas por maior responsabilidade ambiental. Não basta criar leis ambientais rígidas, deve-se também criar mecanismos de monitoramento e fiscalização que garantam o cumprimento dessas leis.
Para saber mais sobre o assunto:
- Efeito Estufa e o Aquecimento Global.
- Efeito Estufa
- Exercícios sobre efeito estufa
- Era Glacial
- Principais problemas ambientais
- Química no Enem
- Ciências da natureza e suas tecnologias: Enem
- Geografia Enem: assuntos que mais caem
Referências Bibliográficas
Silva R. W. C., Paula B. L. 2009. Causa do aquecimento global: antropogênica versus natural. Terræ Didatica, 5(1):42-49
MARQUES, Vinícius. Mudanças Climáticas: causas, consequências e perspectivas para o futuro. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/mudancas-climaticas-causas-e-consequencias/. Acesso em: