Paradoxo
O paradoxo ou oxímoro, é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento, baseada na contradição.
Muitas vezes, o paradoxo pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, ele expõe uma ideia coerente e fundamentada na verdade.
Por isso, o paradoxo é fundamentado na contradição lógica das ideias, como se tivéssemos duas ideias numa frase, e uma está se contrapondo à outra. No entanto, a contraposição dos termos utilizados cria uma ideia lógica.
Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo “doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.
Note que esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tais como: filosofia, psicologia, retórica, linguística, matemática e física.
Exemplos de frases com paradoxo
Para entender melhor essa figura de pensamento, observe as frases abaixo:
- Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar. (Caetano Veloso)
- Já estou cheio de me sentir vazio. (Renato Russo)
- A novidade que seria um sonho/O milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho. (Gilberto Gil)
- Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. (Sarah Westphal)
- O amor é ferida que dói e não se sente. (Luís Vaz de Camões)
- Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão. (Vinicius de Moraes)
- Bastou ouvir o teu silêncio para chorar de saudades. (Reinaldo Dias)
- Estou cego e vejo/Arranco os olhos e vejo. (Carlos Drummond de Andrade)
- Eu fujo ou não sei não, mas é tão duro este infinito espaço ultra fechado. (Carlos Drummond de Andrade)
Paradoxo e antítese: qual a diferença?
Embora sejam figuras de pensamento baseadas na oposição, o paradoxo e a antítese se distinguem.
O paradoxo emprega ideias opostas, da mesma maneira que a antítese, entretanto, essa contradição ocorre entre o mesmo referente do discurso.
Para entender melhor essa diferença veja os exemplos abaixo:
- Dormir e acordar está difícil. (antítese)
- Estou dormindo acordado. (paradoxo)
Note que ambos os exemplos utilizam os opostos “dormir” e “acordar”. Entretanto, o paradoxo propõe uma ideia, supostamente absurda, mas que faz sentido, pois enquanto dormimos não podemos estar acordados.
Nesse caso, a união dos termos contrários gerou um significado metafórico coerente à expressão “dormir acordado”. O enunciado significa que a pessoa está acordada, entretanto, com muito sono.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem, os quais proporcionam maior expressividade ao discurso enunciado. São classificadas em:
- Figuras de Palavras: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e antonomásia.
- Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e hipérbato.
- Figuras de Pensamento: ironia, sarcasmo, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personificação e apóstrofe.
- Figuras de Som: aliteração, assonância, onomatopeia e paronomásia.
As figuras de linguagem são muito utilizadas, sobretudo, na literatura. Elas transformam a linguagem denotativa em linguagem conotativa.
A linguagem denotativa abarca o conceito real dos termos, ou seja, o sentido literal expresso no dicionário. Já, a conotativa, demonstra o sentido figurado e subjetivo das palavras.
DIANA, Daniela. Paradoxo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/paradoxo/. Acesso em: