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Plano Real: o que foi, quem criou e por que foi criado

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

O Plano Real foi um programa econômico criado em 1994, durante o governo Itamar Franco, e idealizado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.

Seu principal objetivo era combater a inflação, que atingia índices elevados desde a década de 1980. A inflação acelerada fazia com que os preços subissem rapidamente, afetando o poder de compra da população e dificultando o planejamento econômico.

Uma das medidas centrais do Plano Real foi a criação de uma nova moeda: o real. A transição para a nova moeda ocorreu de forma gradual, por meio da implementação da Unidade Real de Valor (URV).

O Plano também incluiu outras medidas importantes, como o controle dos gastos públicos, a maior abertura do mercado brasileiro para investimentos estrangeiros e a privatização de estatais. Essas medidas ajudaram a estabilizar a economia e a recuperar a confiança dos investidores.

No entanto, o programa também teve impactos negativos, como cortes em programas sociais e o fechamento de algumas indústrias nacionais. Isso afetou principalmente a população mais pobre, que dependia de políticas públicas para sua subsistência.

Ideologicamente, o Plano Real estava alinhado com o Consenso de Washington, programa neoliberal para países com problemas financeiros.

As Fases do Plano Real

Desde a década de 1980, o Brasil enfrentava uma grave crise inflacionária. Diante desse desafio, a equipe de Fernando Henrique Cardoso passou a elaborar, a partir de 1993, um plano para estabilizar a economia.

O principal objetivo era criar uma moeda forte e estável sem adotar mudanças drásticas. Os economistas do governo consideravam que ações como congelamento de preços e mudanças súbitas de moeda eram ineficazes e pioravam o quadro econômico.

Por isso, o Plano Real foi adotado de forma gradual, permitindo que a população se acostumasse às mudanças. Simultaneamente, o governo equilibrava as contas públicas, reduzindo gastos e privatizando empresas estatais, pois o déficit público era visto como um dos fatores que alimentavam a inflação.

Assim, o Plano Real foi executado em três fases:

  1. Ajuste Fiscal. O governo cortou gastos, arrecadou recursos com privatizações e criou novos impostos. O objetivo era reduzir o déficit público e restaurar a confiança na economia.
  2. URV (Unidade Real de Valor). Com o objetivo de preparar a população para a nova moeda e combater a inércia inflacionária, foi criada a URV. Nessa fase, os preços eram expressos tanto em cruzeiros reais (moeda antiga) quanto em URV, que tinha um valor estável e seria convertida posteriormente no real.
  3. Adoção do Real. Em 1º de julho de 1994, o real entrou oficialmente em circulação. Essa etapa marcou o fim da transição e consolidou a estabilização da inflação no Brasil.

Consequências do Plano Real

Como consequência principal, o Plano Real reduziu a inflação e estabilizou a moeda brasileira. Isso trouxe maior previsibilidade para a economia, facilitando o planejamento financeiro das famílias e das empresas.

O impacto político também foi considerável. O sucesso do Plano Real impulsionou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso, que foi eleito presidente ainda no primeiro turno das eleições de 1994.

Mas, o Plano Real também teve impactos negativos e polêmicos. A política de ajuste fiscal levou ao corte de programas sociais, o que afetou a parcela mais pobre da população.

As privatizações dividiram opiniões. Enquanto alguns defendiam que elas modernizaram setores estratégicos e atraíram investimentos, os críticos argumentavam que muitas empresas foram vendidas a preços baixos, contrariando o interesse nacional. A venda da Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, foi alvo de protestos e acusações de favorecimento a grupos privados.

A abertura da economia também provocou efeitos contraditórios. Por um lado, ampliou a oferta de bens e serviços e modernizou a produção nacional. Porém, setores industriais menos competitivos sofreram com a concorrência externa, levando ao fechamento de fábricas nacionais e ao aumento do desemprego em algumas áreas.

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Referências Bibliográficas

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

VAINFAS, Ronaldo [et al.]. História – Volume Único. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.